Se não fosse o maridon me puxando a orelha pra eu andar na linha, acho que eu já teria entrado para o mundo do crime. Desculpem o mau exemplo crianças, mas tenho que confessar que acho essas histórias incríveis.



Escrito pela Alê Félix
8, agosto, 2005
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– Você o quê??
– O nariz da “Milagrosa” é o seu nariz, oras! Qual o problema?
– Eu não acredito que você usou uma parte do meu rosto nesse desenho pornográfico feito para rótulo de bebida levanta defunto!
– Não é um desenho pornográfico.
– Não, não é não! Olha a boca de chupar ovo dessa, dessa…
– Critica, mas não esculhamba a “Milagrosa”! A boca nem foi inspirada em você. Se quiser reclamar de alguma coisa reclama do nariz. A boca não! A boca é da Lurdinha.
– Anh??
– É… Boca da Lurdinha, seu nariz, olhos da Juju, cabelo da Yara, pernas da…
– Ex-namoradas… Todas ex-namoradas! Peraê… Você namorou a Yara??
– Ergh… Mais ou menos… A gente só ficou.
– Espera aí, espera aí… Eu te apresentei a Yara! Não vai me dizer que…?
– Juro que não foi naquela época!
– Foi quando então??
– Depois, bem depois…
– E por que ela nunca me disse nada?
– Eu sei lá! Vocês mulheres são muito esquisitas. Ela pediu pra não contar, achou que estragaria a amizade entre vocês, e…
– Chega! Eu não quero ouvir. Você é doente. Não tinha nada que meter meu nariz nessa história! O que você tem na cabeça? A base de catuaba ainda por cima… Eu devia te processar, sabia? Uso indevido de imagem.
– Mas foi só o nariz!
– Aí de você se fosse outra coisa! Se bem que nos últimos anos eu engordei tanto que viver da glória do passado não seria nada mau… Só o nariz mesmo… Não que eu nunca tenha tido um corpo parecido com este, mas… Deus do céu eu preciso voltar com algum tipo de regime. Só sobrou o nariz e… Mesmo assim isso é uma ofensa! Olha essa senhora… Você é biruta! Ai! Ai de você se tivesse desenhado mais de mim nesse esboço de boneca inflável para bebum fracassado!
– …
– Que foi? Que cara é essa? Não me diga que tem mais de mim nisso daqui?
– No desenho da Milagrosa não, mas sabe como é, né? Eu tenho que buscar inspiração em algum lugar e…
– E o quê? Fala logo!
– E uma das meninas do “Poderoso” tem alguns traços que podem parecer familiares e…
– Deixa eu ver essa garrafa!
– …
– Eu não acredito! Você desenhou o seu rosto no cara do desenho!
– Só um pouco mais magro e com um pouquinho mais de cabelo…
– Pouquinho!? Toma vergonha! Ok, pra mim chega. Vejo você no tribunal.
– Deixa de frescura. Você não é disso. Além do mais, com que argumento?
– Com o argumento de que você está fazendo propaganda enganosa desenhando suas ex-namoradas com a cara e… A cara e sabe lá deus o quê, que elas tinham quinze anos atrás. Isso que dá ficar amiga de ex! Ex bom é, realmente, ex morto. Quando não colocam os defeitos da gente na banca para os amigos, colocam nas prateleiras dos supermercados!
– O que você está fazendo? Para de apontar este celular pra mim…
– Celular e câmera fotográfica, seu bestalhão. Prepare-se para ver o seu retrato na internet junto com uma recomendação de todas as suas ex-namoradas!


