Abri os olhos e achei que estava sonhando ou que tinha morrido. O clone do “ex”, estava ao meu lado meio choroso e com um buquê de flores nas mãos.
Não tive dúvidas: “Morri e estou vendo meu próprio enterro”. Meus pais entraram no quarto no momento seguinte e me acordaram do pesadelo. Fui
obrigada a me defender das broncas, antes mesmo de comemorar a escapada que eu dei na morte. Passado o esporro, me dei conta do que aconteceu. De
tanto chorar, dormi no volante. Quis morrer de ódio, no instante seguinte.
Que coisa estúpida, dormir ao volante. Eu não durmo nunca! Logo no volante? Mas não lembrava de ter batido o carro e me estropiado toda. Eu não,
porque até dormindo eu dirijo bem. As poucas lembranças e os fatos indicavam que eu fui adormecendo, indo para o acostamento, o carro parando e
parou. Eu teria acordado, levado um susto, mas estava protegida pela arte da “pilota” sonâmbula. E nenhum acidente teria acontecido se não fosse por
causa de uma outra topeira sonolenta que cochilou e fez um strike de meia dúzia de carros na estrada. Eu não vi nada – me contaram – e ainda
bem que não vi. Seria como acordar em um grande desastre físico e emocional. Porque, maior do que a dorzinha dos poucos hematomas da batida, eram as
dores da cena do dia anterior.
O beijo que o crápula deu na loira foi o ponto final nas recaídas, na saudade e na história toda. Não havia mais o que extrair daquele
relacionamento, mas como doía! Uma dor egoísta que me fazia crer que eu podia e ele não. O clone ao meu lado, sem saber de nada, achando que eu era
namorada dele e eu acusando mentalmente o “ex” por não respeitar o prazo de validade da nossa separação.
Pra piorar, aquele escândalo. Que merda, que vergonha! Deixei o cara sem carteira, sem dinheiro, sem condução e com uma violinista linda, que
certamente o levou para dormir na casa dela. Que estúpida, que desequilibrada e que vontade de continuar chorando. Mas não podia.
No meio de toda a minha dor de cotovelo, ainda fui obrigada a mentir. Não podia dizer o motivo daquela presepada toda. Nem para o clone e muito menos
para os meus pais. Graças a deus meu orgulho sempre foi maior do que as minhas crises de insanidade. Eu não assumiria um chilique como aquele, nunca!
Além do mais, tadinho do clone. Todo atencioso, preocupado, não desgrudou de mim um minuto sequer. Dormiu no sofá do hospital, passou frio de noite,
me deu água na boca e quando eu acordei, ele não estava mais lá. Estranhei mas, pouco depois, ele chegou com o café da manhã, um presente e um
cartão.
Mordi a maçã, abri a pequena caixinha com um anel lindo, agradeci achando que era um agrado qualquer e tirei o cartão do envelope:

“Não tente parecer forte para sempre. Eu sei o quanto você é frágil.
Casa comigo? Eu cuido de você.”


———————–>> Continua
Clique aqui para ler o Post I – O começo de toda a história



Postado por:Alê Félix
16/08/2003
0 Comentários
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Milla

agosto 16th, 2003 às 2:10

Adorei seu blog, você escreve muito bem… é a primeira vez que venho aqui e estou muito interessa em saber como terminou toda essa história com seu
ex!! não vou nem dizer pra você passar no meu blog, porque ele é muito amador e eu não posto quase nunca, mas você tá de parabéns! vou voltar sempre,
beijos Milla


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Moça

agosto 16th, 2003 às 2:19

Aguardo ansiosamente a continuação dessa história.
É engraçado como encontramos histórias tão parecidas com as nossas. Nessas horas nosso conceito de que a nossa dor é mais forte e nosso drama é maior
vai por água abaixo.
Não bati com o carro, mas vivi um “causo” bem semelhante ao seu devido a um ex e o tal prazo de separação, que diga-se de passagem, só existe na
nossa cabeça.
Abraços e obrigado pela visita lá no meu blog.


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Keka

agosto 16th, 2003 às 13:56

Aiiii, que fofo!!! Tô muito curiosa!!! Quando você termina essa história??? =D


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Karen

agosto 16th, 2003 às 14:37

Nossa!! q bomba hein!! e ai, posta logo pra saber a reação dela!!! ^_^ ahh!! e postah tbm mais sobre a saga do primeiro beijo!! estou afilta pra
saber o final das duas historias!!


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DeH

agosto 16th, 2003 às 21:47

[sem palavras] fiquei MUITO feliz com a sua visita
e, nossa!, como eu perdi coisas por aqui,, mas jah atualizei ;D pode mandar mais haha
:* Mossa!


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ratapulgo

agosto 16th, 2003 às 22:36

Alê,
Mais dois videotextos foram internados no Copy & Paste.
Obrigado e um beijão!


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Morgana

agosto 16th, 2003 às 23:03

Puxa, sua vida parece um suspense! A cada post mais ansiosa eu fico, hehehe
Mas olha, casa com ele, heheh!!!!
Que chato isso do acidente, os hematomas já melhoraram?
Beijos, e boa semana, sendo que acho que vai ser meio difícil na situação em que vcoê está…
: (


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Janaina - Angel

agosto 17th, 2003 às 15:09

Que lindooo! Meu você escreve muito bem, não é como esses blogs que a gente entra e não tem conteudo, o seu dá ate vontade de ler toda hora, muito
legal mesmo, e quando termina a historia? ei tomara q tenha aceitado hehe….bjus


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Paulo

agosto 18th, 2003 às 1:23

Estou vendo que essa história do videotexto e a saga do primeiro beijo vão acabar se encontrando num futuro próximo.
Em caso positivo, na condição de escritora e editora poderia fazer igual a alguns legisladores – que criam e adequam as leis em causa própria – e
tentar montar um livro do tipo.
Sugiro ainda que o meio mais interessante seria ainda jogar as histórias picadinhas, do jeito que elas vêm para o blog e depois convergindo para um
mesmo final (ou recomeço, sei lá…)


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Emanuelle

agosto 18th, 2003 às 12:55

Ahhh que lindooo!!! Mas vc já tinha perdoado ele ou nao???!


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Fabio

agosto 20th, 2003 às 14:45

Parabens Alê seu blog tá muito maneiro!!! e estou curioso pra saber o final!!! Posta logo vai!!! Se vc quiser conhecer uma outra estória de amor fora
do convencional entra no nosso blog, acho que vc vai gostar.
Abraços e aguardo o final da estória.


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