– Uhu! Uhu!
– Livres!
– Cara, eu não acredito!
– Nem eu, nem eu…
– Safardanas! Mereciam uma sova. Essa baderneira me deixou tão agitado que vou ao toalete me recompor. Mas vocês, não saiam daqui!
Livrar-se do Corcel não havia sido nada. Duro seria escapar da bronca do Seu Manuel…
– Falei que não era pra chamar o português…
– Agora já era.
– Ok, galera, está tudo muito bem, está tudo muito bom, mas, antes que a felicidade embaralhe as minhas idéias, eu quero saber: afinal de contas Marilu, você ficou ou não ficou com o Corcel?
– Se liga, Ivo Holando! Claro que não fiquei.
– Então quem era a garota dos gemidos em inglês?
– Garanto que não era eu. Eu estava no banheiro naquele dia do Dancing, mas não fui eu.
– E quem foi? A loira do banheiro?
– Voadora, querido, economize seu veneno. Eu ouvi os gemidos, achei engraçado e pensei até em chamar vocês para ouvirem também, mas não deu tempo. O casalzinho saiu do box e eu é que não ia ficar plantada lá no meio, esperando que eles me vissem.
– Ué! E o que foi que você fez?
– Corri para trás da porta…
– E aí?
– E aí que eles estavam muito bêbados. A Alê chegou a ver o Corcel na saída…
– Mas se você não lembrasse da cara do cara, eu não lembraria.
– Eles estavam muito altos, deviam ter se conhecido ali, na hora e… E rolou. Enfim, o importante é que, apesar da confusão, deu tudo certo.
– Espera aí, vamos com calma. Explica isso direito. Como é que você teve tanta certeza de que o Corcel não lembraria da garota que ele transou? Achar que ele e a “gemidos em inglês” não se conheciam direito era uma coisa; outra coisa foi você se passar por ela com a maior segurança do mundo e o cara cair.
Silêncio…
– … Não posso falar.
– Sem essa, Marilu! Como assim não pode falar?
– Não posso.
– Pára! Foi você. E está escondendo o jogo pra não ficar com fama de galinha
– Mais? Só rindo mesmo… E desde quando eu me preocupo com isso, Voadora?
– Já sei. É alguém que a gente conhece.
– Não vou contar, Zarolho.
– Foi você, Alê?
– Claro que não, Ivo!
– Olha a cara de vocês duas… Ou foi uma ou foi a outra.
– Eu não vi quem era a menina. Mal vi o Corcel. Se vocês estão pensando que a Marilu contou essa história pra mim, estão muito enganados. Ela não é tão amiga minha assim. Se fosse, eu saberia detalhes sobre esse caso, muito antes dessa bagunça toda acontecer.
– Alê, sem chantagem emocional. Eu não contei porque não tinha nada para contar. O Corcel deve ter ido da danceteria para o hospital. Você mesma viu como o cara estava chapado! Não vou ficar me justificando por não ter contado um segredo. Não posso contar e pronto.
– Segredo? Hum… sei.
– É. Isso mesmo! Se eu disser, deixa de ser segredo. Mas o que é que eu estou falando? Vocês nunca souberam o significado dessa palavra.
– Não vai colar esse papo, Mariluzinha. História mal contada…
– Vocês estão procurando pêlo em ovo.
– E pelo visto estamos achando vários essa noite…
– Estranho…
– Eu não falo mais nada.
– …
– …
– Ok, ok… Eu conheço a “gemidos em inglês”. Estão contentes agora? Ela também estava meio alta e, no dia seguinte, me contou o que aconteceu entre eles. Foi um caso de balada. Não era pra ter rolado, mas enfim… Como eu fui a única testemunha e uma testemunha conhecida, ela ficou com medo que eu botasse a história na banca e pediu que eu guardasse segredo. E não me olhem com essas caras porque vocês fariam o mesmo. E eu não sei porque estamos discutindo. Não está tudo resolvido? Foi tudo uma feliz coincidência. Só isso. Agora chega desse papo.
