E aí Lucifer criou a timidez, a vergonha, a água com gás… Tenho certeza de que Deus é o responsável pela paixão, a tentação e água ardente. Ninguém vai me convencer do contrário.
Sai pra beber com umas amigas que falam mais de sexo do que de trabalho, graças ao meu Deus. Odeio mulheres que marcam clubes da luluzinha pra falar dos problemas de comunicação que enfrentam no trabalho, os erros da empregada e a amante do marido. Sinceramente, minha amiga? Vibrador, outro emprego, yoga e um amante (pra você!). Ninguém merece a sua vida.
Vou ter que pedir desculpas pra quantas esposas amanhã de manhã? Enfim…
Eu tô apaixonada… Eu posso fazer qualquer coisa. Posso falar mal das minhas amigas, elogiar Deus, falar mal do Diabo. Não me importa nada, nada me interessa (além dele), nenhuma bobagem e fofoquinha corriqueira me chama mais a atençao. Obrigada deus pelas quantidades exageradas de saquê…
A grande vantagem de um restaurante japonês é o disfarçado saquê… Nada mais me interessa além do saquê (e ele!).
Quanto tempo faz que eu não fico realmente feliz? Feliz, independentemente dele, das mentiras e verdades dele (e do mundo!), dele inteiro por mais que ele seja lindo, incrível, sensível, gostoso, inteligente, aparentemente verdadeiro, aparentemente bem intencionado, aparentemente não superficial, aparentemente legal… Qual é mesmo o contrário de não superficial e babaca? Ele não é… Não parece, eu não enxergo… Mas por que diabos eu não enxergo nada de ruim naquele homem??
Como posso ter ficado tanto tempo sem encostar naquele corpo, sem respirar os aromas de cada palavra que ele me dá e me rouba?
Tanto faz se eu estiver errada… Vou ligar pra ele. Adeus.



Escrito pela Alê Félix
19, abril, 2011
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… 05 de abril às 18:37
Posso te fazer uma pergunta?

… 05 de abril às 23:30
Sim.

… 05 de abril às 23:45
Pode parecer meio esquisito, mas… Por que você não conversa comigo?

Dez dias depois…
Os dez dias mais alegres, apaixonantes, contagiantes…

… 15 abril (2 dias atrás)
PS: Reparei que não disse o óbvio. Amo você. Beijo!

…15 abr (2 dias atrás)
Vem hoje a noite? Não, hoje não, pois ontem atravessamos a madrugada por um fio. Vem amanhã cedinho? Me acorda com café? Passa um dia inteiro comigo? Como é possível sentir saudade de alguém que nunca nos tocou a face?
PS: Acho que eu também te amo.

12 dias depois…
Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre
Um Chão de Giz
Há meros devaneios tolos
A me torturar
Fotografias recortadas
Em jornais de folhas
Amiúde!
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes…
Disparo balas de canhão
É inútil, pois existe
Um grão-vizir
Há tantas violetas velhas
Sem um colibri
Queria usar quem sabe
Uma camisa de força
Ou de vênus
Mas não vou gozar de nós
Apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom…
Agora pego
Um caminhão na lona
Vou a nocaute outra vez
Prá sempre fui acorrentado
No seu calcanhar
Meus vinte anos de “boy”
That’s over, baby!
Freud explica…
Não vou me sujar
Fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes
Já passou meu carnaval
E isso explica porque o sexo
É assunto popular…
No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais…

No mais, me sinto com a face arrebentada no solo frio de mais um abismo que me deu o frio na barriga do salto, a fé e o prazer que nos levam a crer na possibilidade de voar e mais um fim. No mais, doze dias depois, vinte e duas cartas depois, vinte e quatro horas depois, diante da letra da música mais adequada… Vou jogar nossas cartas num pano de guardar confetes, lacrimejar sempre que lembrar do seu sorriso olhando meu carro partir e… sumir.



