Tenho me sentido invisível com alguma frequência… Na maior parte do tempo, flutuando, passando batido pela vida como se ela e suas pessoinhas não fizessem mais diferença. Fazem… Pelo medo e não mais pelo desejo, mas ainda fazem. Não, não ache que o que eu digo agora é triste ou ruim, é só verdadeiro. E eu te peço encarecidamente que deixe um pouco em paz minhas verdades momentaneas porque elas são raras, não fazem mal e elas nunca, nunca foram absolutas e muito menos tristes. Tristeza é a gente se enganar com nossos roteiros que camuflam a solidão, eu só faço pensar… só isso. Só? Não. Também tenho meu roteiro de disfarce… Falo entre sorrisos que não dizem nada, ouço só o que me soa bem, enxergo… falo demais, mas enxergo. Enxergo pensamentos em cada traço de rosto, passado em cada movimento de corpo e algumas alegrias onde ainda resta poesia. Parece que ninguém mais precisa me dizer nada, mas eu ainda ouço. Quase sempre com esforço, é verdade… Parece que é a minha loucura que alimenta os meus olhos, mas é o contrário… sempre foi o contrário. Talvez, por eles, por tudo que já vi, flutuo insignificante enquanto presente. Consciente. Lúcida. De olhos arregalados e lábios transparentes. Depois, dentro de mim mesma, desapareço. A cada dia, mais um pouco.



Postado por:Alê Félix
09/06/2008
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