Sou casada há quase nove anos e ainda não tenho trinta. Acontece nas melhores famílias, não se surpreendam.
Na verdade, eu ainda acho, apesar dos anos, que meu caso com o maridon faz parte daquele roteiro de coisas que se
escolhe antes de nascer.
Já pensei e repensei várias possibilidades de caminhos que eu poderia ter tomado e, que possivelmente, não me
levariam ao seu encontro. Desisti. Para onde quer que eu fosse, o encontraria. Por onde quer que eu andasse ele
atravessaria meu percurso. Eu poderia estar apaixonada por outro, louca de amores por quem quer que fosse, ele
chegaria e eu teria que esquecê-los. Ok! “esquecê-los”, no plural, foi um ato falho de alguém que já foi galinha.
Fui. Fui, entendeu? Não sou mais. E ainda bem que fui, porque eu o conheci muito nova, roubaram meu carro, ele foi
comigo pra delegacia, eu tentei roubar o Alcatel, nunca consigo roubar nada, comprei um bar de reggae, sai da casa
dos meus pais e fomos morar juntos em cima do bar em um mês e alguns dias. Não importa. Eu tive que correr porque eu
sabia que ele chegaria cedo na minha vida. E quaisquer que fossem as escolhas, ele era a alternativa certa.
Não, eu não sou uma boba apaixonada que acredita em amor a primeira vista, destino e amor sem fim. Muito pelo
contrário. Mas tenho que admitir que esse é um daqueles casos que acontecem na vida da gente e que não da pra dizer
não. Acontece, a gente deixa acontecer, deixa ficar e ser o que tiver que ser. Nem sequer questionamos na hora, se é
o melhor a ser feito, sabe? A gente vai tocando, sorrindo, ignorando qualquer perigo.
Não importa se acaba, não interessa se faz sofrer, se faz chorar, se está junto ou separado.
Mesmo sendo meu amor e meu ódio, meu caos e meu céu, minha alegria e minha tristeza, mesmo me fazendo gozar e
chorar, comigo ou longe de mim, vai ser sempre meu. Um pedaço de mim, da minha vida, da minha carne. Uma espécie de
companhia definita que, creio eu, vou carregar na alma. Alguém que não consigo imaginar um dia me separar sem querer
continuar vendo o sorriso, sem saber da vida e do coração. Alguém que sempre será para sempre, mesmo que deixe de
ser.
Caralho! Como eu sou brega.



Postado por:Alê Félix
29/10/2002
3 Comentários
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Maurício

dezembro 13th, 2003 às 2:55

muito bonito. não é tão brega assim.


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Tati

dezembro 28th, 2003 às 18:13

Poxa, Alê, tá tipo eu, amando e odiando um cara, que é nossa alegria, podendo ao mesmo tempo ser nossa tristeza, mas
mesmo assim, querendo sempre por perto…
Pena que no meu caso o cara não goste de mim…
Mas nem tudo é perfeito, vou achar quem me mereça…
Bjos e sucesso!


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sabrina

março 4th, 2004 às 19:46

È dificil essa coisa de amar e odiar.Tem dias q acordo odiando meu namorado e penso q se ele me ligasse eu
terminaria tudo,dias de carencia…mas basta ouvir sua doce voz para me lembrar q meu amor é tão grande q nem da pra
viver longe! adorei seu blog e me identifiquei bastants com esses pensamentos.


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