– Então a menina chegou a ver você?
– Sim…
– E por que você se passou por ela? Por mais bêbado que o Corcel estivesse, como você sabia que ele não lembraria da garota, do rosto, do nome…?
– Sabendo…
– Bela resposta…
– Já disse, foi um caso à toa. Bêbado do jeito que ele estava, não tinha como lembrar. Não é o amor que cega, é a quantidade de álcool meu amor! Todo mundo aqui tá careca de saber disso.
– Você está enrolando. Ninguém fica bêbado a ponto de esquecer uma coisa dessas. Você não teria se arriscado, não é de dar ponto sem nó…
– Ou… sabe muito bem o que andou aprontando.
– Está certo. No dia seguinte, a… a garota do don’t stop… Ela foi até a casa do Corcel para saber se ele estava bem, se havia melhorado da bebedeira e…
– E…
– E ele achou que ela era testemunha de Jeová.
– Anh?
– Ah, Marilu! Pra cima da gente? Qual é?
– Meu, é sério! Eu juro pela minha mãe morta.
– Mostra os dedos…
– Hum…
– Testemunha de Jeová é foda…
– É a mais pura verdade. Como ele não fazia a menor idéia de quem ela era, ela ficou com vergonha de contar da noite anterior e foi embora. Foi isso que aconteceu. E se ele não a reconheceu, podia ser qualquer uma que refrescasse a memória dele com os fatos.
– Não acredito que você se fez passar pela “Don’t Stop” assim, sem mais nem menos.
– Era o jeito mais convincente dele não dar queixa de você, Zarolho! Vocês queriam que eu fizesse o quê?
– Hum… esquisito. Mas tudo bem. Por mim, assunto encerrado.
– Nem pensar, Zarolho. Conta de uma vez, Marilu! Quem é a vagabunda?
– Não vou contar, Voadora. Deixa de ser do mal. Que diferença vai fazer na sua vida saber o nome da menina?
– Ai de você o dia que eu souber de alguma coisa e você quiser saber.
– Voadora, pelamordedeus, vira homem!
– Testemunha de Jeová… Esse Corcel… vou te contar, hein! Mas vamos pensar… Se ele achou isso, a mina deve ser cabeluda, usar saião, roupa de véia e essas paradas todas de crente…
– Foi você Alê!
– Roupa de velha a puta-que-o-pariu, Voadora!
– Confessa de uma vez, Alêzinha! A gente jura que não conta pra ninguém que você é melhor falando inglês do que português.
– Está vendo o que você foi arranjar, Marilu? Agora você conta quem é a garota porque, senão esses manés vão achar que fui eu!
– Alê… desculpa, mas não vai rolar. Eu já falei mais do que devia. Não fui eu, não foi a Alê e eu só não digo quem foi porque a menina é conhecida nossa e vai ser muito foda se ela descobrir que essa história vazou.
– …
– …
– Eu respeito a decisão da Marilu.
– “Eu respeito a decisão da Marilu…” Que respeita o quê, Zarolho! Olha a cara de pateta que você ficou depois desse beijo! Diz isso só porque saiu da secura.
– Arremedando, Voadora! Deixa de ser criança…
– Ah! Ah! Olha só o cara. Só porque levou um beijo, tá se achando. Essa é boa…
– Bom, já vi que desse mato não sai coelho. Vamos ter que morrer na curiosidade sobre a “gemidos em inglês”. Mas, Mariluzinha, mudando de pato para ganso, me conta: já que eu não posso ser o seu futuro marido e já que você ama o Zarolho, posso ser o padrinho?
– Padrinho seu narizinho! Tu é muito cabeçudo, isso sim! Quase matei você e o Voadora quando vi vocês com o delegado. Vocês não tinham nada que aceitar a provocação da namorada do Corcel. Eu e a Alê tínhamos resolvido tudo.
