Demorou, mas saiu. Abri uma comunidade no Orkut para os leitores do Balde de Gelo. Para participar, basta clicar aqui. Nela você poderá papear com os autores e leitores do blog que virou livro, acompanhar as datas e locais de lançamento e matar a curiosidade: uma das capas é a imagem da comunidade. A outra capa (o livro terá duas), só indo no lançamento. 😉



Escrito pela Alê Félix
30, setembro, 2004
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– Dornelles, preciso falar com você sobre o meu testamento.
– Anh? Não creio… Obrigado! Obrigado! Eu sabia que por trás desse coração de pedra havia uma alma caridosa. Obrigado, dona Alessandra! Não que eu queira que a senhora morra, mas… O que vai ficar comigo?
– Como você é besta, menino! Quem disse que eu tô falando de bens?
– Ué… Tá falando do que, então?
– De tarefas. Coisas que aliás, você só faz se eu estiver na sua cola.
– 🙁
– Bom, eu te coloquei no testamento porque, caso aconteça alguma coisa comigo, você ficará responsável pelo último post do blog. Mas não pense que é pra escrever qualquer bobagem. Já que eu tenho um “coração de pedra”, quero ver esse post ainda hoje.
– Mas a senhora ainda está viva!
– Engraçadinho… Quero saber exatamente o que você escreveria em um post após a minha morte.
– Grunft… &^%$… Isso lá é herança?
– E sem resmungo. Estou ouvindo daqui.
– :-s
– E não esqueça de colocar alma no texto, hein!
– :-b
– E não adianta fazer careta!
– 😮
– Sim, eu tenho poderes paranormais, tenho olhos nas costas, sou uma bruxa velha que lê a sua mente pervertida e é bom mesmo que você tenha medo de mim.
– 😐
Duas horas e meia depois…
– Ainda nesse post, Dornelles?
– Tô acabando…
– Ótimo. Pelo tempo, espero que esteja bom. Imprime e deixa na minha mesa.
“AHÁ, UHU! O amarula é nosso! AHÁ, UHU!
Inscrições abertas para os concursos “Garota camisa molhada” e “Melhor foto de luta de mulheres na lama.
Ps.: Sinto informar que a ALMA da patroa-coração-de-pedra-e-mão-de-vaca partiu dessa pra uma melhor. Informações sobre o enterro da vampira-ninja-do-sumaré, me mande um e-mail.”
– Dorneeeeeeeeeelles!
– Foi na padaria…



Escrito pela Alê Félix
27, setembro, 2004
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Putz. Esqueci o chat aberto. Desculpas pra quem entrou hoje de manhã e não entendeu nada. Final de semana que vem, se der, eu abro de novo.



Escrito pela Alê Félix
26, setembro, 2004
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Abrirei o chat hoje às 22 horas. Se eu não puder por qualquer imprevisto, Dornelles tem as chaves. Inté.



Escrito pela Alê Félix
26, setembro, 2004
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  • Trin Trin:
    – Não vai rolar o concurso original pois a ogra, digo, Dna. Alessandra proibiu. Estou conjecturando sobre uma variação mais familiar… :-/

  • Cheshire:
    – Puxa, você é o tipo de moça que eu gosto: esquerda e não direita! Divagando, você já experimentou o Netcaptor como browser? Eu usei bastante e é bem parecido com esse seu Crazy Browser. Mas browser mesmo é o Mozilla Firefox!

  • Zé:
    – No momento, todas as vagas de estagiário estão preenchidas. Estou pensando em contratar uma estagiária bem apessoada para me auxiliar, mas ainda vou ter que conversar muito com Dna. Alessandra.

  • Jaque e Gabi:
    – Vocês são duas das pessoas de alma mais doce que tem por aqui e se compadecem com as agruras diárias deste meu honrado trabalho.

  • Lilith:
    – Fotos estão no forno.

