Eu e a Marilu, escoltadas pela senhora do mal, caminhamos em silêncio até a porta da sala da diretora. Diante do velho banco de madeira, Esther
foi categórica:
– Sentem aí e esperem a dona Olga chamar vocês. Se levantarem por um segundo, eu expulso as duas!
Virou as costas, empinou a bunda como de costume e atravessou a passos longos o grande corredor que levava ao pátio.
– Putz, desculpa. Você foi me avisar e acabou encrencada.
Marilu levantou-se num salto e estendeu o dedo do meio em direção à inspetora. Meu coração gelou. Se a Esther visse, seria a nossa morte, mas antes
que eu a puxasse de volta para o banco, Marilu sentou-se e se acalmou.
– Não foi culpa sua. A vaca está de olho em mim desde o dia em que eu pisei nesta merda de escola.
– Ela trata todo mundo assim, Marilu.
– O quê? Você é cega? Com os meninos ela não faz nada. Já viu as calças que esta mulher usa? Acha mesmo que ela traria algum garoto bonito pra cá?
Só se fosse para traçá-lo no banheiro dos professores. Ela quer dar, isso sim!
– …
– Que cara é essa?
– Dar o quê?
– Hahhahaahahahahha! Tá de brincadeira comigo, né? Dar, transar, trepar, fazer sexo… vai dizer que não sabe o que é isso?
– …
– Não?
– Claro! Claro que sei. É que hoje estou meio devagar.
Um desastre atrás do outro. Como eu poderia imaginar o que significava “dar” se eu nem entendia direito porque alguém transava sem a intenção de ter
filhos? Eu lá, tentando descobrir como é que se beijava na boca sem dar vexame e ser desmascarada, e aquela galinha vinha me esfregar na cara que eu
não sabia o que era sexo. Eu havia aprendido na aula de ciências que era através do ato sexual que os bebês nasciam e estava aprendendo com os alunos
mais espertinhos que aquilo se fazia não só para gerar bebês, como também por diversão. E agora aquilo! Todo mundo inventando apelidos para o ato
sexual. E ainda por cima zombavam de desavisadas como eu, que nunca tinham ouvido falar de “dar”, “bimbada”, “crau”, “cutuco”… Que graça tinha
inventar tantos nomes pra mesma coisa?
– Vem comigo!
– Marilu, não! A Esther disse que…
– A Esther manda nos seus passos?
Grandessíssima manipuladora. Ela parecia saber exatamente o que dizer para convencer as pessoas a fazerem o que ela queria. Na ponta dos pés,
caminhamos entre as salas da área proibida aos alunos.
– Que limpo! Como foi que você descobriu este lugar?
– Vindo levar advertências da diretora, oras. Acha o quê? Que eu ficaria ali plantada esperando a bonitona? Eu não!
– Tem até espelhos de corpo inteiro! Bem, que podiam colocar um desses no nosso banheiro.
– Claro, bobinha! Podiam deixar um cabeleireiro à nossa disposição também…
– Se nos pegarem aqui, estaremos fritas.
– Estamos fritas de qualquer jeito.
– Tudo por causa daquela droga de hino. Vou fazer xixi, segura a porta pra mim?
– Não precisa, aqui tem trinco! E a culpa não é do hino, mas sua, que não sabe fingir que está cantando enquanto pensa na morte da bezerra.
– Ando muito preocupada ultimamente. Pensa que é fácil pensar em tudo?
– Técnica – você precisa desenvolver a técnica da atenção. Só assim, pra você pensar no que quiser enquanto os outros tagarelam no seu ouvido ou
exigem que você faça o que eles querem. Eu posso passar horas conversando com você e não ouvir uma só palavra do que você diz, basta pegar no ar uma
ou outra palavra, resmungar uns “ahãs”, uns “é verdade”, “é mesmo”, “nem me diga”… Aulas de Educação Moral e Cívica, por exemplo, eu mal sei como é
a voz daquela professora.
– Não posso acreditar que você consegue não ouvir aquele monte de bobagens.
– Se não fossem bobagens, eu ouviria, darling.
– Eu odeio aquela aula. Acredita que esta privada é tão limpa que dá até pra sentar?
– E eu não sei? É por isto que eu só uso este banheiro. Eu também odeio. Aula pra imbecís.