– Que beijaço hein, Zarolho? Por essa você não esperava…
– E, ah! Desculpa, Zarolho. Puxei a sua gola com muita força.
– Tá louca? Ganhei o dia. Acho até que apaixonei…
– Sem essa, querido. Com beijo ou sem beijo, você sabe que eu te amo de verdade. Você é um irmão pra mim…
– Xiiii… irmão é foda. Prefiro ouvir aquele papo do “eu gosto de você, mas só como amigo”.
– Pode crer, Ivo. He he he… Eu também prefiro.
– Difícil é alguém dizer que gosta de você de algum jeito né, Voadora?
– Hen, hen, hen… engraçadinha.
– E, Alê, mesmo eu considerando o Zarolho como um irmão, que papo foi aquele de dizer para o Corcel que éramos irmãos? Horrível! Você sabe que esse tipo de mentira não dá muito certo…
– Ele estava encurralado, morrendo de medo da noiva descobrir, não tinha como dar errado. Horrível foi você melar a minha história, malhando o Zarolho depois do que eu disse.
– Ha ha ha… Tem razão, foi mal… É que na hora todo mundo parecia tão enlouquecido que eu achei que um dramalhão podia funcionar.
– Você é louca. Aquilo podia ter dado uma merda enorme.
– Ahhhh! Agora eu entendi! Eu vi o Corcel com aquela cara de nojo, falando não sei o que de irmãos… Não estava entendo nada.
– Vocês nem tinham como entender. O papo rolou quando estávamos a sós com o Corcel.
– E eu nem acredito que deu tudo certo…
– Rabo. Puro rabo. Não fossem as meninas do vôlei, a essa hora estaríamos todos dividindo cela.
– Eu, jamais! Estou aqui de trouxa. Devia ter ficado em casa dormindo.
– Você que agitou pra gente seguir o Zarolho! Sem essa, Voadora.
– Claro! Idéia de jerico tacar ovo em casal de namorados. Merecia cadeia, sem direito a fiança, visitas e…
Fomos interrompidos por duas moças uniformizadas…
– E aí, Ivo? E a festa dos incompetentes no amor? Nosso time está esperando…
– Putz…esqueci das brotas. E agora?
– Não olha pra mim! A casa está sob reforma.
– Fecha a boca, Zarolho!
– Anh? Me esquece, Voadora. No ônibus, Ivo…
– Que? Onde?
– No ônibus!
– Ah! Boa!
– Então… a festa vai ser em um pico cabuloso! Diz para o time continuar na concentração que logo logo a gente entra em campo.
– Que papinho mais furado… Não é à toa que há séculos você não come ninguém.
– Não difama, Marilu… não difama.
Enquanto cochichávamos, as vôleiboletes riam. Riam e…
– Você vem também, Um?
– …
– …
– É com você babão!
– Anh?
– Ah! Claro… claro.
E cantaram o Zarolho… Pela primeira vez em sua vida.
– Duvido que o Seu Manuel vai liberar o Fofão.
– Cara, ele tem que liberar! Trabalho um mês, um ano, viro escravo do português, mas ele tem que emprestar a chave do fofão. Acho que essas meninas me deram bola!
– Festa dos incompetentes no amor? Que história é essa, Ivo?
——————————–Continua.
Para ler o Post I, clique aqui.



Escrito pela Alê Félix
31, julho, 2004
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Esqueci de contar do Zé Laranja, mas já arrumei. Dei uma mexidinha e encaixei o justiceiro no post XI aí embaixo. Dia desses eu volto a falar dele. Por hora, fui.



Escrito pela Alê Félix
30, julho, 2004
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Todos falavam ao mesmo tempo. O delegado pedia silêncio… e nada. Tumulto total. A namorada do Corcel, querendo satisfações da Marilu; Zarolho e Corcel se encarando a todo instante; Seu Manuel, mesmo tendo pego o bonde andando, enfiava a cabeça pra fora… Ninguém ouvia nada direito, as jogadoras se amontoavam entre nós na salinha do delegado, o guardinha não conseguia controlar a mulherada… E foi então que, no meio daquele caos, um assovio fez com que todos fechassem a matraca e olhassem para a Marilu. Ela simplesmente assoviou o assovio mais alto que conseguiu, não pediu silêncio e se fez ouvir aos berros cênicos.
