Nunca, nunca imaginei que diria não pra dinheiro com tanto gosto. Poucas coisas na vida são melhores do que dizer não para:
Uma proposta de prestação de serviço que contribuiria para o partido do Maluf.
Uma licitação pública para a prefeitura.
E um não bem grandão para uma revista que queria trocar minha histórinha chinfrim do primeiro beijo por divulgação do meu nome em seu estupendo veículo de comunicação, mais um contrato onde eu teria que ceder os direitos de impressão da bagaça para eles por alguns bons anos.
As pessoas se acham… E você aí deve achar que eu também me acho, né? Ou, pior, deve achar que eu vou morrer na miséira recusando essas coisas. Enfim, é possível que você tenha razão na primeira e na segunda possibilidade. Mas sinceramente? Neste exato momento minha miséira humana e financeira pagam, muito bem pago, todos os meus nãos.



Escrito pela Alê Félix
17, agosto, 2004
Comentários desativados em A dádiva de dizer não.
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Fazia muito tempo que eu não passava um fim de semana inteiro na cama. Há quase um mês não sei o que é dormir mais de cinco horas seguidas. Eu merecia. Foi uma folga das revisões, diagramações e escolhas de capas para o Balde de Gelo. Acho que a Érika Onodera já fez umas dez capas. Não, ainda não escolhemos nenhuma. Todas ótimas, a Érika é incrível e paciente. Mas eu esqueci que escritores são loucos e fui inventar de deixá-los participarem da escolha. Não esqueçam de culpar o Marco Aurélio e a Daniela Macedo pela minha futura (futura?) insanidade. 🙂 Brincadeiras à parte, não é isto que está roubando o meu tempo. Essa é a parte boa da editora e eu sou apaixonada por aqueles dois desde o primeiro post que eu li. É a outra parte que me cansa um pouco. Mas, também, nada que me faça reclamar, afinal é ela que paga a conta da parte boa. Está tudo bem.
Mudando de pato pra marreco, alguém aí leu o Caderno 2 de hoje? Ouvi dizer que escreveram sobre os “escritores da internet”. Essa expressão é tão ridícula quanto “internautas”, mas já vi que não dá para lutar contra ela. Bem ou mal, é verdadeira. O cara pode ter escrito meia dúzia de livros antes de ter um blog; se foi o blog que lhe trouxe leitores, ele tem que se acostumar com a idéia de que estará na lista dos “escritores da internet”. E quem se meter a besta de se projetar como escritor dessa forma, precisa se preparar para receber esse rótulo infeliz. É a vida. Vou atrás de uma banca de jornal. Inté.



Escrito pela Alê Félix
15, agosto, 2004
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Ouvi dizer que hoje tem gente fugindo de gatos pretos. Sendo assim, decidi colaborar e colocar o indecente aí de cima à disposição dos supersticiosos. 🙂
Essa língua tá foda, eu sei. Mas combina com meu nome. Não a língua, o gato.
E logo hoje inventaram de fazer a abertura das olimpíadas… Vou assistir e volto, já já, para desencalhar alguns rascunhos.



Escrito pela Alê Félix
13, agosto, 2004
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Festa do pós aniversário da Fatamorgana! Fim de semana cheio. Aproveite.
festafatamorgana.jpg
Recado para a Fata: Queridona, recebi seu e-mail, mas tu já viu que o negócio tá complicado, né? Já que a senhorita tratou de perder meu telefone, fica fria que, assim que sobrar um tempo, dou um jeito de ligar aí. Beijo! E parabéns pelos dias de pós aniversário. 😉



Escrito pela Alê Félix
12, agosto, 2004
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A Daniela Abade me mandou o convite abaixo:
Amigos, depois de um 2003 e início de 2004 com a zica, eu e uns amigos
resolvemos fazer uma festa pra despachar o azar. Nada melhor do que a
sexta-feira 13 pra isso. O convite está aqui. A festa vai ser em um dos
únicos lugares em São Paulo que tem vista. Apareçam, chamem os amigos e vamos expulsar as bruxas. Tá aqui o convite: Festa do Sal Grosso
Espero vocês.

Quanto a mim? O excesso de trabalho já passou o meu pescoço, está próximo ao meu nariz e estou me debatendo para não morrer asfixiada. O livro Balde de Gelo
continua no forno, Os Malvados na diagramação, meu pé ainda na tala e eu farei o possível para ir na festa da Dani. Festa boa. Não perca.



