Há algum tempo estamos trabalhando no lançamento do livro Blog de Papel. Agora, que todos os autores já escreveram suas histórias, decidimos que seria muito mais interessante para o projeto do livro se abríssemos um concurso para a criação da capa. Sendo assim, gostaria de pedir a todos vocês que divulgassem esse concurso e convidassem os amigos designers para participarem.
A regra é clara:
O Blog de Papel será um livro de contos e crônicas escritos por Marco Brasil, Fal, Edson Marques, Ane Walker, Nelson Moraes, Ticcia, Nelson Natalino, Maira Ribeiro, Alexandre Inagaki, Milton Ribeiro, Marco Aurélio dos Santos, Arquimimo Novaes, Fabio Danesi Rossi. Essa é a primeira leva de autores. O livro, se der certo este primeiro lançamento, terá outras edições, com outros donos de blogs.
Para participar do concurso da capa, a pessoa precisa ter um blog ou site pessoal onde divulga suas ilustrações e outros trabalhos.
Todo o material recebido será selecionado e os melhores serão divulgados aqui e no site Blog de Papel. Os autores do livro ficarão livres para comentar e divulgar o trabalho dos ilustradores que quiserem, mas deverão se compromenter em divulgar o vencedor na data do resultado final do concurso.
O livro terá 14cm de largura por 21cm de altura. A capa deverá ser feita em CorelDraw, Adobe Ilustrator ou Photoshop e os participantes deverão nos enviar, para avaliação, uma imagem em JPG no tamanho 500 x 750 pixels.
O prazo para a entrega da capa é até o dia 28 de Julho de 2005.
O resultado do concurso será divulgado aqui e no site do livro Blog de Papel no dia 31 de Julho.
O vencedor terá seu nome e blog (site) divulgados e linkados no livro e nas referências que forem feitas aqui, no site do livro e nos blogs dos autores do Blog de Papel.
O vencedor participará de todas as sessões de autógrafos e festas de lançamento do livro.
O vencedor terá o auxilio de um designer experiente para a finalização do projeto da capa.
O vencedor receberá R$200,00 em dinheiro, um exemplar de cada publicação da Editora Gênese e, de lambuja, um jantar pago por mim no dia do lançamento aqui em São Paulo. Brincadeira, brincadeira… Se eu prometer pra um, daqui a pouco os quatorze autores do livro vão querer suas comandas pagas. 🙂
Acho que por enquanto é só, amiguinhos. Se tiverem dúvidas, todas elas serão respondidas por mim, nos comentários deste post somente, ok? Espero que sim. Beijo pra todo mundo, conto com a colaboração de vocês para divulgarem o concurso e boa sorte pra quem for participar. Inté!



Escrito pela Alê Félix
28, junho, 2005
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Nunca mais abri os chats… Deu saudade dos papos e do jogo da verdade que a gente fazia pro povo se misturar melhor.
Bóra marcar um essa semana? Qual o melhor dia e horário pra vocês?



