Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas a festa acabou. Temporariamente pelo menos. Eu conto, eu conto…
Depois de doze anos trabalhando como se eu fosse um pai de família obcecado com as contas (família grande!), percebi que, além da família não existir, minha vida também não existia mais.
Deve ter sido culpa desse negócio de internet… Quatro anos atrás, junto com o começo desse blog, as mudanças começaram. Inventei de publicar livros de blogueiros e dei uma quebrada nos dias chatos que eu levava. Porém, financeiramente, as coisas não mudaram. Continuei trabalhando feito louca. Mais do que antes até. Porque além do custo de vida normal, passei a ter a conta do hobby de ter uma editora (não, eu não vivo do dinheiro da editora. A editora vive do meu dinheiro. Infelizmente.).
O resultado de tanto trabalho foi que no fim do ano passado eu tinha uns trocados para comprar um lugar onde eu pudesse morrer. Uma casinha qualquer que me desse a segurança de não pagar micos na velhice. Procurei, achei um apartamentão lindo no centro da cidade. O marido da velhinha tinha morrido, ela não teve filhos, a irmã que foi morar com ela também morreu, o sobrinho casou e ela estava vendendo aquela belezura para viver no interior de São Paulo junto com quem restou da sua família.
Nem preciso dizer que eu pirei com a história, né? Mas não foi por isso que não comprei o bonitão do apartamento. Foi porque sou indecisa pra diabo, fiquei enrolando e um sujeito bateu o martelo enquanto eu pensava.
Não deu outra… Fiquei triste uns dias lembrando da banheira de hidromassagem daquele banheiro gigante e, pra tristeza não virar chororô, acabei comprando uma fantasia para sair na Vai-Vai no carnaval.
Eu sei, eu sei… Uma coisa não deveria ter nada a ver com a outra, mas teve. Pouco tempo depois meu casamento acabou e eu decidi surtar um pouquinho. Parei de trabalhar e me preparei para torrar o dinheiro do apartamento da melhor forma que eu conseguisse. E viajei, viajei, viajei… E seis meses passaram por mim. E eu acabei de consultar meu saldo no banco e descobri que o dinheiro do apartamento acaba este mês. Ou seja, adeus pra vocês.
Tô pobre de novo. Vou ter que pegar pesado por aqui e obrigatoriamente dar uma sumida dessa coisa virtual. Não vou fechar o blog porque não é necessário, mas não sei se conseguirei atualizá-lo com tanta freqüência. É que eu sinto culpa de perder tempo com bobagens quando tô pobre… :-s
Aí você me pergunta porque diabos eu tenho essa relação esquisita com dinheiro. Não sei… Acho que é conseqüência da relação que tenho com meu pai. Eu nasci pobre, mas desde muito menina decidi não morrer pobre. Saí de casa muito cedo, jurei que cuidaria bem de mim, e todas essas besteiras que movem a gente por orgulho. E sou de uma família onde é proibido amarelar, sabe? Deu no que deu… Tem horas que levo essa história de grana muito a sério porque tenho medo de depender de outras pessoas, tem horas que mando tudo a merda e me comporto como se fosse uma mimadinha de quinze anos. Tem períodos que estou rica, outros que estou pobre. Mas sei lá… Acho que a vida de todo mundo é um pouco assim. Com seus altos, baixos, sorte e revés. Nada muito diferente de um tabuleiro do Banco Imobiliário.
Se eu tô arrependida de ter torrado o dinheiro? Tô. Devia ter ido para a Alemanha ver a Copa do Mundo e acabado com ele em três meses ao invés de seis. Esses foram os melhores meses da minha vida. Perderam, talvez, para o período que eu fugi de casa, comprei um Opala quatro portas e morei uns tempos em Porto Seguro. Mas essa é outra história…
Beijo pra vocês, obrigada pela companhia e torçam pra eu ficar rica novamente. Mês que vem se possível… Assim eu volto a perder tempo contando minhas histórias sem a culpa que me atormenta. Não… Não tenho mais dinheiro para terapia. Mas não se preocupem. Ter nascido pobre me ensinou que um tanque de roupa pra lavar é tão eficiente quanto o divã. 😉



Postado por:Alê Félix
20/06/2006
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Renata

junho 20th, 2006 às 13:42

Boa sorte, Alê. Assim como eu, muita gente vai estar aqui esperando você voltar com suas magníficas histórias.
Beijos.


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Paulo

junho 20th, 2006 às 13:42

Po, mal aê nao ter aparecido.
De qquer forma, devo ir a SP em breve. A gente bebe uns chopps e joga conversê fiado fora.
Bjus!


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Julia

junho 20th, 2006 às 14:15

Vai dar tudo certo. Relaxa que gente como vc nao se aperta por muito tempo.
Estou na torcida.


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Roberto

junho 20th, 2006 às 15:16

Oi Alê, ah é assim mesmo, mas ñ demora mto p/ td voltar ao q era, se bem q era isso antes…
Seja lá o q for fazer, pela grana ou graças a ela, faça pq gosta…
:-*s


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Grazi

junho 20th, 2006 às 17:37

Naaaaaooooooo!
Quando tiver tempo, passa aqui.
Mas promete que tem q ser um post que valha por mil
😀
bjo


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Lu

junho 20th, 2006 às 18:03

boa sorte, moça! :^)


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Alex

junho 20th, 2006 às 18:14

Puxa!
Agora que eu estava começando a acompanhar com mais freqüência…mas tudo bem, eu sei que você volta 🙂
Boa sorte, moça… estamos torcendo por você.


