Chovendo… Pausas lacrimejantes da minha cidade, repouso forçado num fim de tarde regado a chá mate, bolacha maizena e histórias tristes. Águas frias que esparramam lembranças desde os tempos de menina… Antes esses eram meus dias de cobertor, hoje nada mais parece acobertá-los. O céu ainda se veste de cinza, a tv de arco-iris, minha janela é bem maior, meu coração bem menor. Hoje tenho tempo e solidão para ler os livros que meu pai gostava… Não tem criança chamando no portão, não tem mãe proibindo televisão, nenhum namorado escondido, não tenho mais motivos. Minha boa sorte ainda me abençoa, mas ainda chove…



Escrito pela Alê Félix
24, outubro, 2007
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Adoro esse video. Deve ser porque eu curto zombar da dona morte.



Escrito pela Alê Félix
24, outubro, 2007
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Pneus de carros riscando ruas molhadas e motores descendo e subindo a ladeira. Uma ou outra buzina avisando que não vai subir e nem descer, só atravessar. Exercícios de flauta ecoam diariamente enquanto o telefone toca… Ele é a minha cigarra e nem sabe. Será que ele ainda usa o cabelo comprido? Silêncio, quase silêncio, espaços de silêncio… Enfim, minha casa, meus vazios, meus silêncios, sons que sempre me abraçaram, possibilidades que não vão mais escapar pela janela.



Escrito pela Alê Félix
23, outubro, 2007
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Odeio trabalhar tanto… Se a maratona acabar esse fim de semana, volto a escrever semana que vem. Acho.



Escrito pela Alê Félix
20, outubro, 2007
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Leiam sem especular. Nem sempre o que é escrito é sentido, desejado ou vivido. Considerem a imaginação pela imaginação e os blogs poderão voltar a ser legais como eram cinco anos atrás. Leiam porque gostam do que a pessoa escreve, questionem suas idéias, abram os braços para os poetas e não se curvem diante de links. Não deixem que os blogs se tornem mais um apanhado de veiculos sem alma nesse mundo besta onde tudo vale um punhado de dinheiro ou um tanto de fofoca. Não deixem…



Escrito pela Alê Félix
10, outubro, 2007
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Ele vem quando chamo, vem quando clamo, vem quando me pede em saudade. Ele nunca diz não, me trata como se eu fosse única, não fere minha fera só para exibir suas garras. Não me engana com amor, não bebe da minha alma, caça minha carne para prová-la aos pedaços. Abre a porta me chamando com carinho, fecha dizendo que sou posse. Ele afaga, não sufoca. Prende, devora, liberta… E permite que eu corra só para me tomar pelos cabelos, descansar sobre as minhas costas e acariciá-los entre os dedos enquanto fecho os olhos. Não há verbo, só palavras impróprias. Não há floreios, não há jogos emocionais. Não há despedidas, só beijos de lingua. Ele me despe de meus pudores para me fazer dormir em lençóis molhados. E me abraça apertado numa cama vazia de amizade, mas cheia de incontestáveis verdades. Não há agressão, mas ele me bate. Depois me lambe mais um pouco…



Escrito pela Alê Félix
9, outubro, 2007
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Free Burma!

Post do Inagaki:

“Se você não sabe do que se trata, saiba que, desde agosto, a população de Mianmá, liderada pelos monges budistas, protesta contra a ditadura imposta por um regime militar, em um movimento catalisado pelo recente aumento dos preços dos combustíveis e da cesta básica. Há anos, porém, o país sofre com a opressão imposta por seus generais: há centenas de prisioneiros políticos, dentre eles Aung San Suu Kyi, líder do movimento democrático e Prêmio Nobel da Paz de 1991. Além disso, casos de escravidão infantil são comuns em Burma. A repressão às manifestações pacíficas que mobilizaram mais de 100 mil pessoas foi covardemente violenta. Um vídeo da CNN mostra homens desarmados sendo espancados por soldados”.



Escrito pela Alê Félix
4, outubro, 2007
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Meus pais, irmãos, tias e sobrinho invadiram minha casa logo depois que me separei. Não porque minha casa é grande, mas porque eles acharam que eu poderia me sentir pequena, No primeiro fim de semana vieram meus pais, meu sobrinho e minha tia número três (classificando por idade. Tenho cinco tias-tias: aquelas que são irmãs do pai e da mãe). Depois veio um irmão, o outro, a irmã, a prima, meus pais de novo, mais tias, meu sobrinho toda vez porque criança não tem vez.
Sempre tinha alguém por aqui… Gente conversando, abrindo a geladeira, rindo, contando histórias, abrindo os jornais, cozinhando, fofocando, abrindo mais uma latinha de cerveja, vendo fotografias sobre a minha cama, dormindo no quarto ao lado, na sala, nos colchonetes espalhados pelo chão. Um fim de semana depois do outro, um dia da semana depois do outro, dia sim, dia não até que voltei a viajar e eles perceberam que podiam ficar tranquilos porque eu continuava bem grandinha. Mas também, né? Com uma família desse tamanho, impossível crescer só um pouquinho.
Indo pra Brasilia daqui a pouco. Outro casamento… 🙂



Escrito pela Alê Félix
4, outubro, 2007
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