– Oi!
– Oi…
– Tudo bem?
– Cansada, mas bem.
– Alguma novidade?
– Não.
– Ainda preocupada com a roupa do casamento?
– Claro! Experimentei uns vestidos, mas não consigo conceber a idéia de ir vestida de trabalho de educação artistica!
– Tire as lantejoulas do vestido, oras!
– Mesmo sem brilho eu sei que ficarei com vergonha de usá-lo.
– Vergonha do quê?
– Tenho vergonha de usar roupa de festa.
– Vai simples.
– E se todos forem chiques?
– Vai chique.
– E se eu chegar lá e todos estiverem simples?
– Bom, então a lógica é simples: Pra você o que é pior? 1 – Ir chique e todos estarem simples. 2 – Ir simples e todos estarem chiques.
– Ir chique e todos estarem simples…
– Então pronto. Melhor arriscar o que menos você acha pior.
– Ahhhhh, eu não sei mais o que fazer! Só quem deveria ir vestida de bolo em um casamento é a noiva. Ninguém mais.
– Só não ir de branco.
– Todas vão de bolo. A noiva é um bolo branco, as outras mulheres bolos de cores diversas.
– Que tal você ir de Floresta Negra?
– Um pretinho básico recheado de detalhes cor de cereja?
– Anram.
– Nem pensar!
– Grunf…
– Seus amigos são muito frescos? Sua familia é enjoada? Jura que tenho que ir de vestido?
– Acho que sim, mas se você não quiser ir não tem problema, amor. Só colocar uma calça, saia social, sei lá…
– Tem certeza de que temos que ir chiques?
– Não, é só…
– Não??? Putz, vou ter que ligar para as suas amigas! Não… melhor… para sua irmã! Não, não vou ligar pra perguntar uma besteira dessas. Deus do céu se você não faz nem idéia de como as pessoas que você conhece vão, como é que eu vou!?
– Ok, não vou ressaltar que perguntei para a noiva.
– Ligou pra ela só pra perguntar isso??
– Sim.
– Arght! Agora ela vai achar que sou uma incompetente de festa que não sabe nem o que vestir!
– Ah, sim… não tenha dúvida. Mesmo o casamento dela sendo amanhã tenho certeza de que ela não para de pensar na sua incompetência.
– Vamos fazer assim… Tenta lembrar, hein! Lembra que a Cris foi em uma festa com um vestido que você achou horrível?
– Lembro.
– Era uma festa de casamento?
– Não lembro.
– Ahhhhhhhh!
– Era longo, curto ou no joelho?
– Joelho e de pano de cortina estampado. Bolo de frutas!
– A festa aconteceu durante o dia ou a noite?
– Noite.
– Hum… pode ter sido casamento. Ai, ai, ai, viu! Eu queria um que fosse só até o joelho, mas o que me vestiu melhor foi um longo.
– Então vá com ele.
– Mas ele tem cara de formatuuuuura!
– Então não vá com ele. Assunto encerrado.
– Que igreja vai ser?
– Tenho que ver.
– Grunf.. Que numero de terno você usa?
– Não sabia nem que terno tinha número. Camisa é 6. Mas eu não vou de terno não, anjo.
– Como assim?? Entao eu não vou de longo!
– Achei que isso já havia sido decidido quando disse “formaturaaaaaa”.
– No convite tem o nome da igreja…
– Igreja São Pedro de Alcântara.
– Essa igreja é simples ou chique?
– Nunca ouvi falar. Mas fica no Lago Sul, logo deve ser algo minimamente chique.
– Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
– Amor, conversa com a minha irmã… Deixa recado no Orkut dela perguntando e dizendo que a dúvida está levando você a loucura.
– Heterossexual insensivel!
– Não é heterossexual insensível. Eu tentei TUDO que eu pude. Eu falei com três pessoas diferentes, eu liguei pra noiva, para o meu chefe que acabou dando fora com duas mulheres só para que eu soubesse disso. Mas eu não posso afimar como todos os 250 convidados irão vestidos.
– Que fora seu chefe deu?
– Perguntou como elas iam no casamento e elas falaram que não receberam convite. Quando ele foi perguntar pra terceira eu pedi pra ele parar.
– Amor, enfim, isso nao é pra ser um problema.
– Puxa, desculpa… Deve ser tpm, stress ou sei lá o que. Desculpa…
– Não tem porque pedir desculpa, anjo… Só não vejo mais como ser útil.
– Só pode ser tpm, eu não sou assim! Sou?
– Não, não é tpm, é simplesmente ser mulher.
– Eu sou assim normalmente!?
– Hum…
– SOU!?
– Não, você não é assim. É normal que mulheres se preocupem com essas coisas… Só isso.
– Ai… mas agora tô arrependida de ter te perguntado tanto sobre isso. Porque se você já perguntou para o seu chefe, para a noiva e pra deus e o mundo, não posso mais ir simples. Se eu for simples, eles vão se perguntar porque fiz tanto alarde pra ir tão simples. Agora sou obrigada a ir chique!
– Você não tá falando sério…
– Claro que estou! E pode preparar seu terno porque não vou chique sozinha.
– Não vou de terno. Sapato, calça, camisa social e gravata. Só!
– Mas se você for assim eu terei que ir simples!
– Sério, preciso ir ou vou enlouquecer.
– Sério, terno, please…
– Ok.
– 🙂
– Agora deixa eu ir porque…
– Disse que vai de terno só pra me agradar, né?
– Só.
– Só pra me agradar não precisa. Não quer ir, não vá. Eu passo vergonha sozinha. Não preciso de companhia.
– Entenda meu raciocínio porque ele é simples: Essa história da roupa é importante pra você. Pra mim não faz a menor diferença se eu vou de terno ou de bermuda e chinelo. Mas você é importante pra mim. Sendo assim é irrelevante se vou de terno ou não. Mas se pra você isso importa, não custa nada que eu o faça. Sendo assim eu vou sim de terno e é só pra te agradar.
– 🙂
– Agora eu vou embora porque tenho praticamente absoluta certeza de que eu vou sonhar com vestidos e ternos.
– Adoro quando você diz coisas aparentemente complexas como um terno parecerem tão simples quanto uma bermuda… Quer saber? Esquece o terno. Você tem razão, isso é bobagem e se você quiser vou de bermuda e chinelo contigo até em casamento no Pálacio da Alvorada.
– Hum… É impressão minha ou acabei de descobrir a cura para a tpm?
– Se eu perceber que o senhor anda me agradando só pra conseguir as coisas que quer, considere-se um homem morto!
– Estava falando de paciência, amor e gestos simples. Nada além disso.
– Sei, sei… Bermuda recheada de cereja?
– Anram.