  • Carol:
    – Nós não desejamos desesperadamente que o blog faça sucesso, pois ele não é escada para o ego de ninguém. Aqui é um local para pessoas bacanas, que se conhecem mais mentalmente do que fisicamente e se apreciam. Dna. Alessandra começou isto aqui apenas como um exercício de escrita e assim continuará.
    – A sua frase “devemos agradar aos leitores, pois eles vêm aqui sem serem cobrados e na boa vontade “é uma pérola. São as pessoas que criam e mantêm blogs que fazem isso na boa vontade e NÃO desejam ser cobradas de nada. Gente que escreve para agradar aos outros está fadada a ser apenas um réles puxa-saco, sempre a mendigar a atenção e aceitação de todos e suplicando para que as pessoas gostem dela. Triste ver que sua felicidade reside na aprovação alheia e não no seu conforto intimo.
    – O seu blog tem uma média de 2,6 comentários por post. É neste ponto que as traças começam a aparecer?
    – Você me parece fazer parte de uma geração de pequenos ditadores que não está acostumada a ter respeito para com as pessoas. Se você trata assim aos seus entes próximos, cuidado: você está chegando a um ponto da sua vida em que as pessoas vão começar a responder às suas grosserias. Serão eles bem diferentes daqueles que te educaram desta forma, que acham bonitinho ter uma criança sem limites e chamam de “personalidade forte” esse egocentrismo. Espero que isso seja apenas resultado da sua imaturidade intelectual e ainda não esteja arraigado nos seus preceitos morais.
    – Se você acha uma merda e continua vindo aqui, é porque você gosta de merda.
    – O gato fica.