Escrito pela Alê Félix
26, junho, 2005
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Moro em um vale cercado de montanhas infestadas de construções e piche. Para onde quer que se vá, é necessário subir e, mesmo quando estamos descendo, a impressão é a de que estamos subindo. Esse lugar é o caos para qualquer pé. No começo, uma coisa que me intrigava é que, não importava qual a ladeira, o bairro era repleto de velhinhos. Eu não entendia como eles conseguiam viver nesta região, mas, com o tempo, dei graças a Deus deles não terem feito as malas depois da aposentadoria. Percebi que, graças a eles, todo o comércio local adotava o sistema delivery. A padaria, a farmácia, o açougue, a banca de jornal… Todo mundo entregava em casa. Até o moleque do jogo do bicho vinha trazer o papelzinho pra eu apostar! Até o feirante da barraca do peixe atendia o orelhão comunitário e recolhia os pedidos! Sorte? Sorte para os sexagenários e a minha desgraça com o passar dos anos.
Por conta de tantas mordomias e tantas ladeiras, tornei-me a sujeita mais preguiçosa do Sumaré. Nos últimos anos, nem mesmo para tratar de assuntos profissionais eu precisei sair do meu home-office-vinte-e-quatro-horas. Tratei de convencer todos os clientes de que era uma perda de tempo marcar reuniões depois que inventaram o telefone, o fax, a internet e o sedex 10. E, como hoje em dia ninguém gosta de perder tempo, eles me deixaram em paz no meu lar, doce escritório.
Tudo ia muito bem, com uma aparência muito boa, confortável e refrescante, até o bendito dia que eu inventei de comprar uma esteira elétrica. Não que eu quisesse de verdade me exercitar, mas eu estava vivendo uma fase literalmente pesada; estava entediada, comprando bugigangas em um site de leilão e a esteira estava sendo disputada a tapas por um bando de quatro olhos sedentários. Uma bagatela que eu arrematei no último segundo e que me deixou excitadíssima para possuí-la e, talvez, usá-la.
Quando a esteira chegou em casa, a cena foi patética. Um minuto de esteira e eu já sentia meu coração na garganta. Dois minutos e eu já estava socando o cronômetro pra checar se não estava quebrado. Três minutos e eu senti que as minhas veias e artérias se tornavam pistas de alta velocidade. Quatro minutos e todo o meu corpo pedia desesperadamente que eu desligasse aquela geringonça e a transformasse para sempre em um porta-toalhas-de-banho. Cinco! Minto, quatro minutos e quarenta e oito segundos foram tudo o que eu consegui extrair do meu estado de calamidade física. Fora de forma era apelido. Eu estava morta e precisava urgentemente de um milagre à base de ressurreição. Inconformada, decidi ter uma vida mais saudável, decidi enfrentar as ladeiras. Não demorou muito pra acontecer o que sempre acontece quando eu saio de casa. É pisar no portão e parece que Deus dá um nó na galera que cuida do destino só pra fazer alguma bizarria acontecer na minha vida. Não que eu ache que ele se importa comigo, não que eu me sinta especial. O que eu acho é que alguém lá em cima se diverte muito às minhas custas. Porque eu evito o máximo possível me envolver com seres humanos, mas é só dar um segundo de bobeira que sempre aparece assombração pelo meu caminho. Foi o que aconteceu nesse dia que eu decidi subir a montanha. Subi e conheci a hostess do Araçá. Ela e uma porção de outras assombrações…
No dia seguinte, acordei cedo e fui (de carro porque não é bom forçar muito no primeiro dia) caminhar em um parque próximo ao topo de uma das montanhas. Eu e toda a velharada. Então eu pensei: “Ótimo que só tenha velhinho! Assim não sofro com a sensação de molóide que as academias geram na gente. Assim não preciso ficar deprimida comparando a minha bunda com a bunda de ninguém… Com tanta bunda murcha, um bundão deve até fazer algum sucesso. Em poucos dias, já vai dar pra exibir alguma forma física, ô se vai! As minhas poucas rugas serão invejadas, não vai demorar muito pra mulherada perguntar se meu cabelo é naturalmente castanho, se eu uso Grecin 2000… E eu vou poder passar a minha receita de Henna com meleca de jojoba caseira pra todas elas e dar conselhos picantes sobre a vida sexual bege que elas devem ter depois das bodas de ouro. Vou ser a santa balzaquiana causadora e revolucionária na calmaria de suas vidas! Puxa, isso é quase um trabalho social… Como eu não pensei nisso antes? Quem precisa de academia? É só andar com quem precisa da gente pra ser feliz e não com quem acha que sabe se cuidar sozinho. Aqui eu posso ser uma espécie de Mestre Yoda da terceira idade feminina. E os velhinhos, então? Eles vão me achar a gostosona do pedaço porque, bem ou mal, eu tô na vantagem dos anos. Vai fazer bem pra auto-estima de todo mundo! Ai, ai… aqui não tem concorrência e… E é impressão minha ou essas senhoras já passaram por mim pela terceira vez?”