Escrito pela Alê Félix
17, abril, 2011
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Se eu contar que tenho acordado a mulher mais feliz do mundo, você me ajuda a ficar assim só mais um pouquinho? Só mais alguns dias e eu juro que deixo outras moças ocuparem esse primeiro lugar mundial…
Se eu te contar que, nesse nosso caso, qualquer dia menos feliz que possa vir, tem me parecido tão além da felicidade…
Se eu contar que tenho acordado sorrindo depois do tanto que chorei, você acreditaria que passei a perdoar e respeitar cada lágrima que derramei até aqui?
Se eu contar que tô achando que as palavras, nossa dose de verdade e esse tanto imenso de carinho estão consertando uma grande falha que se formava no meu coração e me impossibilitava de gostar direito…
Se eu contar que toda noite sinto vontade de te dar meu corpo, embalado num tanto de desejo que você poderia guardá-lo só pra você, pelo tempo que quisesse… Talvez, dentro de um baú, junto com o seu coração, mas cujas únicas chaves fossem nossas próprias mãos…
Se eu te contar que a vida tem parecido mágica, generosa e prestativa…
Se eu contar que tenho acreditado que talvez ela seja assim pra qualquer um de nós, que basta tratá-la de igual pra igual… Igual a gente tem feito…
Se eu te contar que também gosto do vermelho, dos ventos que brincam com nossos cabelos e das chuvas que nos abraçam…
Se eu te contar que adoro pimenta, que açucar pode me levar a nocaute e que tenho pena da história de vida da picanha…
Se eu te contar que fiz carinha de triste sobre a parte dos aviões, mas dei graças aos céus pelos 100KM de distância…
Se eu contar que gosto dos seus filhos, de todos os seus retratos na parede, de todos os vínculos de sangue que te fizeram crescer, todos os amigos que te fizeram sorrir e questionar, todas as mulheres que te ensinaram a amar… Gosto verdadeiramente de cada pessoa que passou pela sua vida e te fez bem, te faz você…
Se eu contar que você me faz respirar fundo, feito suspiro de encantamento, os mesmos que inspiro quando sinto cheiro de mato depois da chuva, jasmin quando anoitece, mar quando amanhece…
Se eu contar que acabei de voltar de uma feira, que fui atrás de tomate seco e que vi um pássaro escapando de uma gaiola, um que batizei de bem-te-vi, mesmo sem saber se ele preferiria ser chamado de outro nome. E que comecei a chorar, no meio de uma feira-livre, um choro de alegria que eu precisava tanto, mas tanto que ninguém jamais acreditaria se eu contasse…

PS: Acho que eu também te amo.



Escrito pela Alê Félix
14, abril, 2011
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Tenho a impressão de que todas as tragédias que acontecem no mundo ocorrem enquanto estou dormindo. Lembro do ataque às Torres Gêmeas nos EUA… Acordei com a notícia na TV, meu ex-marido me sacudindo pra eu não perder as cenas que pareciam ser o início de uma possível guerra, um acontecimento histórico. Eu acordava, pensava e sentia uma coisa estranha meio tristeza, meio culpa, como se não me fosse permitido estar bem diante de uma tragédia de proporções maiores do que as que recheiam diariamente os jornais. Lembro de ter sido acordada por vários comentários e noticiários de enchentes que destruíram cidades brasileiras, mas não me recordo mais do nome de nenhuma delas. Devo ter ficado chocada na época que aconteceram, devo ter escolhido qual jornal eu devia ler só pela quantidade de informações sobre o assunto e, provavelmente, repeti as mesmas frases-idéias-opiniões que todos repetem nessas horas…

Sabe acidente de trânsito? Sabe aquela fila de carros passando devagar ao lado do defunto atropelado, só pra ver o tamanho do estrago ou sentir um pouco do cheiro da morte? Algo me diz que é assim que a gente olha pras tragédias que assolam o mundo. Se ao invés de ter virado presunto o atropelado tivesse perdido só uma perna, tenho certeza de que alguns carros da fila parariam para lhe doar uma blusa de lã velha ou qualquer outro tipo de lixo que aliviasse sua consciência diante do espetáculo de azar de um e sorte do outro. Tem gente que olha rapidinho e depois fecha os olhos, tem gente que vira o rosto, tem gente que enfia a cabeça pra fora da janela, tem gente que buzina, mas por um instante todos devem se nutrir do mesmo sentimento… Tá lá o fim, pegou esse numa curva, passo reto, ignoro ou rezo?

