Não se assuste com as mudanças por aqui. Por conta da FLIP e do fim de semana cheio de trabalho, decidi fazer um especial sobre o Depois que Acabou. Vou procurar as fotos dos lançamentos que eu nunca postei e, depois, tudo volta ao normal. Pra fechar, que tal um chat, hoje, as nove da noite? Quem sabe como funciona, bem. Quem não sabe, é só aparecer por aqui no horário previsto que um link para o meu chat secreto abrirá diante dos seus olhos.
Inté.



Escrito pela Alê Félix
11, julho, 2004
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“Uma linguagem muito envolvente e acessível. Um texto claro, direto. Daniela Abade tem um romance de estréia provocante, instigante e que tem que ser lido.”
Pedro Bial
“É uma metáfora contundente sobre a condição humana.
Um romance que integra, enfim, a estirpe daquelas obras que deixam o leitor em suspenso e incapaz de explicar suas sensações, mas que são recomendadas entusiasticamente aos amigos com interjeições desajeitadas: leia, leia, leia!”
Alexandre Inagaki
“Mistura duas coisas difíceis: humor afiado e uma certa delicadeza, uma
espécie de compostura frente à dor. Isso lhe dá um sabor diferente de tudo o
que existe no mercado. Depois que acabei, Carla continuou assombrando minha
cabeça como o fantasma que realmente é. Desconfio que só o próximo livro da
Daniela me tira esse encosto.”
Sérgio Rodrigues