    Escrito pela Alê Félix
    24, setembro, 2004
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  • Minha preguiça se tornou senhora dos meus passos de uns anos para cá. Sei o lugar mais próximo de casa para qualquer necessidade e, a não ser que dê tudo errado, eu não saio das redondezas. Essa semana deu errado. Fiz uns exames de rotina na semana passada e o laboratório de analises clínicas que fica a duas quadras da minha cama, me notificou que não faria um exame de zinco solicitado pelo médico. Um exame aparentemente besta, mas que, de repente, todos os laboratórios da região decidiram não fazê-lo. Cansada de procurar o porquê de tanta dificuldade, liguei para o convênio e a resposta do discípulo do mestre dos magos me fez levantar a bunda da cadeira e passar uma hora no trânsito.
    – Eu não vou atravessar São Paulo para fazer um exame simples como este.
    – Entendo senhora, mas é sua única opção para descobrir a causa dos seus males.
    – Não é não senhor. Eu posso optar por não fazer exame nenhum, por exemplo. Posso mudar de convênio, por exemplo…
    Fazer ameaças nunca foi o meu forte…
    – Nós sentimos pelo incomodo, mas a senhora é livre para escolher o caminho que desejar.
    Odeio “única opção”. E que papo era aquele de “caminho” e “males”? Desde quando os atendentes dos planos de saúde se tornaram mensageiros exotéricos? Com quem essa gente anda tendo treinamento? Com o Paulo Coelho? Droga de convênio do #$%^&(*%.
    Não adiantou reclamar e muito menos esbravejar em pensamento. No dia seguinte, fui ao laboratório próximo a casa do c#%^&$*.
    Chegando no laboratório – um lugar gigante, com detalhes futuristas e poucas placas com informações básicas – perguntei para o primeiro humano o que eu precisava fazer para ser atendida naquele arranha-céu que mais parecia uma nave estelar. O atendente – fisicamente ignorado pelo meu mau-humor – me deu bom dia e apontou para a máquina de senha.
    Me sentindo como se fosse uma velhinha de cem anos, peguei o diacho do número e procurei uma cadeira. Sentei e, minutos depois, o meu 0088 piscou indicando a minha vez.
    Senha 0088 e mesa 08… De tempos em tempos eu encano com um número e, o oito, vem se repetindo na última década. O rapaz sentado na mesa 08 era o mesmo que havia me indicado o caminho para a senha. Olhou para mim e disse…
    – Oi… de novo.
    O humano sorriu um sorriso metálico e eu retribui em silêncio. Entreguei-lhe a guia médica, a carteirinha do convênio e ele me pediu o RG. Revirei a bolsa, dei uma olhada rápida na foto antiga tirada pouco antes do meu aniversário de quinze anos (desde então tenho o mesmo documento, nunca o atualizei) e só então me fixei no crachá de identificação do rapaz.
    Foto e nome: Demétrio. O único Demétrio que eu conheci na vida, era o irmão do Marcelo. Não, eu nunca fui apresentada ao Marcelo. Ele era mais velho que eu uns dez anos, era lindo, modelo da Wrangler, morava na casa em frente a mercearia de propriedade do meu pai e eu o perseguia com os olhos quando ele passava e ouvia atentamente tudo o que diziam sobre ele. Foi um dos homens mais bonitos que já vi… E, enquanto ele desfilava pelas ruas do Brooklin e nas passarelas da moda, eu era só a filha pirralha do dono da Mercearia da Dias Velho. Atrás do balcão nas horas vagas, eu passava horas olhando para o outro lado da rua só pra vê-lo aparecer e desaparecer.
    Ele tinha que morar bem em frente dessa mercearia?
    Minhas viagens se perdiam naquela cabeleira cacheada, naqueles olhos azuis… O corpo magrelo, alto, lindo… E eu, uma fedelha, gordinha, em fase de recuperação do corte pigmaleão que destruiu meu cabelo…
    Droga! Ele nunca vai olhar pra mim.
    A vizinhança toda dizia que ele usava drogas, era um rebelde, um alucinado. Eu não dava a mínima, mas a minha mãe me beliscava quando me pegava delirando e esperando ele abrir a janela do quarto, acender o cigarro e debruçar o corpo no parapeito da sacada para pensar e tragar. Eu poderia ter pintado aquela cena uma centena de vezes… Ele era paisagem nos meus pensamentos. E, o que fazia ou deixava de fazer, era a minha imaginação que decidia. De tudo que eu ouvia sobre sua vida de vagabundagem, a única certeza que eu tinha era a sua idade, signo, profissão esporádica e o nome daquele cheiro. O cheiro… Acho que tudo aconteceu depois que eu respirei o cheiro daquela pele. Foi. Foi isso mesmo. Tenho quase certeza que foi antes das dez da manhã. Ele nunca acordava antes da uma da tarde, mas aquele dia aconteceu dele madrugar e me pegar sozinha na mercearia. Não lembro onde meus pais haviam se metido naquela hora, só sei que eu estava no caixa, completamente distraída e, de repente, um cheiro de maresia misturado com nicotina e sabonete… Olho para o lado e vejo o Marcelo de cueca, descalço, um cigarro pela metade na boca e uma nota de cruzeiro na mão. Estava visivelmente de rosto lavado, mas tinha areia de praia esparramada pelo corpo. Sorriu pra mim sem dizer bom dia, pegou um maço de cigarro do display, um litro de leite de saquinho do freezer, se aproximou do caixa, pagou a conta tocando os meus dedos enquanto colocava o dinheiro dobrado entre as minhas mãos. Piscou, disse “tchau, Alezinha!” e foi embora. Tirando o cheiro de mar, nenhum dos outros aromas me agradavam, mas… nele tudo parecia se misturar tão bem que, envolvida naquele cheiro, não me dei conta de que ele sabia meu nome. Ele sabia meu nome! Dá pra acreditar?
    Marcelo se transformou em uma paixão platônica durante um ano inteiro da minha vida… Enquanto eu esperava o cabelo crescer, passei horas e horas escrevendo sobre um velho surfista, morador de uma ilha e que ensinava uma adolescente a pegar onda durante as férias. Quando terminei a história matando o surfista em um acidente de carro da ilha para o continente e a procura da garota, fiz uma fogueira daquele monte de papel datilografado e parei de pensar no Marcelo.
    – Eu acho que te conheço…
    – Pois é, também tive essa impressão.
    – Você não morava na Dias Velho?
    – Nossa… então você é mesmo o Demétrio. Quanto tempo! Eu não morava lá, meus pais tiveram uma mercearia, eu ia de vez em quando.
    – Claro! Lembrei. Como você está!?
    – Bem, bem… E você… sua família?
    – Tudo em ordem, graças a Deus.
    – Seus pais… seu irmão? Bem também?
    – Sim… Depois do acidente do Marcelo eles mudaram para Florianópolis, mas agora estão todos melhor adaptados.
    – Acidente?
    – Poís é… Marcelo perdeu o filho e a esposa em um acidente de carro e, desde então, mudou completamente de vida.
    – Puxa… sinto muito.
    – Foi muito difícil para todos nós…
    – Ele era modelo… se não me falha a memória.
    – Hoje em dia dá aula de natação para menores carentes, acredita?
    – Natação?
    – A vantagem é que as aulas são dadas na praia, lá em Floripa e eu sempre tenho onde passar as férias.
    – Quem diria…
    – E você o que fez da vida?
    – …



