Resenha sobre o livro Balde de Gelo no Jornal do Brasil de hoje. Leia e, na hora de comprar o seu exemplar, ligue aqui na editora. É mais barato, mais rápido e, de quebra, você ainda ouve alguns minutos da minha voz de taquara-rachada. Está esperando o quê? Telefone do lado direito, embaixo da propagando do livro. Beijinho.



Escrito pela Alê Félix
6, setembro, 2005
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Tenho visto essas tragédias ambientais e me perguntado se, em algum momento, passa pela cabeça das vítimas que o que está acontecendo é uma resposta do planeta ou se elas acham que é tudo culpa do azar, de Deus, do “governo”, do destino, da Santa Clara, dessas coisas todas que nos eximem de qualquer responsabilidade. Me pergunto se alguém tem lembrado de coisas simples como Tratado de Kyoto e todas essas tentativas bobas de reparar um pouco das agressões que cometemos (o tempo inteiro) contra o planeta. Será que embaixo d’água alguém pensa sobre isso? Será que alguém que perde as paredes da sua casa consegue, em algum momento, olhar melhor o que acontece do lado de fora do seu mundinho?
É uma pena que, com tanto lugar bom de ir para o beleléu, o Katrina tenha destruído um dos lugares mais interessantes dos Estados Unidos. Uma pena que, embora o país seja rico, o dinheiro só tenha servido para evidenciar que aqueles estados não são tão unidos assim. É uma pena, mas é só mais um episódio triste entre tantos outros que acontecem no mundo. É uma pena, mas é só começo dos resultados que ainda vamos colher por conta do nosso descaso, ganância, ignorância e preguiça.
Links sobre New Orleans e um pouco do que acontece do lado de lá:aqui e aqui.



Escrito pela Alê Félix
6, setembro, 2005
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Ela tinha razão, o Clã das Adagas Voadoras é maravilhoso. Aliás, depois de ver Herói, Clã e Kung Fu, cheguei a conclusão de que não existem filmes que são mais a minha cara. Vou até mudar o “Em construção” do meu perfil no Orkut para “Sangue, paixão e roupas de seda”. 😉
Obrigada pela dica, Prodígia!
E, por falar em Orkut, pra quem estiver com saudade dos posts da saga do primeiro beijo, a Deinha abriu um tópico na comunidade Amarula com Sucrilhos para que o povo pudesse contar suas histórias de primeiro beijo. Só ir até lá e escrever a sua, enquanto eu termino a minha por aqui. Dessa vez não é promessa de político, essa semana terá um post de cada historiona: Saga do Primeiro Beijo, O Videotexto, O Ovo Negro e os Incompetentes no Amor e A Hostess do Araça. Inté.



Escrito pela Alê Félix
3, setembro, 2005
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– Já alugaram o apartamento aí da frente?
– Não está vendo a garota arrumar a sacada?
– Que moça cuidadosa… Bem diferente da moradora antiga.
– Só é mais nova…
– Eitá! E desde quando a idade determina o zelo?
Olhei por cima dos óculos enquanto fechava o jornal e observava a garota, na pequena sacada do apartamento, cavando espaço no concreto para um pouco de terra.
– Vinte e poucos anos, não mais do que vinte e sete, recém-casada, controladora, perfeccionista, romântica. O casamento deve durar alguns anos. No mínimo cinco. Ela deve engravidar em dois, no máximo três anos. Se isso não acontecer o casamento terá que ser muito forte pra resistir… O casamento, o jardim e os móveis.
– Credo! Como a senhora faz isso? Não sabe nada da vida da moça e fica achando todo esse monte de coisa!
– A idade é fácil deduzir. Não só pela aparência física, mas também pelo semblante de sintonia com o tempo que ela carrega. Primeira casa, primeiro casamento, primeira mobília… Se ela tivesse mais de trinta anos, não estaria tão encantada com os detalhes e estaria mais preocupada com a idéia de engravidar do que com a de harmonizar o lugar onde vive. Sobre ser recém-casada, você já viu alguma mulher cuidar tanto de uma casa como ela está fazendo desde que mudou?
– Sei não, senhora.
– Uma mulher só faz isso em três situações: ela acabou de casar e está cheia de esperança, o casamento está em crise e ela está tentando se salvar e, por último, o marido a sustenta e ela entrou em um curso de decoração ou jardinagem. Eu aposto que o caso dela é o primeiro pelos seguintes indícios: essas flores são as mais populares no Ceagesp. Se ela estivesse matriculada em um curso de jardinagem teria comprado as flores mais populares entre as colegas de curso ou as mais exóticas de algum livro e não as mais compradas entre as donas de casa. As árvores ornamentais são óbvias: necessidade de controlar o tempo, a vida, o casamento, etc… Necessidade de controle e tentativa de manter sempre as boas aparências. Ela não apara somente as folhas e os galhos, ela apara e joga fora as frustrações enquanto aproveita para acreditar que está moldando seu futuro. Árvore da felicidade: já virou clichê entre os recém-casados. Principalmente entre noivas supersticiosas que acham que sal grosso e plantinhas da sorte podem mudar seus destinos. Mesinha e cadeirinha para dois em uma sacada minúscula: é a primeira coisa que uma mulher pensa em comprar quando vê uma área livre de apartamento. Tomar café da manhã com o marido, olhar a paisagem de prédios e janelas, fazer especulações sobre os vizinhos que eles não conhecem… Isso é sonho de consumo para qualquer moça romântica, qualquer moça que um dia tenha comprado o kit padrão de sonhos classe-média…
– Eu hein… Num entendi muita coisa do que a senhora disse não, mas achei tudo meio triste.
Eu sorri e voltei para o jornal…
– A senhora costuma acertar essas coisas?
– Anran… Sempre que a vida do outro fica parecida com o que já foi a minha.



Escrito pela Alê Félix
2, setembro, 2005
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