Que raios significa a expressão “BV”?



Escrito pela Alê Félix
6, outubro, 2003
Compartilhe

brinde.jpg



Escrito pela Alê Félix
4, outubro, 2003
Compartilhe

– Interessa sim! Diz logo o que você está pensando.
– Precisamos entrar na sala de recreação.
– Você é louca? Fazer o quê na sala de recreação?
– Pegar umas coisas emprestadas.
– Pegar o quê, Marilu? A sala fica fechada a maior parte do tempo!
– Eu sei. Por isso mesmo que podemos entrar.
Caminhei atrás dela fazendo perguntas, mas de nada adiantou. Fomos parar atrás da escola.
– Pronto! Sabe subir em árvores?
– O que você quer fazer?
– Vai subir ou eu subo sozinha?
Lembrei da minha promessa à diretora e parei de fazer perguntas. Pensei em virar as costas e ir embora, mas sozinha ela acabaria encrencada.
– Ok, eu subo! Mas me diz antes o que você pretende fazer.
– Está vendo aquela janela ali?
– Não, Pedro Bó…
– É a janela da sala de recreação.
– Há quantos anos você acha que eu estudo aqui? Acha que eu nunca vi essa janela antes?
– Pode ter visto antes, mas certamente não sabe que ela não tem tranca.
– Marilu, você é muito trombadinha! Que tipo de gente confere as trancas das janelas da escola?
– Você não imagina a utilidade desta informação. Lá dentro tem tudo o que precisaremos.
– Eu não preciso de nada!
– Como você é chata! Deus do céu! Quer a lista? Uma peruca loira, um pano branco e um pouco de algodão.
– Enlouqueceu de vez… Quer o quê? Sair por aí de mulher loira?
– Isso! Isso mesmo!
Às vezes era difícil conversar com a Marilu sem cair na gargalhada. Ela contava seus planos com as expressões mais insanas. A mulher loira era uma
lenda que aterrorizava meio mundo na escola. Aliás, em várias escolas. Uns a chamavam de mulher loira, outros de loira do banheiro ou de loira do
algodão, mas todos falavam das supostas aparições da assombração. Várias eram as versões sobre a sua morte. E, durante muitos anos, me perguntei se
elas não foram inventadas para assustar alunos indisciplinados.
– Você acredita nessa estória?
– Acredito.
A cara dura respondia absurdos com a maior pinta de séria.
– Acredita em que mais? Mula sem cabeça e sexo só depois do casamento?
– A mulher loira sou eu.
Ela bem que tentou, mas não conseguiu segurar o riso.
– Conta de uma vez…
– Já me vesti de mulher loira várias vezes para assustar os trouxas que tem medo dela. Já entrei até no banheiro dos meninos.
Sentei no chão pra rir melhor, enquanto a destrambelhada escalava o tronco da árvore. Como alguém poderia evitar que aquela louca se metesse em
confusão?
– É sério! Uma das minhas expulsões foi por causa disso. Botei uns dez moleques pra correr com as calças na mão. Não teve jeito. Fui expulsa.
– Cara, você é completamente pinel!
– Essa estória da mulher loira é mais velha que a minha mãe. Não entendo como tantos babacas acreditam nela. Vai ficar aí embaixo?
Ela estava prestes a abrir a janela e pular para a sala de recreação. Como o papo estava engraçado, não resisti e fui atrás. Coisa boa que aquilo não
daria, mas era impossível ficar de braços cruzados diante de um plano maquiavélico da Marilu.

———-> Continua

Clique aqui para ler o Post I – A saga do primeiro beijo.



Escrito pela Alê Félix
3, outubro, 2003
Compartilhe

O dono da quitanda
Quando soube que um dos maiores canalhas que eu conheci na vida andava praticando boas ações, fiquei intrigada.
– Mãe, que diabos aconteceu com ele?
– Ué! Ele quase morreu, esqueceu?
Foi isso! O cara era o típico sujeito revoltado com a vida. Passava por cima dos outros, desprezava os filhos, traía a esposa com prostitutas e só
pensava em se dar bem. Saiu da merda financeira mais rápido do que muitos dos traficantes vizinhos na favela onde nasceu. Dinheiro suado. Não matou e
não cometeu crimes, embora roubasse na caderneta mensal da freguesia. Um oportunista, mas trabalhador. Alguns diriam que esta era sua maior
qualidade, eu diria que seria a única se ela não fosse, na verdade, uma tremenda ambição desmedida.
– Sai do carro! Reagiu, eu meto bala!
Com o cano do revólver encostado no vidro entreaberto, ele acelerou e ignorou o vermelho do farol. Levou um tiro que atravessou seu corpo e acertou o
colega ao lado. O rapaz não parava de estrebuchar e ele, mesmo varado, quase não percebeu que fora atingido.
Chegaram, por milagre, ao hospital, mas não teve jeito. Enquanto ele reclamava dos estilhaços de vidro com os médicos, o outro defuntava no corredor.
De lá pra cá, o homem tornou-se outra pessoa. Trata os filhos com carinho, a mulher aos beijos, remunera bem seus funcionários, não abusa mais dos
pobres coitados da favela e comprou uma casa na praia, onde decidiu pescar e fazer amigos. Não virou crente, mas passou a ajudar nas obras
assistenciais da igreja. Não deixou de ser esperto, mas percebeu que a morte está logo ali. Na dúvida, decidiu ser uma pessoa melhor.
Primeiro post de uma série, mas sem continuações. Ah! Hoje, depois da novela, eu abro o chat. Por hora, chega de trabalhar. Fui.



Escrito pela Alê Félix
2, outubro, 2003
Compartilhe

Vocês já viram o blog do canal GNT? É o “Ora, blog!”. Fui gentilmente incluída na seção “Blogs do Mês” e convidada a escrever um texto sobre
blogs. O texto, intitulado “Mudança de Endereço”, já está lá para quem quiser ler.
Meu rosto é que ficou muito espichado. Ele não é daquele jeito, não. 🙂 Ele é mais bolofinho… Mas este é um comentário que não tem nada a ver com
o angu.
Bom, só entrei pra avisar. Tô de trabalho até a ponta do nariz. Beijinho, beijinho e tchau, tchau.
Ora, blog! – Clique aqui para ler o texto e conhecer o blog..



Escrito pela Alê Félix
1, outubro, 2003
Comentários desativados em Blog da GNT
Compartilhe