Quando me dei conta, até o tio com a bengala estava na minha frente. Todos, todos os tiozinhos e tiazinhas estavam dispostos, corados e… cheirados! É impressionante a disposição dessa gente da terceira idade de hoje em dia. Aposto que é culpa dessa onda de vitaminas e médicos ortomoleculares. O mais novo naquela pista tinha o dobro da minha idade e, no entanto, a cada volta (andando) que eu completava, eles davam duas ou três em cima de mim (correndo!). Não é à toa que esse povo ainda mora nesse bairro tortuoso. Eles devem praticar alpinismo, esportes radicais e outras dessas maluquices de gente que não tem amor pelos ossos do corpo. Só pode ser! Eu mal conseguia respirar aquele ar gelado das oito da manhã e eles transpirando, conversando, rindo! Rindo é o fim! Quem ri às oito da manhã?
Morta de inveja da coroada e cansada de tentar ultrapassá-los, sai da pista e fui a aula de tai chi chuan. Talvez eu devesse começar com algo mais leve e menos humilhante.
– Oi.
Eu fico realmente impressionada com o fato de que, sempre que eu paro em algum lugar público, algum desconhecido vem conversar comigo. Eu sou um imã de papo furado!
– Oi…
– Não vai fazer a aula?
Pior! O povo não só vem conversar comigo como se vê no direito de se meter na minha vida. Será que não estava claro que eu tinha acabado de ser fisicamente humilhada na pista de cooper e estava tentando me recuperar vendo as pessoas fingirem que tai chi chuan é exercício?
– Não… Estou só olhando.
– Ah… Tai-chi é muito bom. A atitude mental correta para praticar é a quietude concentrada. No tai chi chuan, o interior move o exterior, sabia?
– Anh? Sei… Se o meu interior fosse capaz de mover alguma coisa neste momento seria a minha casa daqui, para alguma cidade litoranea bem plana e deserta.
A mulher riu. Riu e curvou-se para amarrar o cadarço do pé esquerdo.
– Eu nunca te vi por aqui.
– Pois é… É o meu primeiro dia. E acho que o último. Preciso de um lugar mais calmo pra andar.
– Entendo… Eu venho dia sim, dia não. Não gosto de caminhar aqui. Venho só para o tai chi. Andar eu ando lá no meu trabalho. Você iria gostar. Desconheço lugar mais calmo.
– E onde você trabalha?
– No Araçá.
– Não conheço essa empresa.
– Não…
Ela riu de novo…
– Araçá, o cemitério. Aqui perto. Nunca foi lá?
Fiquei olhando pra cara da mulher achando que ela estava me sacaneando…
– Não, não… Eu quase não conheço nenhum morto. E os que eu conheço não preciso mais visitar.
– Devia conhecer o cemitério do Araça. É ótimo para caminhar, não tem ninguém atravessando seu caminho, ninguém correndo de um lado para o outro, um silêeeencio que você não faz idéia.
– Sabe que você pode ter razão? Agora, pensando direito, sem sacanagem, um cemitério é mesmo um bom lugar pra caminhar.
– Tô te falando, menina! Eu trabalho lá. É uma maravilha. Nenhum velhinho metido a esportista, nada de garotada malhada. Só eu e Deus!
– E os mortos que já estão mortos e por isso não correm mais na frente de ninguém…
– Isso! É o paraíso.
– Hum… Não é má idéia, não. Mas o que é que você faz lá? Trabalha com o quê? Quer dizer, eu sei que deve ser com mortos, mas fazendo o quê?
– Por incrível que pareça eu trabalho com os vivos e não com os mortos. Eu recepciono as famílias, dou suporte na hora do enterro, essas coisas…
– Hum… Uma hostess?
– Anh?
– Uma recepcionista. Como aquelas que recebem a gente nos restaurantes?
– É… isso aí.
– Bacana, hein…
– Eu gosto. É divertido.
– Divertido?
– Anran.
– Puxa… Preciso freqüentar mais os enterros. Até onde eu lembro, eles eram uma choradeira desgraçada.
– Isso porque você deve ir a enterros uma vez na vida, outra na morte! Quando você vê enterros todo santo dia, começa a prestar atenção nas histórias e é ai que começa a diversão.
– Hum… Interessante. Nunca pensei nisso.
– Bom, eu já vou. Você mora na mesma rua que eu, se quiser eu te chamo quando estiver saindo pra andar.
– Moramos na mesma rua? Sério?
– Sim. Você não mora em frente ao prédio azul?
– Moro.
– Então. Eu moro no prédio azul.
– Puxa, jura?
– Pelo visto você precisa sair mais de casa.
– Nem me diga…
– Eu saio às oito toda segunda, quarta e sexta. Às terças e quintas eu venho pra cá fazer tai chi.
– Tai chi? Não, não. Mas acho que andar no Araçá eu topo.
– OK, toco sua campainha amanhã às oito em ponto.
– Legal… Legal te conhecer. Ah, meu nome é Alessandra e o seu?
– Marta.
– Legal. Quer carona?
– Você vem dali aqui de carro? Não são nem quinhentos metros!
– É o meu primeiro dia! É uma ladeira enorme!
– Sei, sei… A gente se vê amanhã. Tá na hora de você entrar na linha novamente. Tchau.
Eu estranhei o “novamente”, mas achei melhor não tirar conclusões precipitadas sobre a hostess do Araçá. O melhor a ser feito naquele momento, era deixar as conclusões para o dia seguinte e tomar umas águas de côco antes de voltar pra casa.
Continua—————————>>>