milagrosa.jpg



Escrito pela Alê Félix
8, agosto, 2005
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– Chorou?? Como assim?
– Ué, chorou! Chorou, chorando.
– Do nada?
– Do nada.
– Uma choradeira ou um chorinho?
– Qual deles?
– Como assim “qual deles”?
– Esse é o segundo que chora.
– Dois caras? Mentira!
– Tô falando pra você… O negócio tá feio. O cara do mês passado chorou só um pouquinho. Uma ou duas lágrimas. Eu vi uma delas, mas acho que a segunda lágrima rolou antes de eu perceber que havia algo errado. Já o cara de ontem não teve como esconder, foi uma choradeira que Deus me livre!
– E o que você fez?
– Fingi que não vi a segunda lágrima do primeiro e inventei uma dor de barriga para o segundo. Fui embora.
– Ah, pára!
– Sério.
– Sem dizer nada? Não perguntou porque eles choraram?
– Eu, não! Vou perguntar o quê? “Ei, acabamos de transar! Tá chorando por que, queridinho?” Eu não! Deus me livre.
– Mas foi logo depois do cutuco?
– Logo depois do auge do cutuco!
– Credo!
– Nem me fala.
– Mas que diabos será que você anda fazendo com esses caras pra eles chorarem no final?
– Eu?? Eu não tenho nada com isso! Só tive o azar de sair com dois caras esquisitos. Só isso.
– Será que foram casos isolados ou tem uma porção de caras chorando depois que transam? Sim, porque pode ser um problema de geração. Já pensou nisso? Qual a idade deles?
– Um tem vinte nove e o outro trinta e dois. Por que?
– Tô falando! Batata! Caso típico de insegurança oitentiana.
– Anh?
– É… Esses caras de trinta anos são muito frágeis. Culpa das mães da década de oitenta. Elas protegeram demais os garotos e, hoje em dia, ou eles se acham a última bolacha do pacote, ou são meio inseguros, dependentes. Basta ver a quantidade deles que anda perdido por aí sem nunca ter saído da barra da saia da mãe… Eles não conseguem casar, ter filhos, não conseguem se comprometer. E aí o que acontece? Acabam chorando depois do cutuco e depois de todo tipo de situação que fica fora do controle deles. É o que dá crescer sendo o filhinho da mamãe. Não é regra, mas…
– Deus do céu, Alê! Você tá cada dia pior. Eu aqui pensando em me benzer e você querendo fazer um estudo comportamental de uma geração com a minha situação! Era o que me faltava…
– Que mané estudo comportamental! Não fala bobagem. O que eu faço é só observar, julgar e condenar. Só isso.
– Esqueceu de dizer que você executa no final.
– Não faço isso.
– Sei que não faz. Mas, pensando bem sobre esse lance de observar, você podia perguntar isso pra mulherada que lê seu blog, né? Podia perguntar se é só comigo que acontece essas paradas ou se os caras andam chorando por aí e a gente não sabe por falta de comunicação.
– E desde quando meu blog virou prestação de serviço?
– Custa!?
– Tá bom, tá bom…
– Aproveita e pede para os meninos dizerem se já choraram também.
– Você acha que eles são bestas de dizer que já choraram?
– Diz pra responderem com outro nome, criatura!
– Enquete anônima?
– É, ué.
– Hum… E eu posso dizer que foi você que pediu pra perguntar?
– Claro que não, né!
– Hum… sei. Então tá.