– Chega! Seu delegado, o senhor tem que entender que tudo o que eu fiz… Tudo que eu fiz foi por amor… Amor ao… Ao Um!
Um coro se formou na delegacia…
– Ummmmmm????
Nem eu lembrava que o nome do Zarolho era Um! Ou ele era o Zarolho ou o Um Dois Três de Oliveira Quatro. Nunca ninguém havia pensado em chamá-lo de Um. Só Um, mais nenhum. Nem dois, nem três. Um. Podia ser diferente, mas, naquele momento, Um pareceu um nome charmosíssimo. Tanto que ele foi pronunciado sem que as gargalhadas tomassem conta do local. Houve um zum-zum-zum por conta da declaração da Marilu, mas antes que a barulheira recomeçasse, ela pegou o Zarolho pelo colarinho e tascou-lhe um beijo na boca de desarranjar os olhinhos vesgos do rapaz e arrancar uivos e aplausos dos presentes. O porquê da cena, eu não entendi. Nem eu, nem os meninos e muito menos o pobre do Corcel, que achava que os dois eram irmãos. Pior é que, de um jeito muito do esquisito, o beijaço resolveu toda a confusão. Talvez porque fosse dia dos namorados e todos estivessem meio carentes e atacados dos nervos, afinal aquilo era mais ou menos como gostar de novela. No meio de tanta merda, qualquer final feliz melhoraria o cheiro da dura realidade de cada um. Acho que foi isso mesmo que aconteceu. Acreditar na veracidade daquela declaração de amor da cara de pau da Marilu, distraiu a mente de todos nós. O povo gostou tanto do beijo que até a disputa pelo título interescolar de voleibol foi esquecido. O Ivo que se deu bem. Aproveitou a deixa e saiu entre as meninas pregando paz, amor, beijo na boca, festa…
Festa?
– Festa, Ivo? Que festa? Onde?
– Isso é o de menos, Alêzinha! O lugar a gente vê depois. Primeiro eu descolo as minas, depois eu penso no endereço.
O delegado, ciente de que ele e seus homens tinham mais o que fazer do que resolver questões hormonais, chamou os guardas, botou os times de vôlei para correr dali e, antes que ele perguntasse para o Corcel se ele ia ou não dar queixa do Zarolho, o Corcel, ainda de olho no beijo, pegou a mão da namorada e…
– A mina está beijando o próprio irmão! Éca! Eu, hein! Essa gente é louca. Lu, vamos embora daqui. Eu é que não vou prestar queixa contra esses malucos. Esse pessoal devia estar no hospício, não na delegacia.
– Ótimo! E quanto a vocês, dou um minuto para desaparecerem da minha frente. Ou isso, ou eu vou dar um jeito de empilhar um por um em uma na cela onde está a turma do Zé Laranja.
Zé Laranja era um dos maiores vingadores da favela do Din-doin. Diziam que ele tinha o corpo fechado, que nenhuma autoridade tinha coragem e, muito menos provas, para prendê-lo… O homem era uma lenda e, apesar de dizerem que – vez ou outra – ele mandava algum infeliz cumprimentar São Pedro, a graça de suas vinganças o transformava em um herói cômico. Se ele estivesse preso, os ovos do Zarolho e o campeonato de vôlei não causariam alvoroço algum.
– Prenderam o Zé Laranja?
– Não. Só os seus comparsas. E ande logo se não quiser dividir o chão com eles essa noite.
– 😐
Nem o Seu Manuel quis maiores explicações. Saímos rapidinho. Um atrás do outro em direção à rua, comemorando, tagarelando, tentando entender o que aconteceu e em ritmo de festa… Mas que festa?