Escrito pela Alê Félix
11, julho, 2004
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Primeiro livro da escritora Daniela Abade, o Depois que Acabou foi também nossa primeira experiência com literatura. Até então, minha minúscula editora publicava o que chamamos de livros interativos (livros com dinâmicas de jogo). Pouco mais de um ano após seu lançamento, Depois que Acabou completa o primeiro milheiro vendido, subiu durante dois meses no ranking dos títulos mais vendidos da Livraria Siciliano no Brasil, foi super bem recebido pela nossa distribuidora em Portugal, está sendo negociado para ser publicado em espanhol na Argentina e no Chile e incentivou vários escritores e editores a saírem da web e publicarem seus livros e os de outros talentos perdidos pela internet.
Trabalhando praticamente sozinhas e sem apadrinhamentos, Daniela e eu conseguimos que o livro fosse notícia no jornal O Globo, Jornal da Tarde, Folha de São Paulo, nas revistas Isto É, TPM, Oi, Outra Coisa, Info e WWW.COM.BR; entrevistas foram dadas para TVs comunitárias, programas sobre literatura em canais fechados, Globo News (Espaço Aberto), Record (Adriane Galisteu), Vitrine e outros programas de TV e rádio que eu não me recordo agora.
Erramos e acertamos várias vezes. Quase enlouquecemos, não brigamos, firmamos nosso respeito uma pela outra e temos hoje uma relação que vai além da profissional. Um ano depois, eu ainda gosto mais da primeira capa do livro do que aquela que publicamos; ela prefere a versão final. Eu ainda passo mal com os milímetros que misteriosamente desapareceram da margem superior da diagramação; acho que ela também. Eu me arrependo de não ter entrado na briga de última hora entre o rapaz do fotolito, o vendedor da gráfica e o diagramador; ela não soube direito o que aconteceu e nem tinha por que saber. Eu não devia ter apaziguado os ânimos e sim botado todo mundo no seu devido lugar; devia ter saído dando bofetes em todos os envolvidos ao invés de ter sido sensata e passado semanas pensando em comprar um saco de boxe para pendurar na sala e descarregar os meus sapos da época. Arrependo-me de ter enchido a cara de vinho no lançamento em São Paulo e saído com cara de bêbada-afetada-pegajosa em todas as fotos. Também não devia ter ido embora tão cedo no dia do lançamento em Santos – devia ter bebido mais. A Daniela diz que, se fosse hoje, não teria mexido um milhão de vezes na história enquanto era revisada. Bobagem, ela fez um ótimo trabalho. Escreveu um ótimo romance e a revisora fez muito bem a sua parte. Seu único erro foi ter aceitado o buquê de flores que os proprietários da rede de livrarias Sodiler lhe enviaram na Bienal do Livro no ano passado. Alérgica ao tipo de flor que decorava a mesa do estande onde autografaria o livro, ela precisou ser socorrida e passou a maior parte do tempo sendo atendida na enfermaria do Riocentro. O incidente e a disputa de espaço com celebridades globais, fizeram com que um único livro fosse autografado durante os poucos minutos que ela conseguiu permanecer no estande. Nós duas rimos e achamos uma vitória; um encarte literário no Paraná não achou nem graça. Ok, mentira. Durante meia dúzia de dias, eu também fiquei brava com parte do que disseram, mas ignorei e rapidinho passou. Graças a Deus, minha braveza tem prazo de validade e meu coração tem lugar reservado até para os críticos. Hoje em dia tenho até simpatia pelo encarte. Não é fácil sobreviver nesse meio. Aliás, em meio nenhum.
Um ano depois, os resultados não poderiam ser melhores: Daniela está lá na FLIP dando autógrafos e disputando a vaga de goleira do time de escritores do Chico Buarque e eu estou aqui, em paz, em pleno feriadão, conferindo a revisão do inspirador e divertido Balde de Gelo (próximo lançamento da Gênese). Em um país onde os escritores iniciantes não passam da primeira edição e, muitas vezes do primeiro livro, a Daniela segue cativando seus leitores, editores e escrevendo seu quarto livro. O “Crônicos” será publicado pela Ediouro e “O Grande Livro das Desculpas” talvez por mim. “Talvez”, porque ainda não sei. Estou pensando. Gosto muito dele e sou a primeira da fila, mas tenho dúvidas se quero continuar no ritmo que eu trabalho. Não gosto de trabalhar. Eu quero a vida de rede do Caymmi e não os louros e as vaidades do mundo literário. Decidi que quero, no máximo, dez livros na lista da Gênese. Acho. Dez livros e cinco CDs. Será? Não sei. Agora inventei que quero lançar CDs, dar umas festas de arromba nos lançamentos. Eu viajo na maionese… Enfim, vamos ver o que acontece. Por mais cansativo que seja, a ajuda vem de todos os lados e isso alivia muito da piração toda. Foi o que aconteceu com o Depois que Acabou. A Lia fez o site do livro, o Marco escreveu a orelha e direcionou as visitas do seu blog para o site da editora no dia do lançamento em São Paulo, centenas de blogueiros ajudaram na divulgação, a família da Dani mobilizou a cidade de Santos para o lançamento no litoral paulista, o Inagaki nos brindou com a primeira resenha, a Daniela nunca cruzou os braços e trabalha até hoje em parceria conosco para que o livro venda e seja divulgado, e o Rubens salvou a nossa cara do maior mico de todos. Nunca vou esquecer de agradecê-lo por ter ido na gráfica com a gente, às sete da manhã, no dia do teste de impressão, batido o olho em uma pilha enorme de folhas internas que já estavam impressas e visto um erro de fonte, causado pela passagem do texto do MAC para PC, que transformava o nome da “Ana”, no bilhete da página 132, em “Anal”. Santo Olho de Tandera!



