Foi uma noite sem paz, dessas que os sonhos acontecem como se fossem programas de televisão. Assisti todos e de nada eles me serviram. Acordava durante a madrugada, revirava, abraçava, achava que adormecia, mas não me ligava mais…
De vez em quando meu corpo desperta pedindo que eu tome alguma atitude… Urgente, de preferência. Levei um susto quando o sol entrou pelo quarto e me fez ver que, além de não estar acordada, ele já havia partido. Tentei avisá-lo pela janela, mentir que o café estava na mesa só para trazê-lo de volta, mas lembrei que na semana passada troquei o pó pelo chá. E ele nunca foi de chá… Talvez, ele nunca tenha sido de dose nenhuma, de droga nenhuma além de mim. Me tomou pra experimentar um pouco dos sonhos que aconteciam como se rodassem dentro das TVs, deixei que ficasse porque sonhei que ao lado dele eu dormiria para sempre e em paz…
E o tempo tem passado cada vez mais rápido… Tão rápido que um dia é capaz que a gente sinta saudade das pessoas que trocamos por nós próprios. Será a saudade o despertador necessário para enxergarmos que até o amor próprio é uma grande bobagem? Que auto preservação só serve pra nos tornar comuns e anestesiados, sobrevivendo entre espaços vazios que silenciam até mesmo o nosso pulso? Talvez, a gente só precise experimentar, aproveitar e parar de questionar… Tanto. Estamos acordados, a mesa está vazia e já é dia. Nada mais nos impede de ir embora, além dessa maldita cama que ainda nos faz perder a hora. Então, meu amor… Não me pergunte mais “e agora?”. Eu só preciso dormir… e gozar um pouco antes.



Postado por:Alê Félix
04/11/2010
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