Escrito pela Alê Félix
24, junho, 2005
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“É minha filha… quem tem cu tem medo. E é minha função te proteger quando os hormônios tomam o lugar dos neurônios.”
Quem tem um amigo como este precisa do que mais na vida? Thanks por hoje e por todos os dias que tu tens me aguentado, orientado e rido dessa minha cara de palhaça inconsequente. 😉



Escrito pela Alê Félix
22, junho, 2005
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www.cadaumcomosseusproblemas.com.br Era uma vez um rapaz que se apaixonou perdidamente por uma moça noiva. Ele por ela e ela por ele, mas o que ele não sabia é que ela, por diversos motivos que ele nunca fez questão de saber, jamais deixaria o noivo na porta da igreja. Não por covardia, mas porque ela “precisava” da segurança emocional, o carinho e o apoio que o noivo lhe oferecia. Acima de qualquer dúvida, ela sabia que o noivo era o seu melhor amigo. O apaixonado, por sua vez, nada entendia. Não compreendia porque alguém se mantinha comprometido por “precisar” e não por “querer” a outra pessoa. E eles discutiam tanto, tanto que um dia ela acabou brigando com o noivo, pediu um tempo para o apaixonado e foi viajar, andar um pouco pelo mundo sozinha.
O noivo a esperou pacientemente e, assim que ela voltou, mandou-lhe um poema de reconciliação. O apaixonado, magoado, não a procurou, mas, na primeira oportunidade que teve, escreveu um bilhete dizendo que ela era passado e que ele agora, só de marra, trocava juras de amor com outra moça.
Triste, ela rasgou o bilhete do apaixonado, agarrou-se ao poema do noivo e pensou: essa deve ser diferença entre o amor e a paixão. O amor espera, a paixão olha para o outro lado quando mais “precisamos” dela.
No mês seguinte a noiva e o noivo se casaram e viveram felizes para sempre. O apaixonado também se casou com a moça que ele arranjou para provocar sua grande paixão. Mas, hoje, depois de tantos anos juntos, ele não suporta mais viver ao lado de alguém que casou por falta de opção, por provocação. Cheio de saudade, ele diz que nunca deixou de pensar na sua antiga paixão, mas que isso não faz mais diferença porque hoje em dia ele e a esposa têm muitas dívidas, os dois filhos pra criar… Além do mais, ela ganha mais do que ele e ele anda “precisando” da contribuição do salário dela.



Escrito pela Alê Félix
22, junho, 2005
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Passei pela catraca, apresentei meu ingresso e entrei na fila. Uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito vezes e, por mais que eu me esforçasse, não conseguia abrir os olhos em nenhum dos loops. Não, definitivamente, nascer de novo não seria uma solução. Abatida, desisti da nona fila e fui embora.
Alguns passos depois de atravessar o portão de saída, olhei para trás e me dei conta de que ainda era cedo e que, obcecada por enfrentar os meus medos, esqueci de brincar, esqueci dos brinquedos.



Escrito pela Alê Félix
20, junho, 2005
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Estou de repouso há alguns dias. Nada de trabalhar, nada de sólidos, nada de sair saracoteando por aí, nada de dirigir, nada de nada. Tenho que ficar quieta no meu canto até a semana que vem. Um tédio que mais se parece com uma amostra grátis do fim da terceira idade e está me fazendo pensar seriamente na idéia de passar a velhice em um convento (de preferência um sem jumenta), mas essa é outra história que outra hora eu conto. Por enquanto, vou dividir com vocês o que esta “fase de nada” me trouxe de bom. Olhem que belezura de letra. Eu já estava me sentindo uma morta-viva, até que o Kazaa me trouxe um pouco de alegria. Depois eu coloco as outras maravilhas.
As Moças do Calendário
Mastruz com Leite
Composição: Mastruz com Leite
Eu ficava imaginando
Me balançando na rede
E olhando na parede as moças do calendário
Eu tinha uns 14 anos
Nos calendários da Shell
E todo dia eu me casava
Na mão era a lua-de-mel
(Refrão)
Eu era feliz e já sabia
Eu só não sabia que passava
A felicidade com os dias
Das folhas do calendário que eu arrancava
Me trancava no banheiro
Era uns banhos demorados
Minha cara só de espinhas, saía desconfiado
E a filha da vizinha que eu traçava em pensamento
Na verdade era as galinhas
E a jumenta do convento
(Refrão)
“E todo dia eu me casava. Na mão era a lua-de-mel” não é lindo? Amor platônico da pior qualidade. Eles deviam ter botado o nome da bichinha de “Melô do cinco contra um”. Grande erro. Teria estourado de fazer sucesso.



Escrito pela Alê Félix
14, junho, 2005
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Hoje, domingo, dia de 12 de Junho, às 15h00, o Rubens (autor do jogo Prazer em Conhecer – Editora Gênese) e o Marco Aurélio (co-autor do livro Balde de Gelo – Editora Gênese) participarão do programa Entre Amigos na AllTV. Assista e ligue aqui na editora para comprar os títulos – (11) 3875-2662.



Escrito pela Alê Félix
12, junho, 2005
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