Escrito pela Alê Félix
9, julho, 2004
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Claudio Julio Tognolli
A idéia do uso das lentes e das metáforas abarcando pares de óculos não é singularmente nova. Estará nas biografias do monge Roger Bacon, a quem se atribui a invenção dos óculos, passará pela hagiografia filosófica a abarcar Baruch Spinoza como o mais famoso polidor de lentes. Chega mesmo nas metáforas de salvação por meio da luz, brotando das quase indecifráveis entrelinhas em que Dante Alighieri revela sua Beatriz ser salva pela luz – bem na época em que a metáfora de progresso repousava nos experimentos de luz e lentes prodigalizados por Witelo e Gauss. Bate, no século 19, na Luneta Mágica, de Joaquim Manuel de Macedo, e se instala como um bálsamo contra os bocejos da razão do romantismo brasileiro – lembrando que o quiçá maior romântico de todos, Edgar Allan Poe, vindicava o uso da razão métrica onde todos viam o bater de corações pusilânimes.
Bem, nesses vagidos racionais, há quem coloque a undécima seta da razão naquilo que Platão chamava de fazer hipóteses sobre as hipóteses – pelo que, se crermos sincero o que Platão vindicava, poderíamos atingir o que há de mais alto em termos de razão. E o que isso tudo tem a ver com a escritora Daniela Abade? Tudo, e muito mais. Lê-se no livro oitavo da Odisséia que os deuses nos prodigalizam situações sem solução para que, depois, possamos ter “o que cantar”, como notou Borges. Daniela Abade, em seu Depois que Acabou (Editora Gênese, São Paulo), espertamente abarcou séculos de metáforas oculares para tecer uma outra metáfora, ou seja: uma metáfora lapidar entre as tantas outras. Carla, como herdeira presuntiva da narrativa de Memórias Póstumas de Brás Cubas, vê-se dilacerada por um caminhão justamente porque resolveu consertar os seus óculos no meio de uma rua. A partir daí, a outra metáfora brotará na narrativa: Carla teve de perder os óculos terrenos, e a visão sumamente mundana de quem habita a face da terra, para poder ganhar visões literalmente de outro mundo – numa insidiosa petição estética de princípios.
O livro se desenrola sobre esse estratagema: uma metáfora sobre outra. Não encontrará o leitor um côvado de tocaias literárias a cada esquina do livro. Que, diga-se de passagem, é sumamente redondo. Acostumados que estamos (porque da herança noir) a destecer tramas urdidas com malandragem, vemos em Depois que Acabou um fairplay cuja beleza reside na interpretação fenomenológica, do primado das sensações, sobre fatos aos quais nós, simples mortais, não captamos a essência – talvez porque mergulhados no óxido da rotina e no zinabre do ganhar a vida. Foi justamente porque a perdeu que Carla vê algo que a própria vida não se lhe daria. Carla está em todo o lugar, intui como nunca. E a autora, Daniela Abade, sem querer, justamente talvez porque o quisesse, cometeu uma singular obra, recheada daquela citação paulina em que “somente quem se perde a si mesmo conquista a plenitude do espírito santo”. Carla, a personagem, atravessa as páginas reconquistando angulações da vida. Simplesmente porque não mais a esta vida pertence.
Claudio Tognolli é repórter especial da Rádio Jovem Pan e do site Consultor Jurídico. É colunista da revista Caros Amigos e do Observatório de Imprensa. Consultor de jornalismo investigativo da Unesco no Brasil e professor de jornalismo na
Unifiam-Faam e na Eca-USP.

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II FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATI

NOITE DA PERMUTA DE IDÉIAS
DIA 09/07 (sexta-feira) – Noite de Autógrafos:
“Depois que Acabou” – Daniela Abade (Ed. Gênese)
“Primavera Eterna” – Paula Foschia (Ed. Cândide)
“O Cabotino” – Paulo Polzonoff (Ed. Cândide)
“A Permuta dos Sábios” – Um estudo sobre as correspondências entre Carl Gustav Jung e Wolfgang Pauli – César Rey Xavier (classificado ao Prêmio Jabuti) (Ed.Annablume)
“Assim Até Eu” – Antonio Tadeu Wojeiechowski (Lagarto Editores)
“Solda” – Luiz Antônio Solda (Ed. Quadrante Editorial)
Local: Casarão do Cunha
Estrada Paraty Cunha – Km 5 – s/n°
Ponte Branca
Paraty – RJ
Hora: 20h30
Entrada Franca



