Quisera ser viciada em nicotina ao invés de paixão. Que maldita dor de abstinência é essa que reduz minhas melhores conquistas a um passeio de shopping center? Quisera fosse droga alucinógena essa estranha sensação que eu sinto diante da minha lista de aquisições. Disfarçada de paz, não há nada de barato a minha volta. Quisera fosse nicotina… Pra ficar num canto vendo a vida passar diante do movimento da minha mão e do vai e vem da fumaça. Em silêncio… Calando meus segredos. Em silêncio… Calando suas inseguranças com um beijo de cigarro e um pouquinho de dor. Quisera fosse uma droga que controlasse meus desejos ao invés de soltá-los a galope, vestidos num manto de coragem. Quisera essa tranquilidade não fosse tão chata… Quisera eu me bastasse e não implorasse à vida, por tantas doses de sentimento na carne e no papel.



Escrito pela Alê Félix
27, setembro, 2006
Compartilhe

Já recebi várias ofertas na garrafinha de amarula… Veja, lá.



Escrito pela Alê Félix
25, setembro, 2006
Compartilhe

Se eu e o cara do paperclip estivéssemos na cabine do “Domingo no Parque”, ele sairia feliz se tivesse dito “Siiim!” pra casa própria e eu sairia puta da vida se tivesse dito “Nããão!” pro monte de lugares e pessoas que ele conheceu. Por isso meus amores, com a diferença que não faço questão da casa, decidi plagiá-lo na caruda. Faz tempo que estou procurando uma boa desculpa pra rodar o país. O cara do clipe vermelho acaba de me dar uma.
Vocês ouviram falar do cara que fez um blog pra tentar trocar um clipe de papel vermelho por uma casa? Pois é… Isso aí em cima é só um pedaço do primeiro post do troca-troca. Para continuar lendo e ver onde é que essa história vai dar Clica Aqui..



Escrito pela Alê Félix
24, setembro, 2006
Compartilhe

Vamos combinar? Tremendo falso moralismo que estão fazendo em cima do vídeo da Daniela Cicarelli e do Renato Malzoni. Acabei de ver as cenas e não sei se foi a produção que fizeram no vídeo que eu vi ou o que foi, mas fiquei até com inveja da moça. Que transada, linda! E olha que não é fácil ter aquela performance dentro do mar, não! Água salgada e areia são ingredientes terríveis quando misturados ao sexo. 🙂
Mas ela deveria dar declarações do tipo: “Viram só? Demais não?” ou “Prestaram atenção nos detalhes do meu namoradão? Sou ou não sou uma mulher de sorte?”.
Banana. Daniela deveria dar uma banana pra todo mundo. Discrição? Bah! Queria ver quantas mulheres e quantos homens conseguiriam ser discretos com aquela companhia, naquela praia, naquele país e naquele estado de excitação. Ela também deveria dar entrevistas assim ó… “Apaixonem-se e gozem. Depois, se não estiverem satisfeitos, podem voltar a olhar pra minha vida”.
Definitivamente, quem goza bem não incomoda ninguém.



Escrito pela Alê Félix
22, setembro, 2006
Compartilhe

Mais uma parte do blog concluida. Aos poucos, mas para o alto e avante. Num preciso nem dizer qual é a do “Ôrra, meu!”, né? O próprio nome já diz, mas se quiser ler pra sacar o espírito do babado é só clicar lá.
O primeiro post começa assim ó…

Quarta-feira, véspera de feriado e me intimaram a cobrir duas peças teatrais e um show nos dias seguintes. Isso porque eu sofro de todos os males que sofrem os paulistas quando são obrigados a ficar na cidade em um feriado prolongado. Para nós, não viajar nessas datas, não fugir em desespero aos engarrafamentos da serra, é a morte. Uma morte deprimente, solitária e negativa no banco. Uma morte que nos enterra em um sofá e cobre de Domingão do Faustão. A proposta de escrever sobre a minha cidade era linda e com ingresso na faixa então, nem se fala! Mas em pleno feriado? Aceitei a contragosto…
Vai parar ou quer continuar? Costuma melhorar… Tá duvidando?
Quer pagar pra ver? Cinquentão! Brincadeirinha. Tô boba hoje. Só hoje. Clica lá logo vai…
Quem sabe um dia não vamos juntos nessas paradinhas paulistas que irei daqui pra frente?
😉
Tá indo pra onde?? É pra CLICAR AQUI E CONTINUAR LENDO! Tem até fotinhos. Marisa Orth nua no camarim… Ok, ok, parei. Fui.



Escrito pela Alê Félix
21, setembro, 2006
Compartilhe

Quando eu era garotinha achava que viver era contar uma história pra Deus. Achava que nascer era receber páginas em branco… Que preenchê-las com má vontade era pecado, morrer cedo era mudança de planos e ter vida longa era talento. Achava que Deus a gente só encontrava no começo e no fim. E que ele ficava pendurado numa nuvem espiando nossos rascunhos.
Mas aí, um dia, eu percebi que coisas curiosas aconteciam sem a gente perceber e davam nó no nosso roteiro. Foi então que descobri que Deus era um sujeito bastante do intrometido! Aquilo que minha mãe disse que se chamava coincidência, na verdade, era só o exibido do Deus querendo participação especial.