    Escrito pela Alê Félix
    22, setembro, 2004
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    – Dona Alê?
    – Grunf.
    – Sabe, eu estava pensando…
    – No horário de trabalho? Eu não te pago pra pensar, moleque!
    – Foi durante o trajeto para cá!
    – Ahn.
    – Então, eu pensei em fazer algo para dar uma agitada no seu blog, enquanto a senhora sofre desse bloqueio.
    – QUEQUECEFALÔ, MOLEQUE!?!?
    – Que podia ser um tipo de sorteio! (ainda bem que ela anda meio surda!) Ou um concurso, que até seria melhor.
    – E que tipo de concurso seria?
    – Ah, um concurso de …….. ……. (preencha os pontos, pois aqui está um puro exemplar de censura, esse dragão que está cismando em atacar as instituições democráticas deste país! Mas eu lutarei até o ultimo suspiro de vida de meu corpo em defesa da…) pow_r.jpg (ruido de cabeça sendo acertada por um exemplar de Inside Director 6 de 986 páginas)
    – Sua sorte foi que eu não estava com um banco perto de mim. Tá louco? O alefelix.com.br é um blog de respeito, de moças direitas e de família! Vai gastar esse seu excesso de testosterona descendo essas 22 caixas de livro, tirando o pó e subindo novamente!
    – Mas, mas…
    – Mas o escambau! E depois disso vai até a padaria da Augusta comprar pão!
    – Mas porque tão longe?
    – Quer ir na da Vila Mariana, a pé?
    – …



    Escrito pela Alê Félix
    21, setembro, 2004
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    Soube que cinco entre dez garotas e dois entre vinte e cinco garotos tiveram problemas com o gato obsceno aí de cima. Vários foram os pedidos para que eu mudasse o layout:
    Alê, eu tenho medo daquele gato. Por favor, devolva as gordinhas do Botero. Prefiro bundas adiposas do que aquela língua nojenta. – Rita
    Buááááááá… Pela-mor-de-deus tire aquele gato preto do blog! Ele parece que vai me morder! – Lidiazinha
    Estou escrevendo para dizer que eu adoro seu blog e queria muito que você terminasse logo a saga do primeiro beijo, mas não o acesso mais. Não até vc tirar aquele gato medonho que já me causou três pesadelos horríveis. – Yara.
    De quem é aquele gato? Desde que vc meteu a imagem no seu blog fico tendo pesadelos eróticos com o bichano. Estou lá no bem-bom e, de repente, meu bilau se transforma na merda da língua do gato. Todo dia eu entro no seu blog pra ver se vc parou de frescura e voltou a postar, mas com esse gato aí não tá dando, não. Faz favor, ok?! – Juca.
    Alezinha do coração, tira aquela porcaria de gato sexta-feira 13 do blog! Ele virou o Jason da minha vida. Nem te conto os pesadelos. – Lucy.
    Só pra te avisar que eu terminei com a minha namorada por causa do seu blog. Ela tem um gato igualzinho aquele que vc colocou na sexta-feira 13. Toda vez que eu ia pra casa dela o gato ficava me encarando, eu lembrava do gato do blog e depois não conseguia mais parar de reparar na língua da menina. Foi o fim. E a culpa foi sua. – Tadeu.

    Ai, ai… Nunca um gato me deu tanto prazer. Não tiro, não tiro e não tiro.



    Escrito pela Alê Félix
    21, setembro, 2004
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