Escrito pela Alê Félix
11, agosto, 2004
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Quem você pensa que é para aparecer em uma hora como esta? A gente não combinou que você só apareceria na minha frente na próxima década? Não interessa o que eu disse. Não me venha com desculpas e não ouse esfregar na minha cara tudo que eu falei sobre estar preparada para enfrentá-lo. Ótimo dia para encontrá-lo aqui… Ei, é você mesmo? Está tão diferente… Diferente, oras! Num tom estranho e… Putz! Desculpa… Não sei mais se você é você. Eu vou embora daqui. Devo estar vendo coisas, pensando bobagens, misturando os reflexos do espelho e me afundando em pensamentos saudosistas e inúteis. Adeus e… Não. Espera. Vem aqui… Deixa eu ver você direito. Hum… Forte, longo, grosso… Hum… Eu gosto de você, sabia? Não de você, especificamente. De você, especificamente, eu preciso de um tempo para saber se gosto. E não queira parecer o que você não é. Você nunca foi disso, eu nunca fui disso. Além do mais, tenho que admitir que você nunca me deu trabalho, apesar do tempo e do meu temperamento. Eu sei que, na medida do possível, nos entendemos… Mas é claro que estou surpresa! Como não estaria? Por que tenho que ser diferente do resto do mundo? Não me acuse. Eu sei que eu disse que não seria assim, que seria simples e tão natural como sempre você foi, mas… Já pedi pra não esfregar meu passado na minha cara. Céus, é você mesmo, não é? Eu não acredito… Por que agora? Por que justo agora que o meu coração está tranqüilo, meu corpo e minha mente estão em paz, apesar dos pesares? Por que? Por que não esperou para nos encontrarmos na data que combinamos? Ah é, é? Não combinamos nada? Claro que era possível! E a minha família? Anh… Hereditário o seu nariz! Sei… Eu? Nunca! Você entendeu tudo errado. Não foi nada disso… Eu nunca disse que você podia vir. Posso ter dito que não sofreria se você viesse, mas não que estava com cabeça para recebê-lo agora… Quer saber? Sai daqui! Não quero mais te ver. Suma! Desapareça. Ei, ei… Espera… Cadê você? Cacete… te perdi. Onde você está? Droga… Hum… Vai querer brincar de esconde-esconde, é? Só por que, por enquanto, você é único? Não esqueça que, se me der na telha, faço você ser só mais um no meio de uns cem mil. É… isso mesmo. Falo o que eu quiser e mudo de idéia sobre você a hora que eu quiser. Sim, sou uma traidora de mim mesma e você pode deixar de existir na minha vida a hora que eu bem entender. Duvida? Você pensa que eu não tenho coragem, mas pra tudo há uma primeira vez e a sua também pode estar muito próxima. Não me provoque, porque senão eu… Não vai aparecer? Tem certeza? Você que sabe… Volta vai… Quero ter certeza de que você é meu. Não me pergunte o porquê. Eu sei que você é, mas… Não, não estou louca. Eu sei que fiz promessas falsas, mas me esperar atrás da porta de um banheiro não foi nada delicado da sua parte. Não, não tenho coragem de destruir você… Daqui pra frente vai ser assim pra sempre mesmo… Eu sei que será. Os sinais serão mais fortes, eu sei. No fundo, no fundo você dá medo, sabia? E não era pra sentir? Não é à toa que passa tanto tempo camuflado, escondido, caído por aí… Você é um grande susto para qualquer mente distraída. Isso sim. Eu adoraria poder olhar pra você e honrar meu discurso de que agiria normalmente na sua chegada, mas pensando bem… Só quero tocá-lo mais uma vez e… Ah-rá! Achei você! Nem pra se esconder direito você serve… Quem diria? Achei que estaria tão fraco quando viesse, que mal teria forças para se fazer notar… E não pense que terá poder sobre mim. Já disse que eu tiro você da cabeça a hora que eu quiser. Ah, não? Quer ver? Não me ameace… Há! Agora você está nas minhas mãos. E não me faça questionar o que eu fiz ou deixei de fazer, não vou correr para segurar uma existência que eu não compreendo. Vou fazer como faz toda mulher que disfarça a crueldade das suas marcas. E dane-se que a lenda diz que você volta com um exército quando ignorado. Você vai morrer para os meus olhos e para a minha consciência. Mas não se preocupe porque a dor será só minha. Você? Você está morto desde o dia que virou folículo seu… seu, seu… maldito primeiro fio de cabelo branco!



Escrito pela Alê Félix
4, agosto, 2004
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Não vai brigar comigo, hein! Eu mereço, mas não faço por mal. Desculpa, desculpa, desculpa. Te mandei uma resposta por e-mail no primeiro convite e ele voltou por algum motivo sinistro e virtual. Ok,ok,ok… é mentira. Pensei em responder e fiquei pensando, pensando, e deixando pra depois, e acabei de levar um susto porque já faz um tempão que eu estou pensando e não respondo. Por que as pessoas preferem mandar e-mail do que usar o telefone? No seu caso eu entendo. DDI para uma estranha poderia parecer estranho e, ainda por cima, poderia causar um desfalque na conta telefônica. Eu falo demais até para chamadas locais. DDD e DDI comigo, é suicídio financeiro. Mas então, é claro que eu topo. Bate-papo regado a cerveja e vista para o mar me deixam menos anti-social do que o normal. 🙂 Só tem um problema: maridon e eu estamos planejando uma viagem meio esquisita na época que você e o seu maridon virão. Suas datas são aquelas mesmo?



Escrito pela Alê Félix
3, agosto, 2004
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Preciso escolher um lugar para fazer o lançamento do livro Balde de Gelo. Estou na dúvida entre um lançamento coxinha em uma livraria bacanona que esfaqueia as editoras cobrando metade do valor final do livro para abrir as suas portas ou uma festinha básica em algum lugar que dê para as pessoas conversarem e sacolejarem os esqueletos.



Escrito pela Alê Félix
3, agosto, 2004
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