——————————–Continua, mas acho que acabo esse fim de semana. Ok, não precisa acreditar. Eu prometi que acabaria logo e este já é o décimo primeiro post. :-))))
Para ler o Post I, clique aqui.



Escrito pela Alê Félix
30, julho, 2004
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Eu sei, ando escrevendo mal e porcamente por aqui. Não que nos últimos meses eu tenha deixado a bagaça muito pior do que o normal, mas o trem tá abandonado. Mas, também, qual a graça de ter um blog que faz a gente de escravo? Nem pensar me sentir obrigada. Tô trabalhando pra caramba… E tô adorando, voltando a fazer planos, e vibrando, vibrando, vibrando. E acordando de mau-humor, vez ou outra, porque sou uma bunda mole que sempre dá um jeito de pirar achando que tudo vai dar errado. Nunca dá errado. Quando dá errado dá certo. A vida é assim. A de todo mundo é assim, mas a gente leva anos pra entender. Eu escrevo, mas ainda não entendo. Só arrisco. Arrisco, ganho e perco. Perco tudo e ganho o dobro, o triplo, o quanto valer meu blefe. Eu nunca tive boas cartas… não que eu me lembre. Mas quem precisa de boas cartas quando se sabe sorrir da própria desgraça? Meu presente é uma roleta de cassino barato e eu adoro a miséria e a glória de cada jogada. Acabei de chegar de uma maratona noturna. Sim, porque, para mim, que quando boto o nariz na rua é pra dar com a cara no chão, hoje foi uma noite de voltas olímpicas dadas aos pulinhos e com o tornozelo torcido. Eu devia ir dormir porque estou cansada e com o pé esquerdo do tamanho da minha coxa direita, mas deu vontade de escrever. Deu vontade de dizer que estou feliz, que o show do Kichute 33 foi do caralho, que o meu irmão em um palco é totalmente de foder e que o livro Balde de Gelo vai sair exatamente com as orelhas que eu pensei. Obrigada, moço do chicote. Fico muito agradecida por você despejar sua purpurina sobre os meus cabelos escovados. Sim, eu fico com cara de balzaca de cabelo lisinho em dias de festa, mas é só para enganar melhor. Maridon tem razão, o mundo é feito de farsantes.
Ah! Sobre a pergunta abaixo, tô acompanhando as respostas e escrevo o porquê dela em breve. É que, pra variar, a explicação tá grande. E nem adianta reclamar porque tudo que eu meto a mão fica grande. Ok, ok, ok… engraçadinhos guardem suas piadas. Elas são muito óbvias. Vou dormir. Tô quebrada do tornozelo aos últimos fios de cabelo. Fui. Já vi que, amanhã, este será mais um dos meus posts fantasmas. Devo ter escrito uma porrada de bobagem e nem vou olhar porque senão, nem existir ele vai. Melhor salvar e postar antes que acabe a energia, pife o computador e mude a minha sorte. Ou azar… No final, quem é que sabe a diferença? Fui, fui, fui.



Escrito pela Alê Félix
28, julho, 2004
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Se você pudesse voltar no tempo, faria tudo igual ou trataria de admitir os arrependimentos e mudaria sua história?



Escrito pela Alê Félix
26, julho, 2004
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HENRIQEKICHUTE.jpgMeu irmão – o Henrique, não o Danilo – vai tocar dia 27/Julho às 22:00 com a sua nova banda. A KICHUTE 33 – banda de pop rock – fará uma pré-estréia no Lanterna Bar na Vila Madalena. Os convidados que estiverem com o nome na lista de convidados, pagam R$ 6,00 (meninos) e R$ 4,00 (meninas). O show será filmado e passará no programa Wake up rock’n roll da TV COM.
Para incluir seu nome e, de seus amigos, na lista, acesse o link abaixo.
Clique aqui para colocar seu nome na lista de convidados.



