Este é o primeiro feriado que passo sozinha desde… Acho que desde sempre. Nem lembro disso já ter acontecido. Estava casada há doze anos, separada e com ele morando aqui em casa há um ano e meio, separada e namorando alguém de outro estado há um ano e quase seis meses. Também não lembro quando foi que estive solteira pela última vez… Acho que não fico solteira-solteira desde… Desde os quatorze anos. Acho. Não tenho certeza. E sempre achei que fossem estranhas as pessoas que não conseguem manter relações mais longas, mas… Mas hoje a estranha sou eu que – depois de tantos e tantos anos – está querendo aprender a ficar sozinha e ter espaço pra outros tantos interesses que perdi entre uma relação e outra. E é uma merda não ter feito isso direito antes… Uma merda ter evitado. Não, essas coisas não acontecem por acaso. Algumas pessoas são pateticamente mais carentes do que outras. Sempre morri de medo de solidão e lidar com isso agora parece ridiculo e imaturo.
Não está sendo um feriado fácil… Vi dois filmes, uns dez episódios de seriado, comecei a ler um livro (sem interesse comercial!), lavei a louça (pasmem!), escrevi dois posts quase no mesmo dia, sai pra jantar sozinha em um restaurante onde ninguém entra sozinho e acho que vou arrumar minhas eternas bagunças domésticas… Enfim. De vez em quando dá uma sensação horrorosa no peito, as horas diárias de sono passaram da quatro para duas, mas pelo menos não estou voltando da rua e olhando atrás das portas. Menos mau…
Quando eu era adolescente e meus pais viajavam, ficar em casa era uma espécie de presente divino pedido em orações e mais orações. Quinze minutos depois deles baterem o portão o quintal já estava preparado para as festas, várias amigas dormiam por lá e o namorado se animava para brincar de casinha. E eu achava que quando morasse sozinha seria daquele jeito, e consegui sair de casa antes dos vinte anos só por causa daquela sensação boa de liberdade, mas casei meia hora depois de colocar o pé na rua. Fiz tudo errado, né? Podia ter passado por essa droga de solidão na época que “ficar sozinha” era sinal de sono chegando. Agora eu tô ferrada… Não tenho mais tanto saco para as festas, as amigas ou estão casadas ou desesperadas, prefiro brincar de escritório do que de casinha e não consigo mais dormir. Acho que vou passar o resto do feriado na casa dos meus pais…



Postado por:Alê Félix
09/07/2007
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Julie

julho 11th, 2007 às 19:11

Ai, meu medo é seu oposto inverso. Pense numa pessoa que está a tanto tempo só (os P.A.s não contam, já que o contato é carnal mas a intimidade é virtual) que eu tenho medo é de como será alguém for entrar no meu espaco sagrado. E pior, tenho medo de isso nunca acontecer, como quando eu achava que jamais aprenderia a dirigir. Tempos sinistros…


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Julie

julho 11th, 2007 às 19:12

Ai, meu medo é seu oposto inverso. Pense numa pessoa que está a tanto tempo só (os P.A.s não contam, já que o contato é carnal mas a intimidade é virtual) que eu tenho medo é de como será alguém for entrar no meu espaco sagrado. E pior, tenho medo de isso nunca acontecer, como quando eu achava que jamais aprenderia a dirigir. Tempos sinistros…


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Adriano Navegantes

julho 11th, 2007 às 19:50

Minha situação está assim: Separação há dois meses, síndrome de abstinência, medo de ser procurado, medo de procurar, medo de não ser procurado, medo de desespero e de solidão. Solidão intensa num AP cheio de gente… Teia de aranha nas partes… crosta no ego… autoestima no pé. Um beijão Alê.


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Keila

julho 11th, 2007 às 20:54

Putz..sou pessoa que não sabe e se desespera só de pensar em ficar só. Mas, tem momentos que isso é tão necessário. Pensar em você e dispensar sacrifícios e empencilhos por causa do outro. Brinco que estou fazendo voto de castidade com os pretendentes que aparecem. Porém, amigos dizem que as apostas estão abertas.


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Ramón

julho 12th, 2007 às 0:17

fiquei preocupado como sumisso… grita pra eu saber q ta viva!! beijos!! hiii aqui nao é pra isso..aqui é pra falar do texto… mas nao tenho nada pra falar dele.. enfim… hahaha beijos alessandra felix


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Poeta Matemático

julho 12th, 2007 às 8:26

Acho que seus pais iam gostar da visita. E se serve de consolo, tenho sentido o mesmo há dias…
Abraços


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Paola

julho 12th, 2007 às 9:30

acabei de terminar um namoro e praticamente já estou em outro.acho terrível, terrível. queria um tempo pra mim, mas simplismente não consigo. Talvez eu esteja fazendo tudo “errado” como você. tenho 20 anos!! eu deveria tentar parar?!
~ adoro demais seus textos!


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Daniel

julho 12th, 2007 às 11:36

Adorei seus textos. Tbem tenho muito medo da solidão… mais pago um preço que as vezes acho que é caro de mais pra mim…
Bjos e amém nóis tudo….rsrs


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Daniel

julho 12th, 2007 às 11:36

Adorei seus textos. Tbem tenho muito medo da solidão… mais pago um preço que as vezes acho que é caro de mais pra mim…
Bjos e amém nóis tudo….rsrs


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Angela

julho 13th, 2007 às 0:58

Alê, sou uma mulher que poderia ser sua mãe. Mas já fui jovem e ainda sou, por dentro. Gosto muito de minha companhia e acho que aí está a diferença. Há pessoas que precisam tanto do ‘outro’ que não se percebem e talvez precisem peitar o estar só para descobrir que são muito interessantes e que, por mais que estejam acompanhadas, serão sempre muito sós, caso não se aceitem como parceiras. Você, se faz justiça à foto, é uma bela mulher e deve ter, pelo modo como escreve, muito espírito. Talvez só falte a coragem de experimentar-se.
Desejo muito boa sorte e uma lua de mel a sós, com a outra Alê, a que vale ser descoberta.


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r a c h e l

julho 16th, 2007 às 0:18

mmmmmmmm…
estou na mesma que você. eu inventei amores ao invés de reconhecer os que porventura pudessem chegar. chega uma hora que cansa. também não quero me atropelar mais.
força na peruca!
mas acho que o caminho é esse mesmo.
:*)


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Jaime

julho 16th, 2007 às 0:33

“Lavei a louça”.
hahaha, não sabia que agora você escrevia ficção também.
Eu, que assisti a uma pia inteira de panelas, pratos e outros apetrechos ir para o lixo lá na M´boi Mirim, duvido muito desse evento acontecer sem que “o terceiro anjo toque sua trombeta e caia do céu uma grande estrela ardendo como uma tocha.”


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Maurício

julho 16th, 2007 às 11:17

Saber ficar sozinho é uma arte. Antes de tudo, é uma necessidade. O importante é estar com alguém pq se quer, não pq se precisa. Assim somos muito mais felizes e evitamos roubadas.


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Viva

julho 17th, 2007 às 10:58

Quando eu fiquei viúva, achei que nunca me acostumaria com a falta de um companheiro. Depois que, digamos, me acostumei com a idéia, achei que iria ter uma vida amorosa intensa e variada, o que não aconteceu. Estou só há quase 4 anos e não sei como será se eu algum dia arrumar um namorado. Acho que já me acostumei comigo.


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Simone

julho 18th, 2007 às 11:34

Muito agradável a leitura do seu blog.
Meus pais também viajaram e já não dá mais pra fazer as festinhas de antes… A vida das solteiras-solteiras não é mesmo fácil!…Abração!


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