Escrito pela Alê Félix
7, agosto, 2005
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Quando eu contei para a minha avó qual era a minha primeira lembrança, ela disse que, no dia anterior ao da ginástica olímpica, ele organizou sozinho a minha festa de quatro anos de idade. Eu nunca lembrei desse detalhe, mas lembro muito bem do dia seguinte, óbvio. Por que me lembraria do afeto dele, se eu precisaria tanto das nossas brigas para ser quem eu seria no futuro?
Fui com meu pai para o centro esportivo onde ele treinava. Ele era maratonista e eu estava certa de que aquele seria o meu primeiro dia nas aulas de natação. O lugar era voltado para a preparação de atletas. Ou seja, mesmo escolhendo fazer natação, seria necessário ser escolhida por professores especializados em observar e escolher crianças que aparentassem algum futuro no esporte. Meu pai não me contou essa parte, essa parte eu deduzi sozinha vendo centenas de pais arrastando seus filhos entre a fila de uma modalidade e outra. Deduzi vendo a molecada chorar por não ser aprovada para aprender o futebol do pai ou o ballet da mãe. Lembro de ter visto essas cenas pendurada de cavalinho no pescoço do meu pai e de ter dado graças a deus porque seguíamos em direção a piscina.
Meu alívio não durou muito. Nos aproximamos da entrada para as piscinas, passamos a entrada, eu avisei meu pai que ele estava indo na direção errada, ele disse que pegaríamos um atalho, viramos a direita, meu sorriso começou a desmanchar, descemos uma escadaria, o atalho não existia, a piscina ficou para trás… Ficou junto com algum caminho que podia ter sido. Algum lugar com atalho, piscina e cavalinho de pai. Quando eu vi, estávamos no ginásio, na fila da ginástica olímpica, junto com o caminho que eu precisava percorrer, o caminho que o meu pai queria que eu percorresse.
Aquele foi, de longe, o maior escândalo que eu fiz na vida. Muito maior que a gritaria feita quando eu cortei meu dedo com uma faca de pão e achei que morreria porque, até então, nunca tinha visto meu próprio sangue. Muito maior do que os choros que eu choraria por traição, paixão e desilusão.
Não queria de jeito nenhum fazer ginástica olímpica. Meu pai sim. Ele devia ter algum complexo de Nadia Comaneci porque insistiu do começo ao fim. Ficou horas ignorando os berros mais estridentes do ginásio sob os olhares críticos dos pais que lotavam o lugar e, mesmo assim, continuamos lá. Ele estava tão obcecado em me ver dando saltos mortais, que não se preocupou com a fatalidade das suas próprias ações. Segurou meu braço e apertou firme. Firme o suficiente para que doesse, eu obedecesse, entrasse na fila e fizesse daquele dia a minha primeira lembrança.
Lembro de ter chorado com um pouco mais de maestria ao ser apresentada à coordenadora da equipe de ginastas (eu nasci sabendo representar…). Lembro também de ter parado com a choradeira quando ela trocou o meu ingresso na sua equipe, por meia hora pulando na cama elástica (eu nasci sabendo fazer bons acordos… ). Meia hora na cama elástica… Dá pra acreditar? Que tipo de criança troca o futuro por meia hora de cama elástica? Qualquer uma. Assim como qualquer adulto oferece doces em troca de tarefas (eu vou morrer acreditando nas pessoas…).
Deve ser muito difícil para pai e mãe, não jogar os próprios sonhos no colo de seus filhos. Os meus me ensinaram cedo que, infelizmente, filhos não nascem para fazer os pais reaprenderem a brincar, filhos nascem para aprender com os pais que a vida é um jogo sério. Um jogo de vida e morte. Um jogo onde está claro que a diversão deveria ser mais importante e gratificante, mas que a gente aprende a ignorar rapidinho, rapidinho.
Por mais garotinha que eu fosse, na minha cabeça, o que eu queria era transformar a minha vida em uma brincadeira e não em uma disputa de saltos mortais. Mesmo assim, fiz quatro anos de ginástica olímpica. Quatro anos seguidos de sintonia com o meu pai, participação nas paradas públicas de sete de setembro e quatro anos de professores nazistas gritando – três horas por dia – que eu precisava acertar os meus movimentos. Até que, um dia, minha mãe engravidou do meu irmão caçula e precisou de repouso absoluto – ela e eu. Nunca mais voltei para a ginástica, matei para sempre os meus saltos e vi a sintonia com o meu pai se transformar em silêncio. Mas, enfim, aos meus olhos, meus movimentos pareciam certos. Nunca mais brinquei em camas elásticas, nunca aprendi a nadar tão bem quanto eu queria e tentei extrair daquela época o que ela podia me dar de melhor. Bem ou mal, a flexibilidade contorcionista que meu pai e os professores nazistas queriam que eu tivesse, foi bastante útil no começo da minha vida sexual. Diversão e prazer… Tenho certeza de que por essa meu pai nunca esperaria. Pais acham lindo que as filhas abram espacate sorrindo, mas nunca as pernas.