Escrito pela Alê Félix
23, julho, 2004
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Bah! “Onde está a saga?”, “Onde está o Zarolho?”, “Que fim levou a Marilu?”, “Por que você não posta logo?”, “Onde está o Bin Laden?”. Blá, blá, blá… Ninguém quer saber onde eu estou, não? Pois deveriam seus interesseiros! Por que ontem foi um desses dias que eu tive um milhão de coisas pra fazer, desci a escada correndo, abri o portão da rua e me esborrachei na porra do buraco que Sabesp abriu (e não fechou!) na calçada aqui de casa. E torci feio o pé, e estou de molho andando ora às custas do ombro do maridon, ora me apoiando no taco de golfe, ora debruçada na banqueta de madeira que restou do Tombaqui. E não dá pra ficar de lá pra cá e de cá pra lá porque isso me deixa louca da vida por estar gorducha do jeito que estou. E, depois dessa, chega! Assim que der pé, eu opero o estômago e vou ser magrela e flácida para sempre. A vida é feita de escolhas, não é? Pois muito bem. Não se pode ter tudo. De que adianta ser uma crumbiana tamanho extra super grande densidade 33, se qualquer tombinho me transforma na inválida do buraco da Sabesp? Dane-se a flacidez. E dane-se o que amigos como você, acham. Cansei dessa vida de bolofa. Fui. E aceito ligações de carinho e palavras de consolo. Que foi? Não tem o número? Santa incompetência, Batman… Ok, ok, deixa pra lá. Mude a URL e adeus. É assim que vocês tratam os seres arrebentados pelos buracos da Sabesp. bravinho.jpg.



Escrito pela Alê Félix
22, julho, 2004
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Flá: Oi, moça.
Alê Félix: Você fez uma tatuagem!
Flá: Fiz não! É da minha irmã. rs
Alê Félix: Ah, fazendo propaganda enganosa, hein? rs
Flá: 🙂
Alê Félix: E tudo bem com você?
Flá: Tô bem, sim. E por aí?
Alê Félix: Tudo bem, também – apesar deste frio horroroso.
Flá: Adoro o frio. E viajo amanhã pra congelar mais.
Alê Félix: Odeio o frio. E não botarei o nariz na rua antes da primavera chegar.
Flá: Ah! Antes que eu esqueça, feliz dia do amigo (^^).
Alê Félix: Áfe! Até pra isso inventaram um dia?
Flá: Hehehe… Ainda bem que não inventaram de dar presente nessa data.
Alê Félix: Ou seja, nem pra isso a data serve… rs
Flá: 🙂
Alê Félix: E amigo que se preze, lá merece consciência pesada? A gente presenteia, nesses casos, quando acha que não tem feito o suficiente pela pessoa, quando não comparece… Quanto maior o peso na consciência, quanto mais ausente a pessoa for, mais presentes ela vai dar. Por isso que o dia das mães é a data mais comercial do ano. Hehehe…
Flá: Ô, moça. Tô com saudades de te ver ao vivo e em cores.
Alê Félix: Ultimamente, só se você considerar ao vivo e em cores a imagem da minha webcam.
Flá: Hahahahaha
Alê Félix: E o povo dos blogs? Tem visto?
Flá: Fui em um show do Escambo, até pensei em te chamar. Fora isso, sumi.
Alê Félix: Enjôo?
Flá: Ah, não… É que é mais interessante ir quando vai todo o mundo…
Alê Félix: É, isso é verdade.
Flá: E você? Tem saído? Desistiu de desistir de gente? 😛
Alê Félix: Nem a luz do dia eu tenho visto, quanto mais gente. rs
Flá: Hahahaha
Flá: Sai de casa, moça…
Flá: Faz bem, às vezes.
Alê Félix: Como diria o pessoal que gosta de escrever errado: Naummm. rs
Alê Félix: Frio demais…
Flá: Blé!
