Até o final desta semana esse template me causará uma crise de glicose. Preciso de um verde escritório urgente. E de uma nova terapeuta. Quer dizer, “novo” terapeuta. Não é machismo da minha parte – apesar de eu realmente ser meio machista e achar isto uma qualidade. Fato é que não existe lógica no universo feminino e, de louca, basta eu.
Respondendo aos comentários:
Lari, é uma febre.
Bruno, oba! 😉
Bruninha, isso depõe contra você. Pega mal, minha linda…
Lilith, eu também, mas ele ficou bobo. A idéia era fazer uma coleção de gatos pretos famosos.
Melissa, tenha fé. 😉
Raphael, mesmo Deleuze sendo um dos mais importantes filósofos das últimas décadas, é engraçado ver a morte de um pensador contemporâneo fazer mercado. Quer dizer que esses dois já viraram moda nos consultórios aqui do Brasil, é? Veja só… Quando foi que eles morreram? Já tem dez anos? Acho que não. Bom, obrigada pela dica. Mas, pra mim, tanto faz a linha do terapeuta. Eu sou mulher, só preciso dividir o fardo da existência do melhor jeito que uma mulher costuma fazer: falando. E de preferência, pelos cotovelos.
Ponto, é verdade. Saudade das gorduchas do Botero.
Patricia, também espero. O sistema de comentários do meu irmão estava fora do ar, mas já voltou. No blog dele tem o e-mail de contato. 😉
Liah, eles tem mais que nós, mas a taxa de aproveitamento nem sempre é grande coisa. De qualquer forma, eles levam a vida de um jeito mais interessante, mais leve. Se bem que, com essa onda de homens mandados por suas mulheres, carreiras e dinheiro, não se pode levar essa diferença muito a sério.
Naty, eu tenho amigos e amigas confiáveis. Acho que neste caso não é o sexo, mas o tipo de relação que construímos. Tem uma frase, não sei de quem, que diz: “Em uma coisa homens e mulheres concordam: ambos não confiam em mulheres”. É engraçado, mas deveria fazer as mulheres mudarem de postura. Acabar com as rivalidades bobas que existem, sabe? Seria bom.
Fernanda, legal. 😉
Carol, também gosto de vermelho. O desenho voltará.
Augusto, “pomba monstra”? Que criatividade! De todas as coisas que já me chamaram na vida essa foi a mais sem noção e a mais engraçada. Quanto ao seu carro, dependendo do estado, passe aqui em casa qualquer dia desses pra um café e fechamos a aposta. Vai ser a aposta mais baba da minha vida. Sobre as mentiras, relaxe querido. Leia as histórias como quem assite a um filme e não a um reality show. Tudo fará sentido e você sofrerá menos. Ou adote um pouquinho de Cazuza na mente e passe a se interessar por mentiras sinceras. Garanto que valerá a pena. E sobre a minha auto-promoção, você está certo. Este blog faz parte da minha campanha para disputar a prefeitura da Praia Grande de 2020. Se eu for eleita, contrato você para cuidar da minha estátua. Eu prometo!
Livia, meladíssimo! Argh…
Ana Carol, a URL está aberta. Volte quando quiser.
Palua, não me dão nos nervos, mas às vezes acham pêlo em ovo demais.
André, se não for o seu tudo bem. 🙂 O seu não está oferecendo resultados positivos. rs
Stef e Alexandra, eu também!



