Acabei de me hospedar em um hotel com outro nome… Queria saber se é fácil, difícil, queria não ouvir meu nome por alguns dias. Hotéis são bons lugares para morrer… Basta colocar a plaquinha do “não perturbe” e você pode ficar tranquilo para pecar ou desaparecer sem que o telefone da recepção toque no auge da brincadeira. Adoro o silêncio e senso de privacidade dos hotéis… Não existe solidão maior, também não existe solidão melhor.
O Candy me dizia que não gostava de viajar a trabalho porque se sentia terrivelmente só quando se hospedava em hotéis muito luxuosos e impessoais. Louco! Odeio me sentir sozinha quando preciso chorar por algum tipo de miséria, mas dentro de um hotel todo tipo de solidão só me remete a preguiça e a luxúria. Dentro de um hotel, tenho a falsa impressão de que nem deus nem o diabo a quatro das pessoas conhecidas, estarão de olho nas merdas que posso vir a fazer. Paraíso… pedacinho de paraíso.

Ester Vasti de Amestris… Eu sei, devia ter dado um nome mais simples, mas ando precisando me sentir uma rainha rebelde. Uma ou duas? Tanto faz… Quantas rainhas e identidades secretas forem necessárias para fugir e mudar a história.



Escrito pela Alê Félix
5, novembro, 2010
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Foi uma noite sem paz, dessas que os sonhos acontecem como se fossem programas de televisão. Assisti todos e de nada eles me serviram. Acordava durante a madrugada, revirava, abraçava, achava que adormecia, mas não me ligava mais…
De vez em quando meu corpo desperta pedindo que eu tome alguma atitude… Urgente, de preferência. Levei um susto quando o sol entrou pelo quarto e me fez ver que, além de não estar acordada, ele já havia partido. Tentei avisá-lo pela janela, mentir que o café estava na mesa só para trazê-lo de volta, mas lembrei que na semana passada troquei o pó pelo chá. E ele nunca foi de chá… Talvez, ele nunca tenha sido de dose nenhuma, de droga nenhuma além de mim. Me tomou pra experimentar um pouco dos sonhos que aconteciam como se rodassem dentro das TVs, deixei que ficasse porque sonhei que ao lado dele eu dormiria para sempre e em paz…
E o tempo tem passado cada vez mais rápido… Tão rápido que um dia é capaz que a gente sinta saudade das pessoas que trocamos por nós próprios. Será a saudade o despertador necessário para enxergarmos que até o amor próprio é uma grande bobagem? Que auto preservação só serve pra nos tornar comuns e anestesiados, sobrevivendo entre espaços vazios que silenciam até mesmo o nosso pulso? Talvez, a gente só precise experimentar, aproveitar e parar de questionar… Tanto. Estamos acordados, a mesa está vazia e já é dia. Nada mais nos impede de ir embora, além dessa maldita cama que ainda nos faz perder a hora. Então, meu amor… Não me pergunte mais “e agora?”. Eu só preciso dormir… e gozar um pouco antes.



Escrito pela Alê Félix
4, novembro, 2010
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Deitei sem conseguir dormir, levantei sem querer sair da cama, tô em pé e com medo de cair. Odeio as fases das decisões importantes. Antigamente eu até que encarava bem. Respirava fundo e tentava não esquecer que, no final das contas, são elas, as decisões importantes, que se tornam as boa histórias do futuro. O problema é que hoje eu acordei de saco cheio do futuro… Preferia ter ganhado do presente a possibilidade de ser covarde em paz e não fazer absolutamente nada. Mas não… como sempre, tá lá meu cérebro bancando o despertador e gritando “acorda, babaca! anda e chega de drama!”.
E lá vou eu obedecendo, caminhando, as vezes batendo, as vezes apanhando, quase sempre com medo, quase sempre disfarçando.

PS. O blog está de volta. Escrever, por incrível que pareça, foi o único jeito que encontrei nessa vida para mentir menos.