Alê Félix: E, se eu sair, vou ter que conversar, rir, dar opinião… Ultimamente, toda vez que eu me meto a fazer programas sociais, falo mais do que a boca, digo um monte de abobrinha e volto pra casa que nem um tatu, louco pra enfiar a cabeça num buraco e só sair quando a natureza mandar.
Flá: Hahahaha
Flá: Nem de madrugada? Tomar café?
Alê Félix: Quando muito, de madrugada.
Alê Félix: Mas não tenho mais amigos da madrugada.
Flá: Tem maridon…
Alê Félix: Sim. 🙂 Maridon é minha companhia ilimitada.
Flá: Mas onde foram parar os amigos?
Alê Félix: Ficaram velhos, caretas e chatos…
Alê Félix: E batem cartão e dormem com as galinhas (galinhas = aves que dormem cedo, não esposas).
Alê Félix: E tiveram filhos…
Alê Félix: Muitos deles tão chatos quanto seus pais…
Alê Félix: E casaram… alguns com mulheres chatas e manipuladoras e algumas com homens pouco inteligentes.
Alê Félix: E perderam a graça…
Alê Félix: E arruinaram suas vidas e viveram felizes para sempre.
Alê Félix: Bah! A chata sou eu.
Flá: Hahahaha
Flá: Por isso que eu gosto de você.
Alê Félix: Sei, sei… Só porque eu sou assumidamente uma velha, careta, chata, que não teve filhos, não bate cartão, casou com um homem que mais parece o Google e, mesmo assim, vive arruinando a própria vida e tentando ser feliz para sempre? Sei, sei… He he..
Flá: Hahahahahaha
Flá: Sorte sua não ter filhos, eu diria.
Alê Félix: Sei não.
Alê Félix: Filho deve dar rumo.
Flá: Só os fracos precisam de um norte, você diria.
Alê Félix: Então eu preciso de uma renca de filhos. Hahahaha…
Alê Félix: Eu sou muito sem rumo.
Flá: Ainda é tempo.
Alê Félix: Não. Já decidi que vou envelhecer e tentar morrer sem filhos para me ajudarem a limpar a bunda. Desde os vinte e nove que eu venho rezando para não sofrer de incontinência urinária.
Alê Félix: Se isso acontecer, vai ser foda. Vou me arrepender até o pescoço por não ter tido filhos. Vou ter que dar razão para todos os meus amigos que pariram para não ter que pagar o asilo e a enfermeira. Foda, vai ser muito foda. 😐
Flá: Hahhahahaa!
Alê Félix: Hahahaha…
Flá: Hahahahaha…
Alê Félix: A propósito, feliz dia do amigo pra você também. Quem sabe você não aparece aqui em casa quando eu tiver uns oitenta anos? 🙂 Talvez eu precise de uma mãozinha. Já que eu não ando dando a mínima para os amigos reais, talvez seja bom eu investir nos virtuais. Hahahahah…
Flá: Hum… Acho que eu vou começar a te mandar presente de dia dos amigos desde já.
Independentemente de presentes e datas, postei pensando nos amigos virtuais e reais que me ajudaram a limpar a bunda, me fizeram rir, me estenderam a mão, mandaram e-mails do tamanho de um abraço, tentaram me entender, tentaram me tirar de casa e foram ignorados pela minha rabugice nestes últimos anos. Pode não parecer, mas eu gosto pra caralho de vocês. Mesmo quando eu finjo que não ligo e quando digo que vou ligar, mas não ligo.
* Amigos Virtuais: aqueles que eu sei que existem, mas que nunca conversei (ou conversei muito pouco) e, mesmo assim, sempre que podem, passam por aqui para saber como eu estou.
* Amigos Reais: aqueles que, a cada dia que passa, eu converso menos, mas que sabem que isso tudo não passa de uma grande viadagem preguiçosa da minha parte. E que querem mais é que eu vá à merda com esse meu papinho furado.



Escrito pela Alê Félix
21, julho, 2004
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