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Jana

junho 20th, 2006 às 18:39

Bem-vinda de volta ao Clube… O clube dos quebrados…
Relaxa, trabalhando vc consegue sair do clube de novo… mas nao gostei da idéia de nos abandonar.
E uma coisa q eu nao entendi, vc tem dois empregos? Quer dizer, um emprego e uma editora?


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Urg

junho 20th, 2006 às 20:52

case-se comigo e resolverei todos esses seus problemas, ou arrumarei outros.


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andre

junho 20th, 2006 às 22:05

quando leio um post ou mensagem assim, fico triste por mim e feliz pela outra pessoa, veja bem
vc perdeu dinheiro aproveitando, não foi para curar uma doença que não foi curada, não foi assaltada, não foi enganada. Vc aproveitou e fez o que quis..
eu perdi na bolsa, não aproveitei nada!
boa sorte


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Lulu

junho 21st, 2006 às 1:49

Safada! Tá abandonando o navio é pq tá devendo o final de certas estórias q andou escrevendo! hunf… fica dando essa desculpa aí, de sentimento de culpa… tsc tsc coisa feia!!
Calma, deleta os palavroes, hehe, touu só brincando, boa sorte aí com seu humilde objetivo de ficar rica!!! 😀
bjs!


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ane aguirre

junho 21st, 2006 às 9:28

Alê querida, vou sentir tua falta se vc der uma sumida básica, mas enquanto isso:
1) fico na maior torcida pra vc ficar rica, podre de rica;
2) espero que vc continue sendo feliz na hora em que tem que ser feliz (porque não é toda hora e se a gente deixar passar, babaus);
3) não se arrependa do que te fez sorrir.
Um beijo e meu carinho,
Ane.


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Alana

junho 21st, 2006 às 11:07

A Alê vai ficar rica, a Alê vai ficar rica, a Alê vai ficar rica, …
Pode deixar, esse vai ser meu mantra.
E você aproveitou bem o dinheiro. Investiu em você, não perdeu no jogo nem foi assaltada.


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Greice

junho 21st, 2006 às 12:21

Fica tranquila, isso faz parte da historia…..Todos passam por isso e com certeza faz com que nos torne-mos muito mais fortes e racionais eu acho…..
Fica com Deus


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Samantha

junho 21st, 2006 às 12:54

Alê,
Uns minutinhos não vão te deixar maluca de culpa! Então… não esqueça de atualizar… suas histórias vão ser tão ou mais divertidas (pq pobre se diverte com coisas muito mais simples….).
Estarei esperando as aventuras da Alê mais pobre… de dinheiro! Não de alegria!
Um abraço


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Str

junho 21st, 2006 às 16:23

Fique rica logo moça


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Ângela

junho 21st, 2006 às 18:17

mega sena já!


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katia hokamura

junho 21st, 2006 às 19:14

no final tudo dá certo…se não deu ainda é pq não chegou no final…mas sem crise… ,vc sempre se supera e isso é uma das coisas que eu mais admiro em vc!!!bjo gde e assim q vc ficar rica me avise pra eu pedir um empréstimo rsrs…


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Jair Bernardes

junho 21st, 2006 às 19:17

Seja bem-vinda ao clube-dos-blogueiros-que-não-atualizam-por-falta-de-tempo-por-terem-que-trabalhar.
Sucesso na vida, minha filha.


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nielphine

junho 21st, 2006 às 23:33

hehehe…. tanque pra ti, armários pra mim.
e eu acho q vc escolheu uma forma mto legal de gastar o dinheiro ^^ vc pode ateh morrer velha e um pouquinho mais louca do q jah eh, mas sozinha eu tenho certeza d q naun vai..
bjinhos, se cuida, boa sorte com tudo, e fique rica logo!


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Pullen

junho 22nd, 2006 às 1:31

Alê, escolha uma das opções abaixo:
1. Se tivesse comprado o apartamento, tinha ficado dura seis meses antes.
2. Quando mais dura, maior a produção.
3. Eu sempre quiz ser rico como você. Agora está mais fácil.
4. Não há mal que sempre dure, nem bem que não se acabe. A grana também.
5. Tudo isto foi um grande mal entendido. A depressão passa depois de amanhã.


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Viva

junho 22nd, 2006 às 13:36

Pelo jeito você já tem prática nessa montanha russa. Então não vou despejar conselhos. Apenas desejar boa sorte! E que a maré baixa dure pouco.


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Ira

junho 23rd, 2006 às 16:31

Meu Deus, Alê! Tu é doida!
Mas esse tipo de vida só é cabível para quem tem talento suficiente para recuperar tudo quando der na telha. E isso ninguém te tira.
:*


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Eduardo Leite

junho 24th, 2006 às 6:28

Você está crescendo-amadurecendo.Esta fase na sua vida não deixa de ser um encanto.Ouça no silêncio-meditação-o que o seu inconsciente que te dizer.
Veja na escuridão os sinais de alerta.Os sábios poderão te dizer qual é o caminho,mas,é você que irá caminhar.
Um forte abraço envolvido em votos de dará tudo certo.
Eduardo Leite


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Sophia Horowitz

junho 26th, 2006 às 15:51

Costumo dizer que apenas uma coisa me tira o sono: dinheiro. Ou melhor, a falta dele.
Sou como você: tenho altos e baixos. Ora estou rica, ora pobre.
Eu costumava limpar a casa, quando não estava muito bem, pq dinheiro pra terapia, nemfu. E sempre funcionou.
Espero que vc fique rica de novo, em breve.
🙂