I dreamed a dream (tradução)
Sarah Brightman
Eu tive um sonho
Houve um tempo quando os homens eram amáveis
Quando suas vozes eram suaves
E suas palavras convidativas
Houve um tempo quando o amor era cego
E o mundo era uma canção
E a canção era excitante
Houve um tempo… então tudo deu errado
Eu tive um sonho num tempo que já se foi
Quando esperanças eram elevadas e valia a pena viver
Eu sonhei que o amor nunca morreria
Eu sonhei que Deus perdoaria
Então eu era jovem e destemida
Quando sonhos eram feitos e usados e perdidos
Não havia nenhum resgate a ser pago
Nenhuma canção desconhecida, nenhum vinho intocado
Mas os tigres chegaram à noite
Com suas vozes suaves como trovão
Tal como eles rasgam sua esperança em pedaços
Tal como eles transformam seus sonhos em vergonha
Ele dormiu um verão ao meu lado
Ele encheu meus dias de maravilha infinita
Ele fez da minha infância o seu êxito
Mas ele se foi quando o outono chegou
E ainda sonho com ele vindo até mim
E nós viveríamos juntos os anos
Mas há sonhos que não podem acontecer
E há tempestades que não podemos prever
Eu tive um sonho que minha vida iria ser tão diferente deste inferno que estou vivendo…
Tão diferente daquilo que parecia…
E agora a vida matou o sonho.



Escrito pela Alê Félix
16, abril, 2009
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Pois é, nunca fui muito boa em separar a realidade da ficção… Não que eu acreditasse nos seriados que assistia, mas era impossível não sonhar com a idéia de ser uma das visitantes da Ilha da Fantasia, sabe? Não, não era somente para realizar meus desejos. Nem sequer conseguia pensar em algo que eu tanto quisesse. Eu (assim como grande parte das pessoas) possuo somente meus desejinhos fúteis, basicamente de consumo, nada que valesse um pouso nas águas da ilha de Mr. Roarke. Mas… eu pensava. De vez em quando ainda penso. E li agora há pouco que ele morreu e me deu uma tristeza quase infantil, dessas que a gente sente, não sabe explicar o porquê e esquece no momento seguinte. Talvez (segundo minhas recordações infantis), Roarke fosse uma espécie de deus e, sua ilha, um lugar para se realizar algo mais do que vontades mal resolvidas. Aquilo era um divã, um ritual de passagem e autoconhecimento que me fazia viajar, mudar os roteiros antes, durante e depois.
Perdi as contas de quantas vezes me perguntei o que faria em um lugar como aquele, que tipo de pendência teria para resolver, que rumo teria o papo psicológico de fim de seriado entre Mr. Roarke e eu.
Não faço a menor idéia de quem foi o senhor Ricardo Montalban e nem com que cara de velhinho ele se foi, mas espero que de alguma forma (sem comprometer o paraíso pessoal do defunto) ele tenha ido de: smoking branco, com a voz firme e tranquilizadora do cara que o dublava em português e a capacidade de observação psicológica do texto escrito para o Roarke. Todo assim e direto para a Ilha da Fantasia. E que um dia – assim como ele, sem motivos aparentes, pra lá dos oitenta e antes de me tornar uma morta-viva – ele me receba com um colar de flores e suas boas explicações. Tem gente que morre e quer ir para o céu, eu quero a Ilha da Fantasia.



