A vida como ela é
Bush Juninho decreta guerra contra o Iraque e contra a humanidade e, aqui no Brasil, só se fala na loira pelada do Big Brother 3.
Não é a toa que, hoje de manhã, minha secretária de assuntos gerais, ao ver as fotos do ataque pela internet, disparou:
– Eu pensei que este negócio de guerra não existisse. Não é que acontece mesmo?
Deus queira que nunca falte água nos E.U.A. Nós mal sabemos o que é uma guerra.
Um dia me apresentaram para um médico chamado dr. Nilton. Ele tinha um consultório no alto de um prédio no largo 13,
em Santo Amaro. Um consultório onde a sala de espera tomava metade de um andar inteiro, onde as mulheres se
abarrotavam pelos corredores e se esparramavam pelo chão à espera de uma senha. Era impossível marcar horário com o
santo milagreiro das bolofas. Era gordinha que não acabava mais… Um mês depois, estavam todas dez quilos mais
magras por conta dos compostos mágicos a base de anfetaminas, fenproporex, diazepan e outras substâncias
emagrecedoras. Ele, o dr. Nilton, mal olhava nos olhos dos pacientes, soltava as receitas em menos de cinco minutos.
Ouvi dizer que três mulheres morreram naquele ano, o consultório foi fechado pelo Ministério da Saúde ou coisa
parecida, o médico fugiu. Sumiu tão rápido quanto o tempo de uma consulta.
Me disseram que até hoje aparecem gordinhos atrás dele, naquele prédio. E que, mesmo sabendo das mortes, elas não se
conformam do médico ter desaparecido. Querem ele de volta, querem uma fórmula, querem se sentir melhor com seus
corpos, a qualquer preço.
Um espertinho abriu uma loja de roupas grandalhonas na mesma rua, para aproveitar o movimento dos pacientes viciados
nas cápsulas receitadas pelo dr. Nilton. Ficou rico! Tão rico quanto o médico deve ter ficado na época que fechava
os olhos para a saúde daquelas pessoas.
Eu? Eu deixei de acreditar em comprimidos de felicidade temporária há muitos anos. Mas, desde que os conheci, nunca
mais dormi profundamente.
Clube da Lulu
De tanto mexer no blog, acabei deletando o que tinha aqui. Só sobraram os links. 😮
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Comentários:
Nada, nada me irrita mais do que queimar a língua. E com café! Que além de eu não gostar, faz mal para o meu
estômago.
Deve haver um força cósmica que age contra as pessoas mal humoradas. Sempre que entro neste pique tenho que me
ferrar bastante pra estabilizar os ânimos.
Nestas horas, ao invés de me sacanear, a vida bem que podia me bajular um pouquinho.
Comentários:
Sempre achei muito estranho esta festa de serviços gratuitos que se espalham pela internet. É uma febre! Uma febre
difícil de ser compreendida por pessoas, como eu, que são do tempo em que, de graça, só injeção na testa.
Sistema de comentários, hospedagens de sites, acesso a internet, ferramentas para blogs, tem de tudo e nenhum deles
funciona direito. Não gosto dessas coisas, não. Não gosto da idéia de dar de graça para pensar em cobrar um dia. Tem
que cobrar e pronto! Tô pra ver eficiência sem lucro. E isto não é ruim. Ruim é oferecer um serviço que vive dando
pau! Ou cobram, ou conseguem patrocinadores, ou vendem propaganda, ou oferecem dois tipos de serviços um pago e um
de graça. Senão, vira palhaçada, passa a não funcionar direito e quem usa não pode nem reclamar.
Acho que chega uma idade que a gente paga para não pagar mico. Eu cheguei na minha…
Alguém sabe de uma empresa que vende o sistema de comentários?
Comentários:
da luminosidade do dia, do frio dos dias gelados e do calor dos dias quentes.
Me queixo do vento que embaraça os meus cabelos e da falta de brisa que deixa a casa abafada.
Reclamo da chuva que não pára e da falta de chuva que deixa o ar poluído…
Acho que, pra mim, o tempo fechou…
Laura, você tem razão. Também não aguento mais essas “histórinhas”. Chega de escrever sobre esta vida besta… pelo
menos temporariamente. Ando precisando mesmo extravasar o meu mau humor e a minha atual rabungice. Daqui pra frente
só posto sobre assuntos corriqueiros.
Obrigada, querida!
O apartamento 666
Ele largou o meu braço com um misto de ódio e desprezo no olhar. Dei de costas, peguei minha bolsa e me mandei do
restaurante. – que raiva, que me deu! Tive vontade de enfiar-lhe o suco de abacaxi com hortelã goela abaixo, mas
controlei os meus nervos, deixei pra lá minhas vontades e fui embora antes que as coisas piorassem. Não que eu tenha
ficado com medo do “Jason” me perseguir com a sua faca de Rambo (confesso que na hora nem lembrei
deste detalhe). Eu estava tão indignada que não queria deixar a situação mais constrangedora do que estava.
No dia seguinte tratei de deletar o almoço com o indigesto Adolfo e esquecer que havia pessoas como ele no mundo.
Era difícil acreditar que alguém expusesse os preconceitos daquela forma. Era tão agressivo que causava repulsa. Em
um primeiro momento tentei me colocar no lugar dele, buscar explicações para o desajustado comportamento… tudo em
vão. Tive pena, muita pena daquele garoto.
No fim de semana, passei na casa da Anita para que minhas amigas pudessem acessar o videopapo. Nas tardes de sábado
jogávamos conversa fora e ficávamos de farra no videotexto mas, naquele dia, assim que o acessamos, vi o Adolfo
on-line enviando mensagens para todos os usuários e dizendo que não sossegaria enquanto não visse a minha boca cheia
de formigas.
– Caraca! O que é que este idiota está fazendo?
– Alêê… o cara tá te jurando de morte!
– Meu! Que louco varrido filho da mãe! Quem ele acha que eu sou? Que merda é esta? Ele vai ver só! Anita,
assume o teclado. Conversa como esse doente como se fosse eu.
– Anh??
– Eu vou na casa dele!
– Tá louca? O cara tá dizendo que vai te matar!
– Ele que vá ameaçar a vovozinha de morte, não eu!
Dirigi até a casa do infeliz, estacionei o carro que nem o meu nariz e invadi, ensandecida, o prédio onde o maluco
morava. Até hoje não sei o que deu em mim naquele dia, mas fiquei tão nervosa que o pobre do porteiro não conseguiu
me deter.
Quando eu vi, estava com o dedo na campainha do apartamento 666, do sexto andar de um prédio antigo do Cambuci.
>>> Continua…
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