Escrito pela Alê Félix
22, junho, 2004
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Meu irmão. O caçula.
henrique.jpg
Respondendo aos Comentários:
Bico, em homenagem a você eu mudei a informação acima. O Henrique é meu irmão e ele adora essa foto tanto quanto todos nós lá de casa. Eu e meus irmãos rolavamos de rir quando ele chorava. Ruindade, né? Beijo! 😉
Isabella, acho que alguém lá em casa já fez isso também. Pode ter sido eu, mas se foi, devo ter me quebrado. Gordinha que era, nem se eu fosse o Coringa. Beijo! 😉
Bicu, “procriastes”? Iu! Nem “procriastes”, nem “paristes”, meu lindo! rs. Não por enquanto. Beijo de novo.
Ana, sou não. Lá em casa é todo mundo assim. Graças a Deus! Passar por isso dentro de casa é melhor do que qualquer chambinho ou toddynho da vida. Fortalece que é uma beleza. E com a vantagem que ensinou a gente a rir de si próprio. Mas amamos essa foto. Inclusive meu irmão. Pode acreditar. Beijo querida! 😉
André, eu também adorei a da Iemanjá. Principalmente porque eu adoro aquela expressão de rosto da minha mãe. Beijãozão pra você. Eu vou muito com a sua cara viu, menino? Beijo e juízo. 😉
Andreia, não sei. Era pra eu ter postado nesse fim de semana, mas eu quis terminar a história do Zarolho antes que ela virasse outra saga. Quando der vontade eu escrevo. Beijo minha linda e obrigada por vir me ver. 😉
Rose, a essa hora já deve ter visto. E deve ter rido, pensado “aquela $%^&* da minha irmã é foda…” e adorado. Tem que ser muito besta pra não curtir o ridículo do passado. É possível que eu ligasse, ele não. Também, qualquer problema, ele tem a senha daqui. É só tirar. Ah, você é a Rose que eu conheci no aniversário dele? Vou lá no seu blog ver. 😉
Trinity, nem preciso responder pra você, né? Ah, desculpa eu ter desligado o telefone meio na correria. Ontem inventei de abrir o chat e sou meio atrapalhada pra escrever e falar no telefone. Pra piorar, ainda precisava sair. Beijo querida, ligue quando quiser. 😉
Trakinas, adoro seu nick. 🙂 Então, vou parar de prometer antes que eu ganhe alguma eleição. Mas puxa vida, essa foto é linda! E sabe que eu andei procurando as minhas fotos “queima-filme” e não encontrei nenhuma. Todas posadinhas e engraçadinhas. E descobri que eu sempre fui ou muito malandra ou muito mascarada. Ou eu dei fim em todas as fotos ridículas do meu passado ou eu era a sabidinha que não se deixava fotografar de qualquer jeito. É provável que seja as duas coisas, mas enfim… Beijo, querida!
Do, mais estranho ainda você e outros tantos que me mandaram e-mails, questionarem esse tipo de coisa. E sabe o que é engraçado? Os serviços de estatística erram em uma média de 50% menos. Às vezes mais. Não é o máximo? Pois então, se você viu cinco mil, na verdade são quase oito mil. Mas não fique aflito. Nem sempre foi assim e em breve eu acredito que ele voltará para a casa dos mil, dois mil. Mas, como eu disse, não foi só vc que perguntou. Todo mundo perguntando sobre a quantidade de visitas daqui. Não é um absurdo? Eu acho. Tanto acho que tirei as estatísticas, contadores e outras brincadeirinhas que só servem para aumentar a dúvida alheia. Não quero ser responsável pela angustia dos outros. Vou ser sincera com você, eu mantenho este blog por que é divertido, por que ele faz bem pra minha alma, para o meu ego e por que eu tenho uma editora. E sou tão neurótica que às vezes me questiono se ele não é prejudicial para a empresa. Já pensei em tirá-lo do ar uma centena de vezes. Hoje mesmo eu pensei. E nem era frescura. Paranóia pode ser, frescura não. É que esse papo de blogueiros às vezes é meio mundinho, sabe? É como bairro de pobre onde o vizinho fica de olho na casa do outro pra ver se ele trocou de carro, se construiu mais um cômodo, se está empregado, se anda dando muitas festas… Esses vizinhos são meio malas é verdade, mas tem a parte boa. A parte que me faz gostar da brincadeira. Gente como o André Stern, A Trinity, a Keka, a Deise, o Túlio, a Patrícia que acabou de abrir a comunidade Amarula com Sucrilhos no Orkut e outros tantos que não comentam sempre, mas que eu sei quem são e guardo no fundo do meu coração. Bacana esse negócio, viu? E pra melhorar, tem a editora que não me dá tanto dinheiro quanto eu sei ganhar, mas é a coisa mais legal que eu já fiz na vida. Como você pode ver, tanta coisa boa que eu deveria manter e me orgulhar do meu contador, mas aí eu pensei: “mas que merda! Isso é só um contador. Que diferença faz se eu tenho duas ou dez mil visitas em um dia? Se alguém entra aqui só pra checar esses dados, não precisa mais voltar.” Seria como aceitar que entrassem na minha casa só pra olhar a minha caixa de correio, ver se eu recebi visitas, ligações… Eu hein! Tanta coisa boa pra fazer aqui em casa. Não, não quero. Beijo pra você, tá? E relaxe. Essa é a parte que não vale a pena.
Lari, bem-vinda. Tem posts da saga que foram escritos no começo do ano. Não sei exatamente os meses, mas que tem, tem. Beijo pra você e volte sempre que sentir vontade. 😉
Crente, adoro seu nick também. É muito engraçado. Querido, vai ver é por que você é muito mais legal do que eu. Certamente é. 😉 Beijo pro cê. Ah, tô mandando mais um tiquinho de visitas, tá? Espero que tudo na sua vida aumente. rs.



