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Maldita mania de fazer drama. “Tem recado pra você…” Onde já se viu? Louca! Por que não esperou eu sair do banheiro e disse o que tinha para dizer na minha cara? Droga! Tudo vira uma novela pra essa garota. Dá vontade de não ouvir nada. Ela e o Murilo que se danem! Sensiveizinhos de uma figa… Droga! Droga! Droga.
Apertei o play
Alê, Alê… Você me dá nos nervos, sabia? Seu problema não é o Murilo, seu problema é você mesma. Você é insegura, imatura e orgulhosa. Fala como se fosse gente grande, mas não passa de uma pirralha que não enxerga uma agulha na frente do nariz. E não adianta desligar essa merda de gravador e jurar que nunca mais vai falar comigo porque isso não resolve nada. Ao contrário do que você sempre acreditou, virar as costas para os seus problemas não a torna superior. Quer sair das fraldas, baby? Siga o conselho das chatas das nossas mães: cresça e apareça! O dia que isso acontecer, me procura. Não é só pra beijar na boca que você precisa de coragem. Você precisa de coragem pra viver.
Ouvi, apertei o stop, voltei a fita, ouvi de novo. Repeti o roteiro do “rew” e “play it again” umas cinco vezes na tentativa de desfazer o nó que aquelas palavras formaram na minha garganta. Não adiantou. Eu só queria poder encher a cara da Marilu de tabefes. Tranquei a porta do quarto, pulei a janela, o muro e, decidida, segui até a casa da sabichona. Decidida, mas cagando de medo. Era a primeira vez que eu saía de casa sem avisar os meus pais. E mesmo com toda a coragem que a raiva me proporcionava, achei melhor correr. Era quase meia-noite, um temporal atravessava a represa e eu morria de medo do que diziam sobre a gangue do Zé Laranja.
———————–>>>Continua.
Clique aqui para ler o primeiro post da saga do primeiro beijo.



Postado por:Alê Félix
06/11/2004
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