Escrito pela Alê Félix
7, julho, 2004
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– Pensam que é fácil saber que eu vou ter que passar o resto da vida com alguém? É o mesmo que ter uma corda no pescoço e esperar pela condenação.
– Credo! Que coisa horrível achar que casamento é isso. Sua namorada sabe que você pensa isso? Eu, hein…
– Sem essa! Em que ano você pensa que está? Hoje em dia ninguém mais casa sem querer. Você diz isso por que não gosta dela. Se gostasse… Se gostasse não teria ficado comigo no fim de semana.
– Querem saber? Eu não tenho que dar satisfação da minha vida pra vocês duas. Ninguém aqui é santo! Que atire a primeira pedra quem nunca fez merda em um banheiro público? Ainda mais bêbado.
– Nem vem que não tem, bebé! Em banheiro público, eu só fiz xixi; cocô, nunca! Nem sobre forração de papel higiênico, querido! E olha só o que você está fazendo? Agora a menina não pára mais de chorar! Amiga, não fica assim… Não chora… Está vendo como ele não vale a pena? Você esquece… Vamos embora, deixa esse cara pra lá.
– Espera aí! Vocês não vão contar nada, vão?
Demos as costas para o futuro enforcado. Ele, atrás de nós implorando nosso silêncio. Nós havíamos vencido. Ele jamais daria queixa do Zarolho, mas eu quis ter certeza…
– Não vamos contar. E agora deixa minha amiga sofrer em paz. Não fala mais com a gente.
– É um favor.
– O quê?
– Paz e amor! Amor! Eu falei amor! Paz e amor pra vocês. Foi isso.
– Sei… Enrolado até o pescoço e ainda fazendo graça. Merece…
Preocupada em manter a ordem e o foco, Marilu cochichou:
– Não banque a folgada. Vamos embora daqui.
E quando achamos que tudo estava resolvido e era só chamar os meninos, vimos o Zarolho, Seu Manuel, a namorada do Corcel, o Ivo e o Voadora. Todos na mesa com o delegado…
– Ele ficou com a nossa amiga!
– Por isso que levou uma ovada!
– Não, não pode ser…
– Foi, sim!
– No Dancing…
– Domingo, no Dancing.
– O que não justifica você tacar ovos na rapariga, Oliveira! Perdeu o juízo, rapaz?
– Mas Seu Manuel não foi bem assim…
– Meu noivo nunca faria isso comigo!
– Noivo? Xi, garota… Noivo? Fica esperta! O Corcel não é flor se cheire, não. Mas o que é que eu tô dizendo? Você também não é…
Quando poderíamos imaginar que a namorada do Corcel encrencaria com os meninos? Lá estava ela, com o dedo no nariz do Ivo. E tudo porque, na hora que ela foi averiguar a informação de que a mãe estava na delegacia, além de ter visto que era mentira, deu de cara com o Ivo e o Voadora. Ao reconhecê-los, ela não resistiu e…
– Trombadinhas!
Ivo ignorou a provocação, mas o Voadora não agüentou…
– Ô, Cornélia! Por que você não pergunta para o seu namorado o que ele estava fazendo domingo à noite?
Rebu! A menina quis tirar satisfação, o delegado estava passando, seu Manuel também e foram todos direto para a salinha. Eu e a Marilu bem que tentamos botar panos quentes, mas era tarde. A confusão já estava armada e o Corcel… O Corcel correu para se explicar, fazer promessas e negar, negar até o fim – como todo bom espécime do sexo masculino faria no seu lugar.
——————————–Continua. De carreirinha….
Para ler o Post I, clique aqui.