Escrito pela Alê Félix
21, junho, 2004
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12 de Junho de 1990 – Fugindo do Corcel II
– Pé na tábua, Zarolho!
– Tá vendo? Culpa de vocês que ficaram buzinando na minha orelha.
– Essa é boa… Você é o louco arremessador de ovos e a culpa de uma das suas vítimas te perseguir é nossa? Se liga, Zarolho!
– E quem é você Marilu pra falar de mim?
– Ahn? Desenvolve…
– É isso mesmo! Quem aqui tem moral pra me incriminar?
– Ninguém está dizendo nada Zarolho. E se concentra nesse volante! Se concentra porque o cara do Corcel está colado na gente.
– Não se mete, Alê! Vocês estão dizendo sim. Vocês sempre dizem. Estão sempre sacaneando alguém, sempre se divertindo às custas dos outros,
inventando apelidos…
– Vocês, vírgula!
– Vírgula o escambau, Alessandra! Você também.
– Eu também o quê? Pra quem eu dei apelido?
– A Maria dos Pacotes serve como exemplo? E nem tente chorar!
E eu quase chorei… Só de lembrar da Maria eu chorava. Não pelo apelido. O Zarolho sabia que não tinha nada a ver com o apelido. Mas ele estava com
raiva e machucaria qualquer um de nós para se defender. Fiquei quieta e deixei ele falar. Ele sabia que naquela noite a Maria dos Pacotes era o meu
ponto fraco. Não valia a pena discutir.
– Vocês acham que eu não sou capaz de arranjar uma namorada sozinho, que eu nunca transei com ninguém, que nenhuma garota me dá bola… Mas e vocês,
hein? E vocês?
– Não viaja, Zarolho…
– Você principalmente, Ivo! Fala, fala, fala, mas quantas namoradas você já teve? Hein? Quantas? Diz aí! Você se acha o máximo, mas não passa de um
mané. Deu uns beijos na Cacilda quando era pivete e namorou a Juliana. Mas só porque ela morava em outro estado e você ainda era um cara que tomava
banho. Depois dela, você ficou tão abestalhado que só conseguiu ficar com a Patrícia. Mesmo assim levou um pé na bunda em menos de um mês…
– Não foi bem um pé na bunda…
– Não, não foi. Foi nojo mesmo.
– Ah, vá! Que nojo, que nada. Você tá por fora, Zarolho. A Paty curtia minhas brincadeiras.
– Brincadeiras que toda garota tem nojo.
– Porque mulheres não tem senso de humor, só por isso.
– Ivo, não mistura as bolas. Uma coisa é ter senso de humor, outra coisa é descobrir que o idiota do namorado fica testando os ditados na hora do
recreio.
– Vocês acham o quê? Que ela terminou comigo só por causa daquilo?
– Eu não namoraria um cara que fica cuspindo para o alto para ver se o cuspe realmente cai na testa. Nojento…
– E o dia que ele levou um ferro pra escola? Lembram?
– HAHHAHHAH…. Quem com ferro fere, com ferro será ferido…
– O dia em que vocês, mulheres, perceberem as vantagens de namorar um homem que as faça rir, deixarão de ser tão chatas. Olha você Marilu!
– Eu o quê, Ivo Augusto?
– Você era legal. Aí começou a namorar o mala sem alça do Kiko, começou a levar a sério esse negócio de namoro e olha o que deu? Perdeu a graça.
Nunca mais foi a mesma, nunca mais deu show na caixa d’água do colégio…
– Ivo, me esquece, ok?
– Mas aí eu sou obrigado a discordar de você, Ivo. O Kiko salvou a Marilu das trevas, da chuva de enxofre, do caminho da perdição…
– Voadora, porque você não aposenta esse seu lado Nelson Rubens e não libera de uma vez por todas essa franga adormecida que existe dentro de você?
– Opa! Opa! Pega leve aí, sua louca!
– Olha aqui menino, eu só tenho uma coisa pra dizer pra você: Não se reprima, não se reprima, não se reprima…
O clima estava tenso. Por um segundo, achamos que o Voadora e a Marilu iam brigar de verdade. Lembrar o Voadora do seu passado Menudete sempre dava
briga. Estávamos nervosos, o papo pesado, o velocímetro aumentando, o pombinho do Corcel acelerando em busca de vingança e o Ivo… O Ivo quebrou
todo o clima aproveitando a deixa da Marilu e cantarolando o resto da música…
Por isso canta, dança, sem parar… Sobe, desce, como quiser… Sonha, vive, como eu… Pula, grita, oh, oh oh… Caraca, não é que eu ainda
lembro dessa droga de música? Como era mesmo o resto? – Não segure muito seus instintos porque isto não é natural… Saiba que o sangue fala ao
contrário, muito forte, quando quer evitar!