Escrito pela Alê Félix
15, janeiro, 2009
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Eu odeio lavar louça. Na verdade, odeio fazer qualquer serviço doméstico. Sou bagunceira, preguiçosa e a culpa é a da minha avó (não sei com quem aprendi a responsabilizar as pessoas certas, mas sempre fiz isso muito bem).
Ela bem que tentou, criou as filhas e as netas para serem donas de casa impecáveis. Mas, eu, lá por volta dos meus sete anos de idade, assim que me dei conta de que estava sendo educada e treinada para ser uma boa esposa, peguei pavor aos ensinamentos que ela tanto se esforçava para nos passar. Cruzei os braços, chorei, esperniei, entortei os talheres, quebrei as vassouras e ignorei os lustra-móveis. Não aprendi a passar roupa, lavei os pratos sonhando poder quebrá-los em festas gregas, jurei que não me casaria, que não teria filhos e faria tudo o que eu quisesse da minha vida. Enquanto isso, ela dizia…
– Se você não souber cuidar de uma casa, quem vai cuidar da sua quando você tiver uma?
Dotada da arrogância dos nossos genes, eu respondia:
– Vou ter empregada!
– E vai ser madame com que dinheiro?
Precisei de terapia para lembrar que foi assim que começou tão cedo minha obsessão por independência financeira. Eu tinha certeza absoluta de que pagaria minha vida de madame com o meu próprio dinheiro, que não aceitaria que ninguém pagasse minhas contas, que não queria ser dona de casa, mãe ou manipular meus homens com afagos em troca de trocados. Não queria acordar, lavar o rosto, trocar de roupa, ir para o fogão, passar o café, servir os filhos, dar bom dia para o marido, vê-lo partir para o trabalho depois de um beijo na testa, ver os filhos partirem correndo para a escola, tirar a mesa suspirando, ligar o rádio sempre na mesma estação, arrumar a cozinha misturando os sonhos com as canções, lavar as roupas reclamando dos filhos da vizinha que ouviam músicas em um volume mais alto que os pensamentos, limpar o chão da sala com água e cera, seguir para o quarto abrindo a janela e tirando o pó, libertando o pó, caminhando entre o próprio pó.
No final da tarde, quando todos começavam a chegar do trabalho e da escola, lá estava ela engomando as roupas em silêncio enquanto eu me perguntava quem ela realmente era, o que sonhava, se já havia desejado ser outra pessoa, se sentia prazer, se um dia a veria chorar.
Nunca vi minha vó chorar… Dá para acreditar? Não sei como minha mãe se transformou na mulher sensível que é, sendo filha da rocha polida que é a mãe dela.
Ontem de manhã me disseram que ela vai precisar de um andador para se locomover. É bem provável que ela não possa mais viver só com meu avô, que precise de maiores cuidados. Enquanto os filhos não decidem o futuro, ela está apática, não quer mais conversar. Sai do sofá para o banheiro, do banheiro para a cama, da cama para o sofá. Vê programas de TV começarem e acabarem, continua preferindo as novelas. Meu avô tem trocado as roupas: as dela, as da cama, as dele. Aprendeu a fazer feijão e a chorar por ele e por ela.
A notícia de que ela não está mais podendo andar me foi dada no mesmo dia que fiquei sem empregada pela segunda vez no ano e voltei a fazer testes com as possíveis candidatas… Mulheres que aprenderam a lavar, passar, cozinhar, amar aos outros e ignorarem a si próprias. Mulheres que chegam na minha casa de manhã, sempre em busca de uma estação de rádio, com os mesmos olhares distantes, as vezes cantarolando, quase sempre chorando com o corpo mais do que com as palavras. Nenhuma delas tão eficiente quanto são as mulheres que minha vó criou, todas elas com desejos secretos de quebrar pratos tais como os meus. Todas elas tão diferentes de mim no dia a dia do trabalho e tão iguais nos alicerces da alma. Eu observo, nunca reclamo. Brigo bem com qualquer pessoa, menos com quem faz minha comida e lava minhas roupas. Converso bastante, mas procuro conhecê-las através do silêncio. Vários testes, várias mulheres e ainda não consegui contratar nenhuma, embora sinta vontade de admitir todas. Não somente para que elas façam o que eu me recusei a aprender quando minha avó tentou me ensinar, mas para ensiná-las a transformarem o trabalho em liberdade, a não aceitarem trocados ou simplesmente acreditarem que pode não ser possível fazer o que bem entendemos todos os dias, mas que um único dia deveria bastar para que não desistissem.



Escrito pela Alê Félix
21, dezembro, 2008
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Preciso parar com esse péssimo hábito de me colocar para baixo enquanto falo comigo mesma! Lembra do “O Segredo” e pára de urubuzar seus próprios poderes, Gabriela Guild! Não esquece que você é uma atriz famos… Ok, quase famosa. Um pouco famosa. Famosa o suficiente para pegar essas costelas, esses braços, essas pern… Ué, não tem pêlo, não? Não me diga que você depila o sovaco e todo o resto das partes? Hum… Será que é…
Clique aqui para continuar lendo o terceiro capítulo do “Quero Ser Ninguém”.



Escrito pela Alê Félix
19, dezembro, 2008
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Semana retrasada eu estava no Fórum de Midias Sociais lá em Curitiba, morrendo de gripe, tremendo de febre sob um casaco de inverno, quando recebo uma ligação dos fofos da Nokia dizendo que me mandariam um par de ingressos para o show da Madonna… Hoje!
Óbvio que eu amei, vou pra lá feliz da vida e agradecida, mas – apesar de gostar muito de algumas músicas da Madonna – tinha em mente que hoje eu iria era para a Vila Madalena ver o movimento. Sabe o que é? Pensa: todas as peruas e todos os gays da cidade estarão no show. Festança no Morumbi, mas, diversão garantida, seria mesmo dar uma circulada pelos bares da vila e ver a heterossexualidade restante. Uma pena ter recebido os ingressos… As ruas seriam um trabalho de observação interessantíssimo, mas a Nokia me quer ao lado das mulheres loucas e dos homens mais divertidos. Uma pena, mas, vai ver, é esse o meu lugar.
* Apesar da muvuca, se rolar um esbarrão, vou de pista, oi-me. \o/



Escrito pela Alê Félix
18, dezembro, 2008
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Trecho do segundo post da webnovela Quero ser Ninguém, agora escrito em parceria com a Giselle Itié, além da Samara Felippo.
Fui embora logo que ela se recuperou. E voltei para casa excitadissima, querendo sair mais vezes! Vou fugir sempre que eu conseguir… Ah, se vou! E se eu não fosse filha e neta de quem sou, se a minha cara não estivesse estampanada nas bancas de jornais desde o dia que nasci, bem que eu podia ser…
Clique aqui para ler o post inteiro.



