Atrasei, mas não esqueci. Tá lá pra quem quiser ler.

O Marketing do Amor



Escrito pela Alê Félix
12, agosto, 2003
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Depois que acabou a Feira da Vila Madalena…

Eu não tenho mais idade pra essas coisas, não. Um frio de doer que me fez usar touca, meias e luvas. Um vento tão cortante, que rachou meus lábios e
deixou minhas bochechas com a textura de uma casca de laranja. Estou acabada de dores musculares… Minha cabeça dói, minha garganta está inflamada e
a minha voz está parecida com a do Cid Moreira.
Aliás, que belos tratantes são vocês! Doce ilusão, achar que visitas diárias virtuais geram visitas esporádicas reais. Se não fosse a visita de
médico da Cláudia (a única pessoa que realmente se importa comigo neste blog ilusório de comentários fictícios), eu não teria visto ninguém, além de
alguns amigos do meu passado e presente queridos (Edu, porque diabos viramos passado se nos esforçamos tanto para ser presente?).
Bom, vou continuar trabalhando enfiada em pantufas, com a cara mais enferma do mundo e enrolada no cobertor. Depois de ontem, eu mereço.
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Escrito pela Alê Félix
11, agosto, 2003
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domingo, 10 de agosto, é dia de feira! Ou melhor, é dia da 26ª Feira da Vila Madalena. Quem já foi, sabe do que eu estou falando; quem nunca
foi, não deveria deixar de ir. Em um único dia, artistas plásticos, músicos, artesãos, bandas, grupos teatrais, se reúnem em um movimento que teve
suas raízes nos anos 70, quando a Vila era um bairro mais apaixonante e nada coxinha como está ficando.
Como sou uma saudosista incurável, confesso que antigamente, tanto a vila quanto a Feira da Vila, eram muito mais charmosas. Mas eu sou uma velha que
não consegue olhar a graça do presente e do futuro, por isso não levem as minhas palavras a sério e nunca me peçam para contar as minhas histórias de
Feira da Vila… Nem pra mim, nem para o maridon. Ele tocou na primeira e ajudou na organização. É mole? Temos até um LP com as bandas que tocaram na
época. E ele está lá, numa foto linda de cabelos encaracolados e violão na mão. Ele sim, tem histórias pra contar… eu só morro de saudades e de
amores.

Bom, só estou escrevendo pra dizer que no domingo estaremos lá. Com uma barraca e a editora a
tiracolo. Vou levar um cadeirão a mais pra quem quiser fazer uma visita e parar um pouco para bater papo.


Nossa barraca ficará na Rua I (Que na verdade é a Rua Wisard – a rua do Empanadas) Espaço: 18 – Entre a Fradique e a Fidalga. Das 08h00 ás 22h00.

Beijo e até lá!



Escrito pela Alê Félix
8, agosto, 2003
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Ai, ai… Como deve ser bom morrer e ter um veículo de comunicação pra limpar as merdas feitas em vida. Melhor ainda quando se vive em um país de
memória complacente. Parece que todo mundo esqueceu que o homem era chapa dos generais, que foi contra as diretas, que elegeu o Collor… Daí morre e
tentam transformá-lo em exemplo. Êh, mundinho de modelos bizarros… Bom, não sei o que é pior. Tem gente hoje em dia que acha que modelos a serem
seguidos são os modelos da M. Officer. Fazer o quê?
Ouvi dizer que a Globo passou o dia tentando causar comoção no povo. Comoção eles vão ver quando o Silvio Santos morrer! Não que ele seja flor que se
cheire, mas o carisma do homem do baú merece perdão. É difícil não gostar do filho da mãe, principalmente quando ele te chama cinco vezes seguidas
para participar das brincadeiras dos seus programas. Fui sim, e daí? Eu era criança! Fui no Topa Tudo por Dinheiro, no Roletrando e no Qual é a
Música. Uma gravação atrás da outra. Ganhei uma bolada e saí de lá escancarando os dentes. Rá-rai, pra qualquer gozação! Tudo bem que, depois da
repercurssão, eu neguei até o fim que a criança de blazer amarelo era eu (era moda e eu era metida a adulta, caramba!), mas que eu ganhei uma bolada,
isso eu ganhei.
Por essas e outras, no dia que o patrão morrer, aposto que o SBT terá recorde de audiência. E, se nesse dia, no céu, no inferno ou na fila do
purgatório, houver um encontro do seu Silvio com o Robertão, aposto que o engraçadinho vai dizer: Quem ri por último ri melhor.