– E aquela cartilha, então? É uma ofensa! Nunca te pegaram aqui?
– Nunca. E nunca li aquela droga. Joguei a minha no lixo, arranquei a capa e encadernei com ela um livro de quadrinhos eróticos que a minha prima
mandou da França.
– Mentira!
– Veja com seus próprios olhos. – Abriu a mochila e mostrou-me o livro adulto adulterado.
– Tudo em francês!
– Claaaaaaro, Alê.
– Mas você entende?
– Não, mas basta ter imaginação pra saber o que eles estão falando.
– Eu adoraria saber o que está escrito… Uau, que desenhos bem feitos. E quanta língua…
– Nosso poder está na língua, darling.
– O quê?
– Na língua! Nosso poder está na língua. No verbo e no beijo. Minha prima me contou que nunca beijou tanto de língua como tem beijado lá na França.
– Ela não é brasileira?
– É, mas a mãe dela é francesa e se separou do meu tio. Foram as duas morar em Paris. Minha prima é uma sortuda virada pra lua.
– Nunca conheci ninguém que tivesse pais separados.
– Se Deus quiser, em breve você conhecerá. Não vejo a hora dos meus pais pararem de brigar e irem cada um para o seu canto.
– Deve ser bom mesmo… duas casas, dois presentes, maiores chances de argumentar pra conseguir sair com os amigos. Lá em casa eu não posso nem
piscar, que já estão todos me dizendo o que fazer, que horas ir, que horas voltar. Nem sei o que fazer pra me livrar dos sermões na semana que vem.
– Por que na semana que vem?
– Vou aceitar um pedido de namoro…
– Pedido de namoro? Hahahhahahahhaa!
– Pode rir à vontade… Eu prefiro assim, não sei namorar como você.
– Pedir em namoro é muito careta… Hahahahah! Desculpa, mas é engraçado. A caretice e o militarismo dessa escola vão me transformar em uma carola,
qualquer dia desses.
– Ah, eu não acho careta pedir em namoro. Acho que é um sinal legal, um sinal de que o garoto está a fim de verdade. Do jeito que você faz, não dá
pra ter certeza.
– E eu lá quero alguma certeza? Eu só quero é beijar na boca e ser feliz!
– Mas onde está a graça de beijar e não namorar? Bom mesmo é namorar.
– Ah, é? Então me diz o que você faz quando aceita namorar um menino e depois descobre que ele não beija bem?
Eu não havia contado a ninguém sobre o fato de nunca ter beijado, ela não seria a primeira, mesmo que naquele momento ela parecesse a melhor pessoa
pra confiar o meu segredo.
– Termino, ué!
– Ah, muito trabalho. Meu jeito é melhor. Beijo, experimento e depois decido se quero namorar ou não.
– Mas aí você corre o risco do menino não querer mais namorar você.
– Em que planeta? Neste? Aqui, Alêzinha, quem manda somos nós. Por mais inteligente que um homem seja, sempre vai comer na mão de alguma mulher.
Escolha suas vítimas e prepare-se para convencê-los do que você quiser.
– Pára! Tudo bem que você é bonita, engraçada, inteligente… mas daí pra fazer o que bem entende com os meninos é outra história.
– Outra história nada! É só você aplicar um bom beijo de língua neles. Minha prima me ensinou uma técnica imbatível! Dá pra treinar na mão.
– Anh? Como assim? Hahahahahahahaha… Ri o sorriso mais nervoso do mundo. Se ela me dissesse como, todos os meus problemas estariam resolvidos.
– É fácil, vou te mostrar. Faz assim: pegue a sua mão e ponha, próxima da boca, a curva que existe entre o indicador e dedão. Agora fecha os olhos e
imagina que esta é a boca do menino. Imaginou?
– Imaginei. Tô me sentindo uma otária, mas imaginei.
– Xô, xô, xô! Tire os pensamentos “estraga prazeres” da mente, antes que eles arruínem o treinamento e seus futuros beijos! Beijo bom é corpo
arrepiado e mente cheia de desejos. Vamos lá! Imagina que a sua mão é a boca do menino, imagine a língua… começe com beijos leves, beijos suaves…
agora deslize com tranquilidade a sua língua pelas curvas da mão e deixe a língua ir pra onde quiser… Relaxa o corpo, mulher! Dura desse jeito,
você nunca será uma expert! Quem você andou beijando nos últimos anos, heim? Se faz isto com a sua mão, pobre dos garotos que você namorou!