– Está errado…
Vá em frente entre numa boa porque a vida é uma festa… Não controle, não domine, não modere tudo isso faz muito mal…
… Deixe que a mente relaxe e faça o que mandar o coração…
– Pô, a letra era bacana, hein? Se eles não fossem tão viadinhos…
– Ah, eles eram bonitinhos!
– Nha, eu preferia o Ray e você? Sem o papo gay, Alê…
… Chega de fugir, de se esconder e de deixar a vida pra depois…
– Não se empolga Voadora! Dançar já é demais…
… Não pense demais, o mundo gira, o tempo corre e nada vai te esperar. Entre de cabeça nos teus sonhos, só assim você vai ser feliz…
Era engraçado cantar Menudo naquele momento. Alguns de nós diziam que não gostavam, que era horrível, mas um cantava um pedaço e o outro já lembrava
a outra parte. Quando vimos, até o Zarolho estava cantando com a gente…
… Por isso canta, dança, grita, oh oh oh … Não se reprima, não se reprima, não se reprima. Não se reprima, não se reprima, pode gritar. Não
se reprima, não se reprima, não se reprima…

Um minuto de paz e esquecemos da perseguição. Zarolho, mesmo cantando junto, não tirava os olhos do retrovisor e o pé do acelerador, mas o medo de
que o Corcel nos pegasse nem era mais tão grande. Não até que…
– Agora, ferrou! Blitz…
Não se reprima… Boa, Zarolho! Blitz documentos! Só temos instrumento… Amor, pede uma porção de batata frita? Só tem chopes…
– Blitz, galera! Blitz! Blitz polícia, não a banda.
– Anhhhh????
– O guarda mandou parar…
– E agora?
– Ai caramba… O Corcel também está parando.
– Agora danou-se…
Paramos o carro. Ninguém deu um pio. Zarolho educadamente apresentou os documentos e…
– O RG por favor…
– Hum… deixa eu ver… aqui.
Os cinco com o loló na mão, o policial sério, conferindo a documentação e…
– Um Dois Três de Oliveira Quatro? Isso lá é nome de gente rapaz?
———————Continua.
Para ler o Post I, clique aqui.