Escrito pela Alê Félix
8, agosto, 2003
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O leão de chácara do surubão ser meu vizinho, foi o cúmulo do azar. O brutamontes morava na rua de cima. Nos vimos, se muito, uma ou duas vezes
na vida e eu não poderia imaginar que o sujeito tinha a língua maior do que a do Nelson Rubens. Ele transformou o incidente da festa das orgias na
principal notícia do bairro. O cretino jogou meu nome na lama. Ainda bem que nunca dei a mínima pra essas frescuras de honrar o nome. Só preciso do
meu para me chamarem. Se me importasse, o gorila teria sido o primeiro a tentar me infartar.
Mesmo assim, no dia seguinte, sair na rua já me causava constrangimentos. Um sufoco! O tagarela espalhou o babado mais rápido do que um spam.
Não contou nada para a minha mãe; fez melhor: contou para todas as fofoqueiras das amigas dela.
Para minha felicidade, todo mundo do bairro tinha medo de mim. Isso graças a um escândalo que eu fiz aos quinze anos de idade. Jurei arruinar com a
reputação de qualquer fofoqueiro que se metesse a besta comigo. É claro que a ameaça foi da boca pra fora, mas como foi muito bem feita, funcionou.
O bochicho não chegou aos ouvidos dos meus pais, mas eu fiquei tão passada que entrei em um período meio deprê. Os dias ficaram tão sem graça que eu
caí na besteira de querer voltar com um ex-namorado.
O ex foi namorado por quase dois anos, sendo que os últimos seis meses foram de terríveis tentativas e erros. A gente se via, ficava, voltava por uma
semana e terminava de novo. Era bater os olhos um no outro, para cedermos às tentações da pele. Fraquezas que se estendiam durante uma noite e
acabavam em conversas tristes durante o café da manhã. Era uma paixão quase carmática, mas que ficou bastante adormecida depois que eu, de pirraça,
engatei um namorico com um cara que era clone dele.
Não sei se foi carência ou se foram os últimos desastres do videotexto, só sei que era uma sexta-feira linda e eu cismei de ligar para o raio do
ex-namorado.

———————–>> Continua
Clique aqui para ler o Post I – O começo de toda a história



Escrito pela Alê Félix
8, agosto, 2003
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Escrito pela Alê Félix
8, agosto, 2003
Comentários desativados em CHAT DA MADRUGADA
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– Que papinho furado! “Maiores obstáculos”… “grandes recordações”… éca! E se eu vomitasse dentro dessa caixa de giz?
– Ergh! Deixa de ser nojenta, Marilu! E pára de frescura porque agora falta pouco.
– Se deu mal, hein?
– Nem me diga.
– Tirando a sua idéia patética de escrever na lousa, o resto foi muito legal. Não esperava isso de você.
– Acho que nem eu. Mas tudo bem, o pior está por vir. Se meus pais lerem este bilhete, adeus próximos finais de semana.
– Isso pode estragar seu encontro com o Murilo?
– Sim… foi a primeira coisa que pensei.
– Seus pais são tão bravos assim?
– São.
– Então só há um jeito de se livrar deste bilhete.
– Qual?
– Falsificamos a assinatura deles.
– De jeito nenhum! Enlouqueceu?
– A assinatura deles é muito complicada?
– Não, mas…
– Então está tudo certo! O que você fará depois da escola?
– Nada. Mas, Marilu, se nos pegarem falsificando as assinaturas dos nossos pais, teremos um problema muito maior.
– Nossos pais, virgula! Faço questão que os meus assinem. Eles não dão a mínima para o que eu faço ou deixo de fazer. Vou encher aquela casa de
bilhetes e problemas escolares. Quem sabe assim, eles viram o disco e passam a brigar por outra coisa que não seja dinheiro. Depois da aula eu vou
com você até a sua casa e te ajudo com as assinaturas. O que acha?
– Não sei…
– Deixa de ser bundona! Vamos?
Não tive escolha. Falsificar as assinaturas não me parecia uma boa idéia, mas era isto ou babau fim de semana, babau primeiro beijo.