Escrito pela Alê Félix
1, novembro, 2010
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Troquei o blog pelo twitter nos ultimos meses, não só pela falta de tempo mas também porque minha curiosidade me mata. Não que eu tenha gostado do twitter, não gosto. Assim como também não gosto de blogueiros. E aí você vai dizer e dizer e dizer e eu te digo: escrevo em um blog, não sou blogueira. E nem ache que ativei os comentários, isso é só mais um problema que não se resolve, esta aí de enfeite. Enfim, enquanto não volto…
www.twitter.com/alefelix



Escrito pela Alê Félix
19, setembro, 2009
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Ando numa fase chata, dessas que a gente passa a achar a humanidade (tô dentro) totalmente cafona e doente. Se não fosse pelo sexo e a morte, já tinha ido embora daqui.



Escrito pela Alê Félix
19, setembro, 2009
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Tô com a minha mãe no telefone e o namorado com cara feia esperando eu desligar esse monte de aparelho, então vou contar a novidade e sair correndo, mas depois eu volto. Agora tô aqui também ó:
www.bloglog.com.br/alefelix



Escrito pela Alê Félix
22, maio, 2009
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I dreamed a dream (tradução)
Sarah Brightman
Eu tive um sonho
Houve um tempo quando os homens eram amáveis
Quando suas vozes eram suaves
E suas palavras convidativas
Houve um tempo quando o amor era cego
E o mundo era uma canção
E a canção era excitante
Houve um tempo… então tudo deu errado
Eu tive um sonho num tempo que já se foi
Quando esperanças eram elevadas e valia a pena viver
Eu sonhei que o amor nunca morreria
Eu sonhei que Deus perdoaria
Então eu era jovem e destemida
Quando sonhos eram feitos e usados e perdidos
Não havia nenhum resgate a ser pago
Nenhuma canção desconhecida, nenhum vinho intocado
Mas os tigres chegaram à noite
Com suas vozes suaves como trovão
Tal como eles rasgam sua esperança em pedaços
Tal como eles transformam seus sonhos em vergonha
Ele dormiu um verão ao meu lado
Ele encheu meus dias de maravilha infinita
Ele fez da minha infância o seu êxito
Mas ele se foi quando o outono chegou
E ainda sonho com ele vindo até mim
E nós viveríamos juntos os anos
Mas há sonhos que não podem acontecer
E há tempestades que não podemos prever
Eu tive um sonho que minha vida iria ser tão diferente deste inferno que estou vivendo…
Tão diferente daquilo que parecia…
E agora a vida matou o sonho.



Escrito pela Alê Félix
16, abril, 2009
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Pois é, nunca fui muito boa em separar a realidade da ficção… Não que eu acreditasse nos seriados que assistia, mas era impossível não sonhar com a idéia de ser uma das visitantes da Ilha da Fantasia, sabe? Não, não era somente para realizar meus desejos. Nem sequer conseguia pensar em algo que eu tanto quisesse. Eu (assim como grande parte das pessoas) possuo somente meus desejinhos fúteis, basicamente de consumo, nada que valesse um pouso nas águas da ilha de Mr. Roarke. Mas… eu pensava. De vez em quando ainda penso. E li agora há pouco que ele morreu e me deu uma tristeza quase infantil, dessas que a gente sente, não sabe explicar o porquê e esquece no momento seguinte. Talvez (segundo minhas recordações infantis), Roarke fosse uma espécie de deus e, sua ilha, um lugar para se realizar algo mais do que vontades mal resolvidas. Aquilo era um divã, um ritual de passagem e autoconhecimento que me fazia viajar, mudar os roteiros antes, durante e depois.
Perdi as contas de quantas vezes me perguntei o que faria em um lugar como aquele, que tipo de pendência teria para resolver, que rumo teria o papo psicológico de fim de seriado entre Mr. Roarke e eu.
Não faço a menor idéia de quem foi o senhor Ricardo Montalban e nem com que cara de velhinho ele se foi, mas espero que de alguma forma (sem comprometer o paraíso pessoal do defunto) ele tenha ido de: smoking branco, com a voz firme e tranquilizadora do cara que o dublava em português e a capacidade de observação psicológica do texto escrito para o Roarke. Todo assim e direto para a Ilha da Fantasia. E que um dia – assim como ele, sem motivos aparentes, pra lá dos oitenta e antes de me tornar uma morta-viva – ele me receba com um colar de flores e suas boas explicações. Tem gente que morre e quer ir para o céu, eu quero a Ilha da Fantasia.



Escrito pela Alê Félix
15, janeiro, 2009
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