Dia desses assisti um documentário sobre como alguns professores de ballet tratavam suas alunas. O programa mostrava uma das melhores e mais temidas professoras do mundo selecionando meninas de quatro a seis anos de idade para a sua escola. Qualquer palavra que saía da boca da mulher, era com o intuito de humilhar as crianças. Uma louca que justificava seu comportamento insano com a indisciplina daquelas crianças que, certamente, também trocaram meia hora de cama elástica por um alguns anos de sorrisos forçados e lágrimas em busca de perfeição e aceitação materna, paterna.
A foto abaixo eu vi por aqui em algum site. E ela, assim como este documentário que eu citei, apertam o mesmo nó na garganta que eu tenho amarrado as minhas lembranças que acabaram com uma parada de mão imperfeita. O nó do “e se…”.

ballet1.jpg



Escrito pela Alê Félix
6, agosto, 2005
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Cansadíssima. Apesar do meu ramo ser diferente, tenho tratado as empresas que contratam a editora, tão mal quanto o analista de Bagé tratava seus pacientes. O duro é que meu joelhaço não tem surtido efeito. Eles devem ser sádicos porque, mesmo com todas as patadas, não param de mandar coisas pra gente fazer. E sempre, óbvio, com prazos horríveis. Há meses que eu não tenho um mísero fim de semana de gente normal… Sabe lá o que é isso? Essa casa parece o Japão! Se vacilar, com linha de produção até no banheiro. Nunca vi coisa igual, juro.
Eu sei, eu não devia reclamar. Ainda mais com essa merda de medo que eu tenho de morrer pobre, louca e Maria dos Pacotes. Não, um medo só não me basta. Tudo que é coisa ruim, pra mim, vem em kit. Pra piorar, ontem, depois de um dia inteiro sem comer, fui jogar uns bolinhos de aipim na frigideira e o óleo quente assassino pipocou na minha cara. Eu sei, eu sei… Óleo quente e porcarias congeladas acabam no Hospital Defeitos da Face, eu sei. Segundo maridon, eu sou uma mulher de sorte. Mais alguns milímetros e, ao invés de mais uma cicatriz, eu teria perdido a vista direita. Como se a míope aqui tivesse vista direita! Como se a cota para cicatrizes já não tivesse extrapolado! Agora tenho que convencer o André Dahmer a fazer o lançamento dos Malvados em Setembro ao invés de no final de Agosto. Como é que eu vou sair por aí com essa cara de Bandit do Jonny Quest? Bah! Ódio. Alguém tem remédinho bom pra clarear (rápido!) cicatriz?

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Escrito pela Alê Félix
5, agosto, 2005
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Nem pra isso!
Se fosse um caso de vida ou morte, eu teria morrido. Espero que sintam culpa.



Escrito pela Alê Félix
4, agosto, 2005
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Semana retrasada, já por conta do tédio, reclamei com a terapeuta (junguiana) que a gente estava quase virando amigas e que eu estava pagando pra gente papear. Não que isso fosse ruim, mas eu queria um processo mais over, queria mudança de atitude. Ela, por sua vez, disse que, então, mudariamos a coisa toda pra terapia comportamental. Eu concordei e ela me deu duas semanas para que eu pensasse em três defeitos e três qualidades do meu pai e mais três defeitos e três qualidades da minha mãe, que eu identificasse em mim também. Parece fácil, não parece? Pois é, duas semanas se passaram e eu lembrei agora que a lição de casa é pra daqui uma hora e meia e eu não pensei em nada. Vocês não querem me ajudar falando sobre vocês, não? Digam aí os defeitos e qualidades genéticos que vocês têm. Eu vou colar.