Escrito pela Alê Félix
6, julho, 2004
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– Mas é tudo farinha do mesmo saco, mesmo! Eu vi você sendo arrastado pelos seus amigos e a sua memória naquela hora parecia boa, boa. Por que agora está dizendo que não lembra da minha amiga, hein?
– Acho que eu perdi alguma coisa… Alguém te chamou na conversa?
– Não. Ninguém me chamou. E já que ninguém chamou, eu vou ali descobrir o que a sua namorada acha dessa história toda.
– Tá louca, menina? Espera aí! Vem aqui…
– Ótimo! Então, já que agora eu fui chamada na conversa acho bom você saber que, não bastasse você ser um traidor de namoradas, você é também uma besta quadrada fofoqueira.
– De onde surgiu essa louca?
– Do Dancing, domingo passado. Eu estava na saída da danceteria quando você foi tirado de lá. E louca vai ficar a sua namorada, quando souber da história dos gemidos em inglês.
– …
– É isso aí. Eu vi você contando para os seus amigos na saída.
Marilu sorriu disfarçadamente com o olhar, o Corcel gelou, mudou a expressão e rapidamente de atitude…
– Olha, eu não lembro muita coisa daquela noite, mas…
Cruzei os braços, Marilu colocou a mão sobre os olhos e virou de lado como se estivesse chocada com a notícia e prestes a chorar.
– Eu não acredito…
– Calma, amiga. Não fica assim. Está vendo o que você fez?
– …
– Não chora… Homens são assim mesmo. Um dia fazem promessas em inglês no banheiro da danceteria e no dia dos namorados levam flores para a outra.
– Ei, ei, ei! Vamos com calma! Eu não prometi nada, não! E a outra nesse caso, é a sua amiga aí.
– Eu não era uma desconhecida!
Foi a própria Marilu que me contou dos gemidos em inglês. Tirou o maior sarro no dia, disse que o casal estava no box, fazendo chamada oral do verbo “to be”, contou para as outras garotas que estavam com a gente… Não era possível que fosse ela. Seria muita cara de pau. Tanta quanto para aqueles olhos vermelhos de choro que ela estava simulando.
– Olha aqui! Pra você eu posso não ter significado nada, mas pra mim você foi muito importante, viu? Precisava ter contado dos gemidos americanos pra torcida do Corinthians? Era pra ser uma brincadeira nossa! Só nossa.
– Não fica assim. Você sabe! Ele é homem. Dois prazeres lembra? Um na hora da transa e outra na hora de contar para os amigos. Eles são todos iguais…
– Não deu pra guardar pra você mesmo, não? Teve que se gabar?
– Eu estava bê-ba-do!
– Ah, é? Então você que explique isso para a sua namoradinha, porque eu vou lá fora agora e vou contar tudo pra ela!
– Não! Espera. Espera aí. Vamos conversar…
– Não temos nada pra conversar com você. Você merecia ter levado várias ovadas do irmão dela. Você iludiu minha amiga, sabia?
Dizer que o Zarolho era o irmão vingador da Marilu foi um erro. Nessas horas, quanto menos informações fáceis de serem desmascaradas, melhor. Nada de citar nomes, nada de inventar parentescos. O problema é que eu normalmente esquecia dessa regra. Me empolgava com a encenação e falava mais do que a boca.
– Olha… está certo. Eu não sabia o que estava fazendo. Me desculpa se eu magoei você, se falei alguma coisa ruim… Eu não lembro, mas desculpa. Tudo bem assim?
– Não.
– Como não? Você quer que eu faça o quê?
Chegamos onde queríamos…
– Além de ter me magoado você ainda quer dar queixa do meu irmão só por causa de um ovinho…
E a cara de pau choramingou de novo… Que atriz! Que amiga mais penosa!
“A cachorra dá um show no banheiro da danceteria, não me conta nada e ainda faz chantagem melhor do que eu. Se eu soubesse chorar desse jeito, nunca mais discutiria com namorado nenhum. Era só chorar e todos os meus problemas estariam resolvidos.”
– Ei, não precisa chorar mais, ok? Eu não sabia que ele era o seu irmão.
Crise, só podia ser outra crise. A Marilu sempre fazia bobagem quando estava deprimida. Sua vida, naquela época, se dividia entre sexo casual e uma coleção de paixões mal resolvidas. Transar por transar ainda vá lá, mas sem critério físico ou cerebral algum era desesperador. O cara era um babaca à primeira vista.
– Vamos esquecer tudo isso, ok? Eu não dou queixa do seu irmão e você não conta nada pra minha noiva.
– Noiva?
– Noiva? Você vai casar com a menina e transou com a… comigo?
– É o fim da picada…
Fiquei indignada. Marilu quase riu, mas se recuperou logo e fingiu outra cena de lágrimas. Como chorava bem, aquela maldita! Mas, pelo menos, daquela vez ela titubeou para dizer com quem o Corcel havia transado. Ele não percebeu nada, mas eu percebi. Não que a história do banheiro não fosse digna do seu currículo de maluca em crise por nada e sempre, mas a moça do “don’t stop, please, God!”, não era ela.
——————————–Continua grande. Não acaba logo.
Para ler o Post I, clique aqui.



Escrito pela Alê Félix
5, julho, 2004
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Vá, compre o livro e aproveite para dar um beijo nele e ver a face misteriosa dele.



Escrito pela Alê Félix
3, julho, 2004
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Será que isso faz de mim um tiquinho mineira? Todo mundo pergunta por que eu não tiro o trem da boca e eu nunca soube responder. Acho que está aí a resposta… Meu trem deve vir de Poços de Caldas.



Escrito pela Alê Félix
3, julho, 2004
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