Escrito pela Alê Félix
22, setembro, 2007
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Quando a dúvida era comprar ou não um notebook, a Fal dizia que o que ela queria era ter uma vida que justificasse ter um notebook. A frase era tão boa que me fez ignorar as promoções por um bom tempo. Trabalhando em casa, eu me sentia a mais vagal toda vez que pensava em esticar no sofá com um notebook no umbigo. Já bastava as pessoas acharem que eu trabalho pouco só porque faço meus horários, porque acordo de pijama e atendo ligações com meu padrão de eficiência Vavá Tour… Lembra, né? Pois é.
Mas aí aconteceu que no ano passado morei alguns dias em São Paulo, outros dias em Brasília e nos dias de tpm fugia para o Rio de Janeiro. Num desses vai e vem, percebi que aquela era a desculpa necessária e… em suaves dez mil prestações, comprei a belezura que está agora sobre o meu umbigo. Aproveitei a deixa e enterrei meu cartão assinando a aquisição de uma poltronona maneira igual aquela do Chandler e do Joey. E tambem um massageador de pés daqueles que vibram e relaxam até o cérebro da gente. Agora minha casa parece o paraiso… Posso escrever enrolada debaixo das cobertas antes de acordar e me matar de trabalhar, posso fazer meditação esticada na poltrona depois de almoçar e relaxar os pés nos dias muito corridos. Posso, mas faço isso uma vez na vida outra na morte. Porque desde que me separei tenho descoberto que hoje em dia a coisa mais dificil do mundo não é ter um trabalho que permita pequenos prazeres, mas sim, descobrir o que realmente dá prazer.
Fui parar em um café numa madrugada dessas. Além de mim, seis pessoas matavam o tempo entre uma golada de coisa quente e… E uma digitada! Todos eles com notebooks, todos eles indo para a rua fazer exatamente o que deviam ter enjoado de fazer embaixo das cobertas. Por que é que alguém leva um notebook pra um lugar cercado de pessoas e entra em um chat para conseguir se comunicar? Não me venham com papinho de timidez. Timidez é a desculpa mais covarde que usamos.
Fiquei aliviada por ter saído de casa feito os velhos seres humanos de antigamente, a pé e com dinheiro contado no bolso de trás da calça jeans. Lembrei da Fal… A conheci por causa dos blogs, nunca a conheci direito. A gente parecia ser tão ocupada… Será que alguém realmente é? E se é, por quê? Saudade da Fal… Será que ela me acharia muito estranha se um dia desses eu a roubasse para um café? Tomara que não.



Escrito pela Alê Félix
21, setembro, 2007
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Já que isso daqui se tornou mais eu do que amarula com sucrilhos, farei dele o diarinho-mulherzinha que sempre quis ter quando era adolescente. E já que aprendi a mentir e não tenho mais medo de papai e mamãe, vai sem cadeado mesmo. Se eu pirar deleto. Na boa. O que não dá é pra ficar sem válvula de escape. Voltei. Acho. Eu sei, eu sei… Tentativa número duzentos e noventa e sete.



