Tô ficando mal acostumada… Desde o carnaval que fim de semana sim, fim de semana não, eu viajo. E este é o primeiro “feriado não”… E viajar é o meu melhor jeito de brincar de esconde-esconde comigo mesma. Mas de vez em quando esta casa me engole… E aí acaba a brincadeira.



Escrito pela Alê Félix
22, abril, 2006
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Na próxima quarta-feira (26 de abril) ocorrerá o lançamento do livro Contos do Rio 2. A coletânea do concurso foi promovida e realizada no ano passado pelo caderno Prosa e Verso do jornal O Globo e pela editora Bom Texto.
O evento acontecerá a partir das 19 horas na Livraria Da Conde – Arte & Cultura que fica na Rua Conde de Bernadote, 26/sala 125, Leblon, Rio de Janeiro.
Pra quem não sabe o Marcos do Pirão sem Dono foi um dos vencedores.

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Escrito pela Alê Félix
19, abril, 2006
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E danem-se as quedas. Um dia elas me ensinarão a voar.



Escrito pela Alê Félix
12, abril, 2006
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A pior coisa que a idade me traz é a consciência da roubada. Saber que estou caminhando novamente em direção ao abismo só pra ver se dessa vez eu consigo apreciar a paisagem sem cair, é quase burrice depois do tanto que já me espatifei no chão.



Escrito pela Alê Félix
7, abril, 2006
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Micro quebrado, mãe me acusando de insanidade temporária, milhões de coisas pra resolver, nenhuma vontade de estar aqui, vontade enorme de formatar essa vida e deletar vários programas que vivem dando pau. Eu devia mudar de cidade e começar tudo do zero… Uma cidade menos windows e mais linux.



Escrito pela Alê Félix
4, abril, 2006
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Putz! Esqueci completamente de me matar nesse primeiro de abril. Desculpem pessoas. É que eu estava meio ocupada vivendo. Prometo que no ano que vem não os decepcionarei. Aliás, achei muito engraçado saber que as visitas desse blog duplicam no dia da mentira. Vocês são ótimos.
E sobre eu ironicamente morrer de verdade em um primeiro de abril, a idéia é mesmo boa. Eu ainda acho que vou escapar dessa estupidez divina que faz as pessoas morrerem no final, mas, se um dia acontecer, tomara mesmo que seja nessa data. Assim, como ninguém nunca vai saber se eu bati ou não as botas de verdade, viro uma espécie de assombração virtual. Pode ser…
Beijo pro cês. Essa semana escrevo mais. Ando com saudades daqui.



Escrito pela Alê Félix
3, abril, 2006
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Onze da noite, cólica, indisposição, fim de gripe e o meu nome em uma lista do show da Gretchen… É impressionante como a solterice atrai o nada e o bizarro. Não existe meio termo. Ou você mofa no sofá de casa durante dias, ou vai parar nos lugares mais sinistros. É o fim dos programas lights com namorado a tiracolo, amigos casados e papo furado regado a rodízio de pizza e promoções de churrascaria. Ai, ai… saudade. Eu nasci pra casar. Acho… Não gosto de ser solteira. Não gosto da superficialidade dos encontros atuais, não gosto de gente que beija na boca sem gostar do que sai pela boca.
Quando vi que eu passaria a noite jogada na cama e olhando para o teto, tomei coragem e decidi encarar o raio do show. Levantei da cama, tomei banho, fiz uns birotinhos no cabelo pra ver se ele ganhava alguma forma, procurei uma roupa vestida-pra-matar e quase morri de tédio ao me deparar com uma década de roupas bege-senhora que dominavam o meu guarda-roupa. Casar é bom, mas é quase impossível controlar o cheiro de naftalina.
Meus peitos foram a minha salvação. Meus peitos, não. Uma compra milagrosa de lingerie que, por sorte, eu havia feito. Adoro esses novos sutiãs que levantam até os ovários da gente. Decotão, batom, brincos, o preto-nosso-de-cada-noite e lá estava eu, num desses lugares detestáveis do Itaim, esperando a Bunda dos anos oitenta entrar em ação… Aliás, o que não faltava ali eram bundas. Bundas em bandos! Montes de mulheres em grupos fechados. Todas com um copo na mão e ovários erguidos dentro de decotes muito mais atualizados do que os meus.
Fui obrigada a beber – era um problema de equilíbrio. Uma dose e meia depois e lá estava eu dançando (dançando! Quem diria?) com as pérolas dos anos oitenta e achando a pombajira da Gretchen o máximo. Fazia tempo que não me divertia tanto… Mas, mesmo assim, voltei pra casa assim que acabou o show de três músicas da moçoila. Não deu vontade de ficar para o resto da festa trash. É a vantagem dos trinta anos: o desespero por diversão deixa de existir. Conferi minha cara em um dos espelhos gigantes do lugar, sorri pra mim mesma um sorriso de satisfação, passei a mão pela testa suada, peguei minha bolsa na chapelaria e senti uma mão deslizar pela minha cintura…

– Tá acompanhada, linda?

Virei o corpo pra conferir se a cantada era verdadeira, dei um suspiro leve tentando me recompor da surpresa de ser cortejada depois de tantos anos casada e, com um sorriso sincero nos lábios, menti com a naturalidade de uma senhora disposta a encarar o futuro:

– Estou… Desculpe.

A loira (muito bonita, para informação de vocês) sorriu de volta, despediu-se com um “que pena” e voltou pra pista de dança. Eu? Eu realmente me senti lisonjeada. É bom saber que se eu mudar de time, serei bem aceita do outro lado. Lisonjeada, mas fui dormir com meu travesseiro… Dormir e sonhar com o Sidney Magal e o Rick Martin do Menudo… Em situações separadas, que fique claro! Além de hetero convicta, estou cada dia mais careta. Tô frita, né? Eu vi… Vi e lembrei de uma frase que ex-maridon disse uma vez entre cerveja, maminha, coroas barrigudinhos e amigos casados: “O heterossexualismo é como o comunismo. Conceitualmente é melhor, mas historicamente nós fomos derrotados”.



Escrito pela Alê Félix
20, março, 2006
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– Devo ter perdido uns cinco quilos desde que eu me separei. Dá pra acreditar? Não emagrecia nada há meses… Agora não como direito, não durmo, não nada.
– Tá reclamando do quê? Melhor do que SPA essa sua separação. Relaxa. É só uma reação sábia do seu corpo. Ele sabe que o mercado tá feio e que é bom você ficar gostosa logo se quiser voltar pra vitrine.
– Credo! Olha só como você fala… Parece até que a vida dos solteiros é um açougue onde as mulheres ficam penduradas atrás de um balcão e os homens entram e fazem seus pedidos.
– Exatamente isso. Com a diferença que hoje em dia raríssimos homens pedem uma peça inteira. Os caras ora querem uma maminha, ora carne branca, ora uma bistequinha…
– Eu não quero pensar nisso agora…
– Ótimo. Só não se deixe virar cupim novamente. Gordurinhas estão fora de moda.
O que foi que as pessoas fizeram umas com as outras nos últimos dez anos?



Escrito pela Alê Félix
14, março, 2006
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