Escrito pela Alê Félix
19, junho, 2004
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12 de Junho de 1990 – Ainda seguindo o carro do Zarolho…
– Tem certeza que aquilo era um ovo?
– Era um ovo sim, Alê! Olha, lá! Olha o cara com a perna cheia de gema. Acho que acertou a menina também…
– Pára de rir, Ivo Augusto! Sacanagem da grossa o Zarolho fazer isso…
– Marilu, você é engraçada. Manda eu parar de rir e está quase roxa de riso. Se liga, menina! A gente descobre que o Zarolho no dia dos namorados se
transforma em um atirador de ovos e vocês querem que eu veja isso e chore? O cara é o vingador dos sem-namorados! Virou meu ídolo. Eu amo esse
garoto!
– Olha lá! Mais um! Vixe, mais uma ovada… E dentro do carro dos pombinhos!
– Zarolho, enlouqueceu… só pode ser. E agora? Fazemos o quê?
– Nada, ué. Continuamos seguindo o maluco e rindo da cara do povo.
– Nem a pau, Ivo! O Zarolho vai acabar levando uma surra de alguém.
– Na boa, por mais engraçado que isso seja a Alê tem razão. É melhor a gente fazer alguma coisa.
– Fazer o quê, Marilu? Deixa ele!
– Não, de jeito nenhum… Sacanagem deixar ele se estrepar só pra gente se divertir. Pára atrás dele e buzina. Vai, Voadora! Tá esperando o quê?
– Porra, Alê! Deixa o cara!
– Dá aqui que buzino eu!
– Não, Alê! Deixa não, Voadora!
– Já era. Ele viu a gente.
– Não viu, não.
– Que barulho foi esse? O que está acontecendo com o carro?
– Ferrou. Acho que quebrou…
– Putz grila, Voadora!
– Agora buzina! Leva o carro o máximo que você conseguir e buzina tudo que puder, senão a gente tá lascado.
– Deve ser carburação…
– Deve ser um Fiat 147…
– Agora sim ele viu a gente.
– Grita ele aí, Alê.
Abri o vidro…
– Zarooooooolho!
Ele olhou pelo retrovisor, parou a Belina de entregar pães do Seu Manuel e deu ré…
– O que vocês estão fazendo aqui?
Marilu, Voadora e o Ivo com o rabo entre as pernas seguravam a gargalhada no nariz. O Ivo, palhaço que era, não aguentou e soltou…
– HAHHAHAHAHHAHA!
Zarolho, descoberto, nos fuzilava de ódio e vergonha…
– Seus filhos de uma égua! Vocês não tem mais o que fazer, não?
Com lágrimas nos olhos e as mãos na barriga, Marilu mal conseguia respirar…
– Zarolho, convenhamos… Tacar ovo em casal de namorados em pleno dia dos namorados é o máximo da criatividade do mal. Você é um gênio!
– A Marilu tem toda razão… Depois dessa eu juro que não te chamo mais de Zarolho. Prometo que só chamo pelo nome.
Zarolho, odiava o nome que tinha. Preferia a tragédia do apelido, do que a piada de nome que o pai – bêbado e desumano – colocara em sua certidão de
nascimento. Até em revistas de nomes o coitado já havia sido citado. Contando o nome e os sobrenomes no documento, só dava pra salvar o Oliveira. E
ele bem que tentou ser só mais um Oliveira na vida, mas o Voadora – seu amigo de infância – descobriu e botou o nome completo na banca. Ficaram sem
se falar durante um tempo, mas a amizade prevaleceu. Também! Fazer o quê? A infância é uma fase cruel demais para salvar a vesguice de alguém. Não
haveria nome próprio, nem sobrenome de revista que o transformasse no Oliveira. Foi então que ele desencanou, fez as pazes com o Voadora e deixou que
o chamassem do que quisessem.
– Vão se ferrar! Bando de desocupados! Vão seguir a mãe!
Todo mundo morrendo de rir, o Zarolho puto e eu, tensa que era, preocupada com a repercussão daquela omeletada toda. E foi dito e feito. Foi eu abrir
a boca para a maionese desandar…
– Na boa, melhor a gente se mandar daqui e procurar um guincho pra rebocar o Fiat. Vai que alguém que você tacou o ovo…
Fui interrompida por uma voz feminina pendurada na janela de um Corcel II…
– Olha o cara do ovo ali! É ele. Pega ele.
Nunca pensei que uma garota Pakalolo melecada de ovo no pigmaleão meteria tanto medo em nós cinco. Voamos pra dentro da Belina e jogamos nossas vidas
nos pés do Zarolho. O namorado da guria parecia enfurecido e a nossa única salvação parecia fugir… ou rezar.
———————————–>>> Continua…



Escrito pela Alê Félix
18, junho, 2004
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Amanhã termino a história do Zarolho e até o final da semana coloco outro post da saga e do videotexto. E falando na saga do primeiro beijo, sabe com
quem eu conversei esses dias? Vida Alves. Alguém aí faz idéia de quem é a Vida Alves? Dou um beijo na bochecha de quem souber. 😉
Bom, vou tentar dormir mais cedo hoje. Depois eu volto pra responder os comentários, endereçar alguns beijos e escrever sobre a Vida.
Fui.
Respondendo aos comentários:
Ligia, eu não sabia da história do noivo. Na verdade, só soube a história da Vida Alves recentemente em uma feliz obra do acaso. Ainda estou
conhecendo, mas sei que além dela ter sido a protagonista do primeiro beijo da história da TV, foi também a primeira atriz a dar – em cena – um beijo
na boca de uma mulher (Entre Quatro Paredes – Laura Cardoso e Vida Alves). Vida também é escritora e fundadora da APITE – Associação dos Pioneiros da
Televisão Brasileira entidade que visa manter viva a memória da televisão do Brasil. Beijo pra você e obrigada pelo carinho. Quem é o seu irmão?
Fofoleti, sentiu? 😉
André, uma porção de beijos pra você. 😉
Rebecca, farei o possível. Se eu não terminar, pelo menos sai mais um post. 😉
Any, é exatamente isso! Acho. Comigo foi.
Vany, obrigada, obrigada, obrigada. Todas nos fazem crescer. E hoje em dia me pergunto se as aparentemente ruins não são um presente.
Paula, “não sou tão velha assim” pode ter sido uma trauletada no ego de muito coroa. Beijo pra você, menina!
Julio, beijo pra vc também. 😉
Deise, adorei! rs
Equipe Migux, que diacho de nome é esse?
Carol, acho que era isso mesmo. Um beijo, querida. 😉
Isabella, já já. Beijo!
Igor, que pena que não saiu nos comentários o seu “piada cretina”. rs
Gabi, não é incrível? Um selinho.
Karla, o cachorro ficou bem. Maridon teve uma idéia brilhante e conseguiu tirar a cabeça do cão debaixo do portão sem grandes traumas. Essa história
foi tão incrível que merecia um post só pra ela. Salvar o cão, não foi nada perto do que o cachorro fez por nós dias depois. Outro dia eu conto.
Beijo, querida.
Bruna, o X no canto superior direito é a serventia do blog. Beijo pra vc!