Nunca entendi porque somos assim, porque rodeamos a morte e os infortúnios como se precisássemos nos certificar de algo, nos sacar realmente mortais. Quando digo para os meus amigos que vou viver pra sempre eles sorriem como se essa fosse mais uma das minhas ideias brincalhonas. O que eles não percebem é que também acham o mesmo que eu, agem, vivem diariamente como se nunca fossem morrer, como se nunca fosse possível o defunto da estrada ser eles.

Essa semana acordei com as manchetes sobre o terremoto e o tsunami no Japão. E, sempre que ouço falar que uma tsunami bateu em uma costa, logo me veem a mente que ela vai voltar para algum outro lado. Pensei nas cidades do Chile que no ano passado enfrentaram os mesmos problemas e foi esquecida pelo mundo alguns meses depois. Nosso senso de generosidade e humanidade raramente vai além da nossa culpa, do velado “antes ele do que eu”. Ser humano acha que solidariedade é doar roupa velha enquanto a tragédia é notícia fresca. Um ano depois, quem lembra do Chile, quem volta na cena do crime pra ver se foram tomadas medidas de segurança, quem vai lembrar do estado da estrada onde morreu o defunto?

A propósito, você lembra? http://migre.me/43wwW

Escrito por Alê Félix, semanas atrás, poucos dias depois do terremoto e tsunami que atingiram o Japão em Março de 2011.



Escrito pela Alê Félix
8, abril, 2011
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Não me recordo de um olhar mais triste, mais verdadeiro, que implorasse por mim mais do que o seu. Não tive que lidar com um amor a primeira vista, mas lembro de ter me enfiado em seus olhos e me encantado de tal forma que nem a distância nem a forma como nos conhecemos me impediriam de tocá-los.
Descobri nesses últimos dias, enquanto eu chorava por tudo o que perdemos, que tudo que eu quis, desde o começo, era te ver sorrir… Daquele jeito que você diz que eu pergunto quando começam a me contar uma boa história, sabe? Insistindo, insistindo e insistindo…
Quis saber porque você não queria me dizer palavra alguma, mas me olhava pedindo que eu fosse de verdade, pedindo que eu tivesse a paciência necessária pra te fazer algum tipo de companhia. Quis saber da sua tristeza, quis saber de onde ela vinha e se era possível acalmá-la. Quis aprender como te fazer sorrir desde sempre… Nem que fosse um meio sorriso enquanto acordava ao meu lado, quase desesperado de tanto cuidado que tinha por mim. Te dei um primeiro sorriso, dois, três, sorri todo meu repertório de sorrisos tentando te ensinar através da imitação ou o do despertar de qualquer paixão que o fizesse perceber as graças da vida. Mas você só sabia me olhar com ternura, desejo, tocar a tela como se eu precisasse de abraço e voltar para o silêncio que te protegia… E foram tantos abraços, tanta ternura que retribui desejo com desejo, mais o tanto de verdade que você exigia. Te dei recomeços, você me deu certezas…
Nos dias que parei de tentar fazer você sorrir, no dia precisei sentir que você existia, só fui tão longe porque eu precisava chorar ao lado de alguém que soubesse como ser triste tanto quanto eu estava. E você me acolheu, tomou conta do meu sono, me levou para o teatro, para o circo, pra passear no parque, para todos os lugares inspirados pela alegria. Em troca da sua proteção te dei um único beijo e fui embora…
Quando voltei, voltei achando que você continuava precisando de felicidades e consertos… Te sugeri a roupa que eu julgava certa, o melhor sapato pra você caminhar sobre o nosso caminho. Te pedi um caminho numa época que havíamos desistido das escolhas. Cortei seu cabelo, sua barba, aparei um pouco da sua raiva. Te dei um nome, uma namorada, uma cidade e uma vida alinhada pra sair do quarto e exibir na rua. Como se eu não soubesse que o que era bom pra mim, não era pra você…
Anestesiado por sentimentos que você nunca havia sentido, provavelmente por toda a ilusão, você me levou pra ver o mar, as montanhas, os limites do céu, todos os pedaços espalhados do mundo que eu precisava juntar. E ainda assim eu só queria te ver sorrir… E você não sorria, não perdoava, se protegia, evitava, se preservava… Gozava com a gratidão ingênua daqueles que acreditam ser incapazes de desejar outra pessoa. Achava que era amor o que qualquer criança desconfiaria que era febre… E eu só queria te dar prazer, te ver gozar, te fazer feliz nos traços do rosto pra nunca mais ninguém duvidar de toda a beleza que eu descobria quando estava em seus braços.
Soube das suas mágoas pela sua boca e te beijei todas as vezes que senti seus lábios curvarem de ressentimento. Acariciei seu peito a cada história triste que você conseguiu arrancar do coração e, juro que tentei te compreender e te aceitar, mas só se fosse pra te ver sorrir…
Agora, depois de tanto tempo, sei que tudo o que te ofereci, quase sem querer, foi sim um grande tanto de amor. Mas era um amor egoísta, desses que cismam com o sorriso e ignoram a construção de um vinculo que está longe de ser momentâneo. Enquanto eu tentava te fazer feliz, você me fez feliz… E, apesar das nossas eternas e opostas certezas, que pena que a gente não viu.