Escrito pela Alê Félix
3, agosto, 2005
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É impressionante como, até hoje, aparece gente por aqui pedindo o final da saga… Eu agradeço, Silvana. De coração. É muito bonitinho da sua parte. Mas, me digam, que diabos vocês viram naquela história? Eu juro que não entendo. Aliás, deletem de suas cabeças o último post dela. Decidi parar de inventar história e contar o final como ele foi de verdade. Blá, blá, blá… Eu sei. Eu não ia contar o que aconteceu no final verdadeiro porque o final verdadeiro depõe contra mim. Sim, depõe mais. E eu não gosto de falar mal de mim quando o mal ainda mora dentro deste cérebro que me possui. Blogs costumam ser um filtro do que a gente tem de melhor e não uma vitrine para defeitos incuráveis como isso aqui se tornou. Bah! Vou terminar o raio da história. Em breve. Prometo.
Falando em prometer, estava agora pouco assistindo o depoimento do Zé Dirceu. Eu tenho uma simpatia tão grande por sotaque… Não sinto só simpatia, também sinto outras coisas por um bom sotaque. Por exemplo, o sotaque acaipirado do Zé me faz sentir confiança no que ele diz… Mas é claro que minha confiança não se aplica a políticos (independente de quem seja e de qual partido seja) porque eles falam vossa excelência demais e é impossível levar a sério alguém que diz vossa excelência, excelentíssimo e nobre fulano de tal. Se eu sofresse uma CPI e ficassem me chamando de vossa excelência, eu confessaria qualquer crime. Vossa excelência é o fim da picada! Nenhum ex-exilado merece mais tortura do que já viveu. Tadinho do Zé…
Mas, voltando a vaca fria, o resultado do concurso capa do livro Blog de Papel só será divulgado no dia do lançamento do livro, no local onde ele será lançado. Será a minha chantagem para fazer você tirar a bundaça da cadeira e ir até lá me dar um beijo. Beijo não custa. Não precisa ir e comprar o livro, só me dar um beijo, dizer que me ama, não vive sem mim e que, assim que deixar de ser pão duro(a), comprará os livros que publicamos porque eles são bons de fato e porque você confia em mim, mesmo eu não tendo sotaque caipira (sempre que eu morro de tédio eu fico assim carente). Aliás, eu não tenho sotaque nenhum. Paulista não tem sotaque. Paulista fala igual ao pessoal que apresenta telejornais. Podem dizer o que quiserem, eu não tenho sotaque.
Ah! Marcelo, desocupada é a vovozinha! Eu trabalho quinze horas por dia. Meu tédio é emocional. Ando com a vida toda certinha e acho isso um pé no saco. Tenho que ficar procurando sarna pra me coçar, nada de “do caralho” acontece, nada me sacode, nada revira meus pensamentos do avesso, nada – além de enfiar o dedo na tomada – me dá choque. Depois ninguém entende porque eu sou tão amarrada à adolescência. Se você tem menos de vinte anos prepare-se: a vida da gente acaba aos vinte e um. Minto. Tem gente que morre aos quatorze e passa o resto dos dias zumbizando atrás de brinquedinhos, colinho de mamãe, gangorras e palhaçadas. Outros, como é o meu caso, morrem com vinte e um anos e se tornam adolescentes insatisfeitos, irresponsáveis e inconseqüentes em busca de uma dose qualquer de adrenalina. E tem a galera que não morre, mas que nasce com setenta anos. Esses passam a vida com tudo sob controle e vivem velhos e chatos por toda a sua vasta eternidade. Não se iludam achando que existem variáveis nessa minha teoria. Ou você morreu com quatorze anos (segundo retorno de Saturno e fim da sua infância), ou com vinte e um (terceiro retorno de Saturno e final da sua adolescência), ou nasceu com setenta anos (fase onde o retorno de Saturno não acontece mais porque ele fica com medo de voltar e ser espancado pela rabugice) e está sentado com a boca escancarada de dentes esperando a morte chegar. Bem como dizia Rauzito que, certamente, também morreu aos quatorze.



Escrito pela Alê Félix
2, agosto, 2005
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