Escrito pela Alê Félix
16, dezembro, 2008
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Pertencia à turma das garotas que diziam que masturbação feminina não era necessária quando se tinha um namorado. Eu não entendia por que uma coisa excluía a outra, mas, como sempre estava namorando, realmente não pensava sobre o assunto. Nunca havia ficado por ficar. Dois rapazes ao mesmo tempo, nunca. Duas garotas? Muito menos. Casa de swing e lugares públicos? Nem pensar! Nunca. Nenhum fetiche, nenhuma fantasia muito diferente das idéias batidas das menininhas de quinze anos que sonhavam com fardas e astros do rock.
Clique aqui para ler o post inteiro (O Opala da Sorte) e morrer de catapóra preta pensando sobre a veracidade (ou não) da história. 🙂
www.alefelix.com.br/365diasdesolteira



Escrito pela Alê Félix
12, dezembro, 2008
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Rio de Janeiro, 19 de outubro de 2003
Estou morrendo por ter o cerebro apertado pela torre…
Eu Lucimar Tavares Ramos Loureiro Venho denunciar o campo magnetico que Vera Lucia Silva Tavares vulgo Ze do Valqueire colocou na minha cabeça. O campo esta estacionado no Engenho Novo. Vera Lucia tirou minha alegria minha saude e minha paz. Registrei a queixa na 25 DP. Dei queixa na Ouvidoria de Policia a mando do Dr Valerio. Vera Lucia [Ze do Valqueire] me agride a qualquer hora do dia ou da noite.O campo fica 24hs ligado. Vou dizer vou dizer Ze do Valqueire mandou dizer que pra morrer so falta a coroa.
Eu sai e fui ficar num parque que existe aqui perto. Eu senti fisgadas tão fortes no peito e fiquei com medo de não conseguir chegar a clinica de cardiologia do Meier. Quando ficou provado que eu estava sofrendo do coração; Vera fugiu do Valqueire e foi se esconder na estrada dos Bandeirantes n77055 na rua Jose Duarte lote 3 casa 43.lado esquerdo tem uma venda. Depois de todos os sustos que levei passei a ter crises de taquicardia. Não posso me asustar e nem me aborrecer seriamente. eu pioro. O campo magnetico é um invento que funciona ligado ao computador com radio acoplado é tambem ligado aos canais de televisão e de radio. Com esse campo magnetico Ze do Valqueir e controla a minha visão o que eu falo e o que eu ouço. E controla a minha sensibilidade. O campo magnetico é sensivel ele fala e tem ideias proprias. No momento ele esta desrregulado. O campo magnetico imerge pelos meus sentidos. Vera le meus pensamentos e faz limpeza celebral na minha cabeça. Ze do Valqueire é camuflado ele se esconde e depois aparece é igual ao camaleão. Vera Lucia não vem em pessoa ela vem com seu campo magnetico. ela fala no Engenho Novo e no lugar saonde eu estou ao mesmo tempo. Vera Atissou os bandidos do Engenho Novo conta min.
Depois de algum tempo ja chegaram ao cumulo de entrar no meu apartamento que tem chave tetra. Abriram a porta e estão com a chave .
Eu não sei o que fazer. Ja revistaram todos os meus documentos.Vera já falou o número dos meus documentos no Engenho Novo,não posso usar minha conta corrente… Vera Lúcia já disse a senha do meu cartão de pagamento várias vezes. Ela fala muitas coisas da minha vida e já falou o nome dela várias vezes no Engenho Novo, Vera Lúcia fez isso tudo comigo porque cismou que eu tinha uma restituição indevida da receita federal. Vera me chamava de ladra. Eu tive que me defender com a doutora Alcilene Viana para dizer que não roubei. Ela me atormentava tanto que eu tive um trauma e esqueci muitas coisas, não devo nada.
No início do ano 2001 Vera lúcia da silva tavares colocou esse campo na minha cabeça. eu escutava uma pessoa falando aonde eu ia que eu peguei a restituição mas não sabia o que era aquilo.Eu morava na rua Namur 325 c:9 apto:101 Vila valqueire e vera Lúcia morava na mesma casa em cima no apartamento 201.
Por achar que peguei a restituição indevida Vera lúcia queria pegar minha casa do Valqueire,e dizia é melhor você sair daqui.De onde tive que fugir para não ficar louca. Vera lúcia fazia terrorismo comigo lá.
Pelo amor de deus me ajude a me libertar da tirania e da impunidade da Vera Lúcia da Silva Tavares (ZÉ DO VALQUEIRE)
Eu tenho fitas gravadas de pessoas que dão prova de que o campo magnético existe. O campo magnético tem que ser achado e arrancado das mãos de Vera Lúcia,lugar de louco e de terrorista é no hospício! eu tenho fé em deus que vocês vão me libertar dessa tirania,uma abraço e que deus ajude vocês pelo que fizerem por mim…
Lucimar Tavares Ramos Loureiro”



Escrito pela Alê Félix
8, dezembro, 2008
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