Escrito pela Alê Félix
19, setembro, 2007
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A Rexona lançou um game que promete muitos prêmios para as meninas que acumularem mais pontos e um dia de diversão aqui em São Paulo para a vencedora. O jogo está disponível no site www.rexonateens.com.br/fun e consiste na apresentação de seqüências de cores que devem ser repetidas pela jogadora. Para participar do concurso é preciso fazer um cadastro com foto contando como imagina um dia de diversão em São Paulo. Após o cadastro é só jogar e acumular pontos, ok?
O game será encerrado no dia 12 de outubro e vai premiar as 25 meninas que chegarem ao final com maior pontuação: a grande vencedora ganha uma viagempra cá com direito a dois acompanhantes, ocasião em que vai andar de limusine, passear de helicóptero, participar do evento No Capricho e ainda terá direito a realizar seu roteiro de diversão na cidade. Todas as 25 finalistas levam produtos Rexona Teens e kits de maquiagem completos.
Se acontecer da ganhadora ser leitora do meu bloguito, nem preciso dizer que parte do roteiro extra-curricular dessa cidade quem oferece sou eu, né? Pode botar essa imaginação pra funcionar e incluir nesse roteiro me visitar! Tipo parada obrigatória pra ver a tia chata, manja? Prometo passar um café, preparar bolinhos de chuva, encher sua orelha de histórias bizarras e roubar um dos seus kits de maquiagem na hora da despedida. Tá esperando o quê? Vai jogar, criatura! 😉



Escrito pela Alê Félix
19, setembro, 2007
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Semana passada dei tilt em mim mesma. Cansei de orkut, twitter (que mal estava aberto), fotolog, blog, blog, blog… Cansei de pessoas aparentemente verdadeiras que se desvirtuam virtualmente, cansei de me manter na superficie ouvindo papo furado no último volume, cansei da minha cara estampada e assinada em URLs por aí e por aqui. Desliguei o micro, levei a empresa no celular e fui embora para o meu porto seguro. Lá eu durmo, acordo e sorrio em paz. Lá eu tenho a impressão de que a felicidade pode durar mais do que frações de prazeres, lá me sinto acolhida e acarinhada como bicho indefeso e não como animal arisco.
Queria conseguir viver no meio do meu mato, cuidar do meu próprio prato e descansar todas as noites nos braços do amor que ganhei de presente e tenho medo de usar porque não quero que gaste. Que pena ter a consciência de que meu corpo clama cansado por aquela casa, mas que meu coração se desespera com o tempo arrastado entre quatro paredes. Que pena que meu cansaço é sempre da minha própria natureza. Da minha natureza fútil, urbana e cheia de vícios.



Escrito pela Alê Félix
12, setembro, 2007
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AGUARDEM NOVIDADES E RESERVEM O MÊS DE OUTUBRO PRA FICAREM OU VIREM A SÃO PAULO!

*O único evento blogueiro que será tão bom quanto sexo. E tratem de acreditar porque quem está cuidando das preliminares sou eu! 🙂



Escrito pela Alê Félix
28, agosto, 2007
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Era pra eu ter ido num boteco bater papo rápido com o Ina, arrastá-lo pra uma jogatina na casa da Foschia e acabar a madrugada no forró com as amigas. Mas o boteco estava cheio de gente que havia saido de um babado chamado Blogcamp (juro por deus que a cabeçuda desatualizada aqui, até agora não faz idéia de que diabos é blogcamp e “twitter, twister, tuittar” !). Acabei esticando até o Frans com os fechadores de bar que sobraram, sai de lá agora pouco, dei – tranquilamente – milhares de voltas no quarteirão esperando um cara terminar o assalto de um carro, liguei pra galera lerda do 190, o ladrão obteve sucesso, tô escrevendo enquanto faço xixi e nem sei porque… Ah! Lembrei. Adorei vocês pessoas do café final. Bom a ponto de voltar hoje. 😉
Campainha… Se for a merda da viatura ou o ladrão, vou tocar ovão galado da janela.



Escrito pela Alê Félix
26, agosto, 2007
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Pessoas, no dia 01 de setembro aqui em São Paulo acontecerá o maior street festival do país, o GAS (Guaraná Antarctica Street Festival). Serão montados cinco palcos para apresentar os sete shows (D2, Hateen, Detonautas, Fresno, NXZero, Strike e Forgotten Boys) + shows de 20 bandas independentes que a gente pode escolher AQUI.
Enquanto isso, rolam esportes de ação em 3 pistas. Skate, bike e inline com apresentações dos maiores nomes dessas modalidades, além de grafite, moda street, b boys, oficinas e tatoo.
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Blogueiros podem se cadastrar para divulgar o evento e concorrer à uma das cinco vagas de Blogueiro GAS. Eles ganharão acesso ao backstage, dez ingressos para dar aos seus visitantes, camiseta e acesso à notícias exclusivas pra cobrir o festival!
Bóra lá?



Escrito pela Alê Félix
23, agosto, 2007
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