Credo, mania besta essa de encher as respostas de emoticons. Eu adoro essas porcariazinhas… 😐



Escrito pela Alê Félix
17, junho, 2004
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Eu só generalizo para explicar melhor. Não se ofenda com o post abaixo. Há exceções, eu sei. E espero que todas elas cliquem aqui e aceitem o convite das Garotas que Dizem Ni.



Escrito pela Alê Félix
16, junho, 2004
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Não sei se alguém lembra de um post que coloquei aqui solicitando doadores de sangue para a mãe de uma amiga. Não lembra? Pois é, além de não lembrar
– se é que você leu – também não deve ter podido doar um pouco do seu sangue. Sabe quantas pessoas, via este blog, foram lá e doaram sangue pra dona
Lia? Duas. Duas das milhares que passaram por aqui naquela semana. Eu entendo que a vida é corrida, que boa parte daqueles que passam por aqui ainda
não completaram dezoito anos e que outra grande parte não mora em São Paulo, mas mesmo assim é de lascar. Não é a primeira vez que eu questiono para
que servem leitores de blogs. Os lançamentos dos livros e festas de alguns blogueiros me faziam acreditar que leitores de blogs eram acima de tudo
bichos do mato. Seres anti-sociais que batiam cartão para ler um blog, mas não tinham coragem de conhecer o autor pessoalmente se ele convidasse.
Depois, naquela semana de doação de sangue, me perguntei se as pessoas não andam com a preguiça maior do que o coração e se não é este o problema.
Tenho a nítida impressão de que o mundo já foi mais solidário. E aí já nem me refiro a leitores de blogs. Hoje em dia parece que estão todos pouco se
fodendo se existe alguém morrendo na esquina de casa. Dia desses, por exemplo, maridon salvou um cachorro que estava com a cabeça presa na ferragem
do portão automático de um prédio. Era noite, umas dez, onze horas, e é óbvio que tentar livrar a cabeça de um cão do esmagamento faz um certo
barulho – principalmente neste horário e comigo tentando avisar o porteiro que ele deveria desligar o portão que ficava indo e vindo e mataria o cão
em poucos minutos. Sabe o que o povo do prédio e alguns vizinhos fizeram? Botaram a cabeça na janela pra reclamar e perguntar se aquilo tudo era só
por causa de um vira-lata. Ninguém mexeu a bunda para ajudar a salvar o cão, assim como poucos mexem a bunda para ajudar desconhecidos.
Dona Lia morreu. Não por falta de sangue. Ela, graças a Deus, pôde contar com os amigos que fez em vida. Mas será possível que estamos nos tornando
seres tão insensíveis a ponto de só ajudar conhecidos? Que merda de sentimento é este que faz a gente ignorar um animal morrendo no nosso portão, o
mínimo que podemos fazer pelos outros e tudo o que acontece do nosso portão pra fora?
As pessoas já foram melhores do que são hoje. Eu já vi e conheci pessoas melhores. Eu lembro. Não faz muito tempo. Só queria saber onde foi que elas
se perderam e quando deixaram de agir com o coração.



Escrito pela Alê Félix
16, junho, 2004
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foi.jpg
Ontem e hoje estive completamente perdida. Ainda não sinto que estou enxergando com clareza, mas acho que já dá pra voltar. Queria um
blog-terapia-secreto nessas horas. E pensar que este já foi um… tristemsn.jpg



Escrito pela Alê Félix
16, junho, 2004
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