– Eiiii! Dá pra parar de me achincalhar? Já perdi toda a concentração.
– Certo, parei. Voltando… pegue de novo o “L” da mão e comece tudo de novo. Devagar, descobrindo e aumentando a intensidade do beijo… Isso, isso
mesmo. Minha prima diz que beijo bom é aquele que um saboreia os lábios do outro até que a gente perde o fôlego e entra boca adentro como se a língua
fosse um bandeirante desbravando uma mata virgem…
– Punnfff…
Segurei o riso no nariz, na tentativa de segurar a gargalhada, mas acabei dando uma babada no meu Murilo imaginário.
– Hahhahahahhahaha…
– Posso saber o que vocês duas estão fazendo no banheiro dos professores?
– Aaaaaaaaaaaaaaa!
– Aaaaaaaaaaaaaaa, caralho que susto Dona Olga! Quer matar a gente do coração?
– Humm, fodeu! num sopro de voz e de riso, tentei avisá-la Palavrão não, palavrão não, Marilu…
– Palavrão não? Punfff! Você acabou de falar “fodeu”! Por que eu não posso falar “caralho”?
———-> Continua
Clique aqui para ler o Post I – A saga do primeiro beijo.
Marilu era uma das garotas mais faladas do colégio. Enquanto o charme do momento era pedir um tempo pra pensar antes de namorar, Marilu ignorava
a etiqueta e “ficava”. Para garotas como ela, aqueles foram anos injustos. Bastaram duas tardes de beijos na boca (uma tarde com um, outra tarde com
outro), para que sua fama de galinha desavergonhada espalhasse como o cheiro do sopão oferecido às terças-feiras. Cheiro horrível, aquele! Só
morrendo de fome pra comer aquela gororoba. E era assim mesmo que se referiam à Marilu. “Dia de canjão! Cozinharam a Marilu!”.
A danada era linda. E, como se não bastasse ser bonita, tinha um humor e uma desenvoltura social invejáveis. Seu primeiro dia de aula gerou um grande
bochicho entre os rapazes e fez torcer o nariz da maior parte das meninas. Em menos de um mês já tinha ficado com pelo menos meia dúzia dos garotos
da lista dos “Top 10 Vespertino”, recebeu duas advertências da diretoria por cabular aulas e deixou muita gente com medo da sua língua ferina e do
seu soco certeiro. Deu uma surra de dar dó em uma engomadinha metida a besta que não parava de falar dela pelos corredores e deixou claro com todas
as letras e com um português muito bem resolvido, que sentaria a mão em qualquer um que lhe ofendesse. E eles continuaram ofendendo mas baixo e
longe, bem longe da palma de sua mão.
Por essas e outras, nunca me aproximei muito dela, mesmo nossas carteiras sendo tão próximas. O maldito medo do julgamento alheio me fazia ficar
quietinha no meu canto. Achava, covardemente, que falar com ela me transformaria na Dona Galinha número dois. Mas, mesmo sem proximidade alguma, suas
atitudes faziam com que eu torcesse a seu favor. Num universo onde todos queriam ser aceitos e a moda era ser igual ao outro pra não ser motivo de
chacota, ela ignorava as leis e circulava com o dedo em riste. As meninas a odiavam, os garotos a desejavam e, tanto eles quanto elas, falavam mais
do que deviam e a conheciam menos do que gostariam.
De saco cheio do falatório e com a cabeça estourando de preocupação com a proximidade do dia que eu teria que dar a resposta para o Murilo, decidi me
afastar um pouco das rodinhas e das panelinhas de sempre.
O primeiro sinal tocou e logo as filas se formaram para que cantássemos o Hino Nacional. Todo santo dia a mesma coisa. Vivenciávamos o fim de um
longo período de ditadura no Brasil, mas muitas escolas públicas ainda tinham essa rotina: hino nacional, fila pra entrar, filas e mais filas em
silêncio absoluto, aulas hipócritas de educação moral e cívica e um centro cívico, formado por um bando de alunos babacas, que incentivavam aquela
patacoada toda. Eu odiava aquilo tudo. Não tinha condições de compreender o que acontecia no Brasil e muito menos porque éramos obrigados a engolir
imposições como aquelas, mas eu era muito nova pra sacar o mundo à minha volta, principalmente quando minha maior preocupação tornou-se aprender a
beijar. E, de tão preocupada com este detalhe, esqueci de cantarolar o raio do hino. Até que levei um cutucão da Marilu:
– A Esther vem vindo, fica esperta!