Escrito pela Alê Félix
31, março, 2011
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Alessandra diz:
Aí eu encanei que Jesus sofria bulling por ter que trabalhar dando noção pra ovelha, gostar de uma garota de programa e ser filho de mãe solteira. Daí, de saco cheio do papinho reaça e preconceituoso da época, deve ter botado a cachola pra funcionar e percebeu que tudo aquilo não passava de uma grande sacanagem social, sacal, comportamental e blábláblá. Começou a pensar nas relações humanas, na pataquada toda que ditava o que era certo e errado… Igual a gente faz quando bebe além da conta e fica inteligente, sabe? Provavelmente ele começou o papo todo tentando pregar o amor livre, deve ter plantado umas ervas estranhas nos pés dos morros enquanto pensava, a fumar maconha com uns desocupados, a ver umas alucinações através dos raios solares dos fins das tardes, passou a chamá-las de pai num dia que bateu as nóias por não ter tido pai, o discurso sobre amor livre certamente atraiu a galera igual aquele show que os Beatles fizeram em cima de um prédio, o rei não deve ter curtido o zumzumzum em torno disso tudo, rolou a caguetada básica do amigo e bum! Tiraram Jesus pra cristo, deve ter batido um ataque de catalepsia e – quando ele voltou ao normal – a lambança do cristianismo que atravessaria séculos estava armada…
Rubens diz:
De onde veio isso?
Alessandra diz:
De lugar nenhum, só tava aqui pensando… Acho que foi isso que aconteceu! Você não acha que pode ter sido isso? Porque olha só… Depois de tanto pensar e me estrepar nessa vida, ando pensando no amor de forma bem semelhante a que Jesus pensava. Mas eu não sou muito crente, só penso mesmo na importância do amor verdadeiro na vida da gente, na construção das relações de afeto, na desconstrução dos preconceitos e de todas as coisas babacas que aprendemos sem querer e só atrapalha.
Rubens diz:
Esse texto é seu?
Alessandra diz:
Não é um texto, cabeça! É só um pensamento que tô dividindo com você… Quer fazer o favor de me ajudar a pensar aqui? Então… Acho que, na verdade, o que deve ter acontecido é que Jesus começou a história toda falando de relação! Igual a gente em boteco. Imagina o quanto ele devia ser zoado por gostar de uma mulher falada, ser filho único, mãe aparentemente solteira, as ovelhinhas não facilitavam… Ele era alvo fácil pra trol, concorda? Aí deve ter se isolado nos morros, pensando à béça sobre todas essas coisas ruins da humanidade, elevou a parada do papo sobre o amor pra uma linha de pensamento mais ampla e a negada toda pirou o cabeção! Não faz sentido isso pra você? Meu, o cara só tava falando igual a gente fala quando fala sobre amor, sociedade… Aposto até que ele deve ter falado pra geral que transava com a Mada porque ele era livre pra amar quem ele bem entendesse! Viiiixi, deve ter sido um escândalo falar de cutuco naquela época…
Rubens diz:
Hahahahaha! Vai ser assassinada por uma facção cristã radical.
Alessandra diz:
Tipo, imagina se ninguém falasse de amor no mundo e aí a gente começasse a ter os papos que a gente tem no meio da praça… Não ia pipocar de gente pra ouvir? O assunto devia ser amor livre, os amigos maconheiros começaram a escrever as viagens que eles tinham porque deviam ser pensamentos mega revolucionários pra época! Tudo igual a gente faz quando tem ideias maneiras e inventa de querer escrever livro! Sendo assim, nem deve existir nada de deus… Só amor! Vixiiii… tô achando que acabei de descobrir o que realmente aconteceu na época do lorão… Será que era lorão mesmo? Já ouvi dizer que era negão… naquela música… lembra? Cara, eu sou um gênio. Jesus me pagaria um pau. Deus era só uma questão de paternidade sendo resolvida através das aberturas da percepção causadas por alucinógenos. Deus não existe! O que é uma pena porque eu me amarrava à beça na ideia de morrer e ver que ele é uma espécie de Pedro Bial e que eu abriria os olhos do lado de lá e teria uma galera me aplaudindo e deus dizendo “Estamos de volta!”… Mas putz, acho que não existe mesmo não. Deus era só uma viagem de Jesus, um amontoado de papo filosófico sobre afetividade, sobre o amor! Foi tudo sobre o amor!
Rubens diz:
“Deus é Amor”.
Alessandra diz:
Caraaaaaaaaaaaaaaaca! Jesus pagaria pau pra você também.