Escrito pela Alê Félix
18, setembro, 2006
Compartilhe

Meu querido Sergio Fonseca e a sua gostosuda estarão em São Paulo este fim de semana para o lançamento do livro Contos ao Mar – antologia de contos e microcontos.
Data: 16/09
Hora: 18h às 21h
Rua Jorge Augusto, 688 – Vila Matilde – São Paulo – SP
(Próximo ao metrô Vila Matilde)
Fim de semana do bom. Bóra?

capa_completa.jpg



Escrito pela Alê Félix
14, setembro, 2006
Compartilhe

Estou no meio de uma reforma. Uma reforma que eu adiei alguns anos e que, enfim, começou a surgir por trás do quebra-quebra. Para não correr o risco de ver o tamanho da bagunça, pedi ajuda profissional. Alguém que me entregasse aqueles destruídos cômodos com os devidos retoques, curativos, pintura nova e, se possível, uma decoração que não deixasse lembranças dos estragos causados pelo tempo.
Fiz o possível para não ver nada. Fechei os olhos. Ouvia os barulhos, desviava dos pedreiros e abria a porta somente durante a madrugada. Acendia todas as luzes, procurava defeitos, reclamava sozinha da demora. Um dia, no fim de um dia, acordei de mau humor e decidi pedir que acabassem logo com aquilo. Eu queria acordar em outro lugar…
– Cadê o pedreiro?
– Já foi. Disse que precisava sair com urgência e que não tinha caçamba pra retirada do entulho. Você vai ter que dar um jeito de tirar o lixo de lá durante a noite se quiser que eles continuem o trabalho amanhã de manhã.
Olhei para aqueles sacos espalhados e pensei em jogá-los em caçambas alheias. Já era madrugada, ninguém perceberia. Madrugadas fazem cair as máscaras… Tentei erguer um dos sacos de entulho e achei pesado demais para uma noite de lua e vento gelado. Vesti um casaco e fechei a porta. Sai dali antes que a poeira me causasse algum tipo de alergia. Voltei para a cama e apertei os olhos…
– Que barulheira é essa?
– O pedreiro!
– Que horas são?
– Onze da manhã.
– E ele só chegou agora?
– Só. Ele quer conversar com você.
– Diz pra esperar vinte minutos.
– Ele disse que está com pressa.
– Diga que eu estou com sono.
– Você precisa começar a me pagar pelos recados que manda.
– Você já recebe até para me dar bronca.
Quarenta minutos depois…
– Boa tarde!
– Oh, dona… Tarde. A senhora me desculpe…
– Só um minuto… Quem é o senhor?
– Ah, me perdoe. Eu sou o pai do Cristóvão.
– E o que aconteceu com o Cristóvão?
– Ele pediu que viesse eu porque ele está muito enrolado com outra obra e…
– Mas o senhor sabe arrumar esse piso?
– Fui eu que ensinei o trabalho pro meu filho, dona! Tô velho, mas sei o que fazer. Só tô um pouco cansado… Por isso atrasei.
– E o senhor me chamou para?
– É que eu vou ter que sair mais cedo porque minha mulher tá com câncer no corpo todo, sabe? Ela tinha um tumor há uns cinco anos e a senhora sabe como é a ignorância do povo, né? Na época ela não quis tratar e rasgou o tumor por conta e risco na cozinha lá de casa. Agora tá que não agüenta nem andar… O médico desenganou. E eu tenho que carregá-la nas costas de tão fraca que a pobre ficou. Grandona ela… Maior que eu! Mais alta que a senhora. Minhas costas tão que tão arrebentadas sabe, dona? Ainda errei o caminho, desci numa avenidona lá pra baixo e subi esses morros todos a pé até encontrar o endereço da senhora. Nem sei mais o que fazer da vida… Mas a senhora num se preocupe não porque até o fim do dia eu acerto esse piso todo. Já enfiei aquela bagunceira em sacos de lixo e deixei na calçada. É torcer pro lixeiro levar.
– Carregou aquilo tudo sozinho?
– O que são dez sacos de entulho pra quem carrega um fardo como o meu na vida, dona?
– Não é melhor o senhor ir pra casa cuidar da esposa? Eu falo com o Cristóvão depois.
– Não, não! Pra mim é uma alegria trabalhar porque é quando eu esqueço da vida. Duro mesmo é ir pra casa ou pro hospital e ver a minha preta naquele estado… Eu só queria mesmo pedir desculpas pra senhora pelo atraso.
Voltei para o quarto depois de tomar um café com o pai do Cristóvão. Fechei a porta, avisei que não queria atender o telefone e me joguei na cama de barriga para o alto. Fiquei um tempo olhando a cortina e as frestas de luz que entravam pela janela e dançavam refletidas na parede. Meus lençóis gelados e as fronhas de percal distraindo meu desconforto. O som distante da minha braço-direito-esquerdo cantarolando na cozinha se intercalava com o som da marreta quebrando o piso.
O que será de mim se, um dia, eu precisar carregar sozinha os meus sacos de entulho? O que será de mim se, um dia, os dias se tornarem mais sombrios do que as minhas madrugadas chorosas por coisa nenhuma? O que será de mim o dia que eu tiver que encarar os meus males ao invés de rasgá-los como faz a mãe do Cristóvão? O que será das minhas costas se for preciso carregar alguém maior que elas? O que será da minha arrogância se, um dia, eu depender da sua bondade? O que será de mim o dia que reformas não bastarem pra esconder meus alicerces? O que será de mim se eu tiver que confessar que não sou forte?



Escrito pela Alê Félix
1, setembro, 2006
Compartilhe