– Tá louca?
Entretida com meus pensamentos, levei um susto e acabei falando mais alto do que devia. Alto suficiente pra inspetora cruela, que já estava de olho
em mim, achar que eu e a Marilu estávamos com descaso a bandeira. Fomos as duas para a diretoria.
———-> Continua
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– Alê, você teria coragem de fazer um pacto com o diabo?
– Eu não!
– Mas você não é pagã, atéia, sem fé…?
– Sou.
– Se não acredita em Deus o que você tem a perder?
– Não acredito agora que eu estou viva, depois que eu morrer é bom que ele exista.
Há muitos anos eu trabalho em casa e, até muito pouco tempo, isto me incomodava bastante. Achava que pessoas, como eu, que trabalhavam fora de um
escritório cheio de lantejoulas podiam parecer amadoras, menos capazes… entre outras crenças que a pressão das aparências e dos velhos conceitos
sobre bons empregos ainda geram nas nossas cabeças. Levei muito tempo para relaxar e perceber que eu adoro trabalhar em casa e que tudo que eu faço
brincando, eu faço melhor. Desde então, não admito que me peçam para fazer diferente.
Adoro acordar e passar o dia de pijama no meu escritoriozinho doméstico. Atender o telefone sem fio esticada no sofá nos dias de bode, bater papo com
os amigos pelo ICQ entre a resolução de um ou outro problema, ler os livros que nos enviam tomando sol na varanda e poder mandar tudo à merda no meio
do dia sem ter que dar explicações ou agüentar caras feias. Adoro falar de trabalho só com hora marcada ou por telefone, o muro da minha casa me
preserva dos desgastes diários de relacionamento. Adoro não ter horários, não receber ordens e não ter que dá-las.
Num mundo imbecil, onde a maior parte das pessoas, ricas ou pobres, só pensa em dinheiro e fama, me sinto cada dia mais feliz com a minha vidinha
simples, barata e livre. O dia de amanhã eu não sei, mas hoje ela me satisfaz e é isto que importa. Conheço poucos pensamentos mais castradores do
que aqueles que levam à aposentadoria.
Mesmo em paz com meus ofícios, sinto que algumas coisas ainda precisam ser resolvidas. O conforto de ter um escritório a alguns segundos da minha
cama é uma dádiva em muitos momentos, mas às vezes me causa alguns aborrecimentos porque acabo trabalhando e confiando mais do que deveria.
Um dia desses, dando uma entrevista pelo telefone, a jornalista questionou o possível crescimento da editora. Eu respondi que não quero que ela
cresça, não do jeito que estamos acostumados a ver empresas crescerem. Eu já dizia isto para os amigos e familiares, mas quando disse a ela, tive
certeza de que era realmente o que eu queria. É que esta é uma questão que se torna um paradoxo quando se nasce pobre. Quando nascemos pobres
acreditamos que o trabalho serve pra gente subir na vida, por isto precisei de alguns anos pra compreender que não queria subir pra porra de lugar
algum. Meu trabalho não é a minha vida, só preciso que ele alimente-a. E quando digo isto, quero dizer que ele não passa da ferramenta que eu escolhi
pra não depender de caridade.
Há pouquíssimo tempo eu era obcecada por trabalho, mas não voltarei a ser. Acho deprimente viver pra trabalhar, transformar o trabalho no que há de
mais importante. É, no mínimo, muito pouco criativo, seja ele qual for.
Não quero funcionários, não quero uma carga tributária mais complexa e menos justa do que a que eu sou obrigada a pagar, não quero trabalhar com
pessoas que eu não gosto e não confio, não quero ser patrão, não quero ser empregado, não quero sacanear pessoas para conquistar meus objetivos, não
quero fazer balancetes no final do mês, não quero pagar propina, não quero participar das máfias, das tribos, nem da massa.