Escrito por Alê Félix

* esclarecimento sobre o post acima: esse é um texto de humor, não o leve a sério. Não foi escrito para ofender ninguém, nem nenhuma religião.



Escrito pela Alê Félix
26, março, 2011
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Veena Malik é atriz, embaixadora do Paquistão e participou da versão indiana de um reality show, na linha dos “Big Brothers” da vida. A moça foi condenada por suas ações dentro do programa e confrontada por pessoas como o mulá islâmico, que aparece no vídeo alegando (mesmo sem ter visto o programa) que a moça desonrou a cultura paquistanesa. Veena foi extremamente firme em sua defesa, coerente, sensível e me fez pensar quantas de nós teriam a força que ela teve pra segurar o choro e não abaixar a cabeça para o que boa parte da sua cultura prega, quantas de nós consegue zelar pela correção de nossos atos mesmo quando aos olhos dos outros estamos erradas…

Espero não esquecer das lágrimas da Veena.



Escrito pela Alê Félix
24, março, 2011
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Juro, eu me sinto mal por usá-lo da forma que usei. Mas você sempre soube, você ainda sabe, nunca foi por falta de amor. Eu não deixo de amar um homem, só perco a vontade de lhe escrever… O amor se mantém, o desejo se mantém, mas palavras se esvaem e eu finjo que tudo não passa de mais um erro meu.

Sim, eu me sinto mal por ser assim. É como se, ao invés de amor a primeira vista, eu sofresse de inspiração a primeira vista. Me sinto na obrigação de pedir desculpas no final. O que você quer pelas histórias que me deu? Foi como se, seduzi-lo, fosse fundamental para a minha alma e não para a minha vaidade. Não ofereço amor em troca de amor… Contanto que despertasse em mim tudo o que ainda me restasse de poesia e vontade, eu te daria o que quisesse, o que precisasse, o que desejasse. Por apenas alguns dos versos que você me levou a tecer, eu aprenderia a como te amar com devoção, para sempre se fosse da sua vontade. Te ensinaria a morder e mastigar cada momento de prazer que desconhece. Era só me manter com vontade de te escrever… Só.

E agora, me sinto a egoísta da sua história. Como se só me interessasse deitá-lo no meu colo, acalmá-lo com todo o afeto que necessita, para depois confundi-lo com um pouco mais de paixão. Como se, cada abraço meu, fosse um movimento indiscreto para me aproximar dos seus ombros, passear minha língua pela sua orelha, nuca, pescoço… Só para experimentar da sua jugular e descrever o gosto. Só para descobrir suas cicatrizes, mapear o seu corpo, percorrer suas lembranças, descobrir os adjetivos certos, a narração menos entediante, o ritmo mais preciso, a rima mais comovente.

Me sinto mal… Não sinto mais vontade de escrever, acho que não te amo mais. Desculpa. Eu sei. Não é culpa sua. Não repare quando outro estiver em seu lugar. Não é pessoal. É só inspiração, talvez um pouco de provocação. Uma história… Nada além de uma história.



Escrito pela Alê Félix
15, março, 2011
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