———-> Continua

Meus dias de insônia resultaram em uma porrada de posts do videotexto e do primeiro beijo. Mas vou postá-los aos poucos senão mato vocês de
tédio. Aguardem um post por dia até o final dessa semana. Beijoca no nariz!

Clique aqui para ler o Post I – A saga do primeiro beijo.



Escrito pela Alê Félix
7, agosto, 2003
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Desde o dia que me ensinaram o que era rifa e poker, eu fiquei assim, louca para ganhar dinheiro fácil. Não, eu não sou do bingo e nem de torrar
meu pobre dinheirinho nos dados. Uso minha sorte, mas não sou burra. Aprendi cedo que a sorte é uma mulher fácil, que vive dando mole para o azar.
Então, por via das dúvidas, tomo cuidado para não encontrá-la quando ele está por perto.
O curioso é que eu sempre tive a Intuição. Eu sei quando vou ganhar. Ou melhor, eu sinto. O único problema é que minha intuição só se manifesta
diante de pequenos prêmios. Se estiverem sorteando uma cafeteira pode acreditar que ela será minha, mas me dê um cupom de uma Ferrari pra ver o que
eu ganho? Nada. Nadica de nada.
Semana passada parei em um posto de gasolina, enchi o tanque, lavei o carro e lá veio uma mocinha com bexigas e uma prancheta na mão. É
impressionante como esses lugares fazem essas meninas pagarem micos. Pra que vir cercada de bexigas pela cintura? A coitada ainda precisava andar
dançando, de preferência no ritmo da música alta do carro de som.
– Com licença? O que a senhora acha de passar um belíssimo fim de semana, com direito a acompanhante, em um dos nossos luxuosos e paradisíacos hotéis
que estão espalhados pelas cidades mais incríveis do Brasil?
O script era terrível. Olhei os papéis, certa de que tentariam me vender no momento seguinte um titulo hoteleiro qualquer. As fotos mostravam várias
opções de hospedagem. Camas confortáveis, árvores, flores, passarinhos cantarolando na minha imaginação, uma piscina e um ofurô dizendo: “preencha o
cupom, preencha o cupom…”
Hipnotizada pela miragem de um fim semana longe do telefone e do computador, preenchi o cupom, ciente de que os dois dias de paz e sossego estariam
no papo.
Ontem a moça da agência de turismo ligou para confirmar minha mediunidade. Eu fui a sorteada! Mas, passados os primeiros minutos de boas notícias,
começaram as palhaçadas.
Conclusão: preciso confirmar as reservas pessoalmente em uma agência que fica do outro lado do mundo. Mais precisamente, em Parelheiros e dentro de
uma pizzaria, o que me pareceu bastante estranho. Isto tem dia e hora para acontecer, não posso ir quando eu bem entender. E preciso levar o
acompanhante comigo, caso contrário viajarei sozinha. E mais, não estão inclusos transporte e alimentação. Eu que me vire para chegar na Paraíba,
caso este seja o meu destino.
Agora, me diz: Isto parece ou não parece uma arapuca?



Escrito pela Alê Félix
6, agosto, 2003
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