Gosto de saber que minha única funcionária fixa é uma pessoa que fica puta comigo se eu passo mais de uma semana com a cara amarrada e que penso na
vida dela como se fosse a minha, porque sei que, bem ou mal, ela depende de mim e eu dependo dela. Gosto de saber que muitos dos meus amigos
participam dos projetos profissionais que eu me enfio e que muitos dos que não são amigos podem se tornar. Definitivamente não trabalho com gente
cretina, não pago mais micos do que o extremamente necessário e não trabalho mais do que vivo. Isso nunca fez bem pra minha alma, nem para o meu
humor.
Preciso de diversão e prazer, tanto ou mais do que de dinheiro, para sobreviver. E isto não é um luxo; é uma escolha. Uma dura escolha que exige
atenção constante e trabalho dobrado, mas outro tipo de trabalho. O trabalho de pensar diariamente sobre o que você quer e o que não quer para sua
vida, o trabalho de dar bananas ao invés de distrair-se correndo atrás de cenouras.
Não me importo com a estrada que escolhi porque me sinto à vontade para virar à direita, à esquerda ou fazer retornos, quantos retornos eu
quiser, porque tanto faz olhar para trás, para frente ou para os lados, o azul do céu estará sempre escapando pelos vãos dos meus dedos, mas sempre
nas minhas mãos.
Quem rabisca o meu destino sou eu e os riscos do meu caminho não se parecem com uma linha reta, porque eu vivo embriagada da vida. Mas que diacho de
pensamento é esse? Que linha? Que caminho? Que estrada, se eu mal sinto meus pés no chão?
Uma coisa é não ir com a cara do bichano outra coisa é maltratá-lo. Controlem-se e deixem de se exaltar antes que alguém denuncie este blog ao Ibama.
Logo eu, que espanto pernilongos assoprando-os porque tenho dó de espantá-los no tabefe. Eu só não gosto de gatinhos pendurados no meu pescoço,
desfiando minhas roupas ou me lambendo. Tenho uma boa lista de seres e coisas que eu não gosto, mas nada tanto e por tanto tempo assim. Pensando bem
eles são até interessantes, desde que eu cá, eles lá.
Eu odeio mudanças! Não as da vida, as da vida são bem-vindas porque quando elas são boas me fazem rir à toa e, quando são ruins, me fazem rir
depois de algum tempo. Agora, mudança de provedor… que porca miséria! Eu não aguento mais tantas migrações virtuais. Decidi que quero ficar
milionária, de uma vez por todas, só pra chamar um homem da Granero que carregue todos os meus arquivos de um lado para o outro enquanto eu tomo sol
em uma ilha qualquer do Caribe.
E olha que eu reclamo de barriga cheia! Recebi ajuda de todos os lados: A Lia, minha
protegida e agora sócia, me fez um template. O Jaime meu amigo, ex-sócio e novo sócio em um novo projeto, instalou o Movable Type, fez a migração, me suportou e me deu suporte.
O Marco, nosso querido Marco de cada dia nos dai hoje, cedeu generosamente a base do
seu template. (A senha e o login do JMC estão sendo negociados por e-mail. Mandem
suas ofertas!). O Lambreta, meu futuro parceiro de tirinhas e cartunista da casa, desenhou
meu elefantinho de estimação que ficou no servidor do blogger, mas que deverá vir pra cá no futuro.
E o maridon… ai, ai o maridon. Maridon apagou o gato do Botero, meteu uma canga na gordutcha, aumentou a parede, fez botões, arrumou meus
comentários, aprendeu a mexer no movable type só pra me ajudar, aguentou meu humor instável, me deu aulas de física e matemática enquanto eu tentava
mexer no photoshop e ainda arranjava tempo pra dizer que os peitos da gordinha do Botero não faziam jus aos meus… (Palavras do maridon. Longe de
mim, fazer propaganda enganosa no meu próprio blog.)
Às vezes eu acho que não mereço os amigos e o maridon que eu tenho. Porque, mesmo depois de tanta ajuda, eu ainda tenho coragem de dizer que preciso
do homem da granero, caribenhos, dinheiro…
Me disseram que nínguém por aqui se lembraria do velho comercial da Granero. Aquele do “manhêêê, o homem da Granero chegou!”. Claro que lembram…
Mas será possível que só pirralhos visitam este blog? 🙂