Se eu pudesse me tornar a alma de uma oração, uma santa padroeira capaz de realizar algum tipo de graça, só o que eu escolheria seria me tornar a força que conduz as pessoas a seguirem adiante. Daria um jeito de vasculhar o peito de cada um dos meus devotos atrás de lembranças nítidas sobre seus atos de coragem e afeto. Mostraria o tamanho do absurdo que é o medo de seguir em frente e enfrentar qualquer que seja a situação. Abriria seus olhos para que vissem o quanto a vida nos reserva coisas boas sempre que a gente consegue acreditar em um novo caminho e segui-lo. Mostraria a eles, passo a passo, como é que se desprende de velhas amarras, ideias ultrapassadas e pessoas que não lhe façam bem. Aprenderia todos os segredos sobre como acender nosso espírito quando estamos tristes, cansados e prestes a desistir. Faria festa do meu conhecimento, entregaria meu corpo e todos os meus melhores dias de vida por qualquer fagulha de esperança que fosse possível de ser semeada e distribuída. Contente, faria qualquer graça para surgir feito sinal diante dos olhos de quem clamasse por mim… Sinal colorido de céu, susto de beija-flor beliscando o ouvido, risco de estrela cruzando o escuro, brilho nos olhos daqueles que renascem diante de uma paixão… Surgiria – até mesmo – através dos mágicos bobos, se eles estivessem dispostos a tirar meus sinais de esperança de dentro de suas cartolas, junto com aquele sorriso bonito que a gente dá quando descobre o caminho certo. Acho que eu faria qualquer coisa para ver alguém levantar e parar com a choradeira besta e preguiçosa que sempre empaca a vida de deus e o mundo, sabe? E imploraria por todos os dons, todas as preces, todos os movimentos que me ensinassem como acalmar o medo de alguém e despertasse a serenidade e o foco necessários para o próximo passo. Por comodismo ou covardia, não deixaria sujeito algum voltar atrás em suas ações. De jeito nenhum! Escolheria – sem sombras – ser o téco de luz no fim do túnel, a orientação mínima e precisa para que seguissem em frente e não desistissem de atravessar os obstáculos, as fronteiras e pessoas que insistimos em não libertar. Pediria aos poetas uma reza bonita e as pessoas de fé que chorassem um pouco por mim, que me perdoassem. Não por qualquer infidelidade que eu pudesse cometer aos meus fiéis, não por nenhuma possibilidade de desamparo, mas pela pretensão de querer oferecer aos outros tudo o que sempre busquei e nunca consegui em nenhum único segundo da minha vida.

Pra me dizer oi, o caminho atual mais frequente é por aqui… www.facebook.com/alessandrafelix



Postado por:Alê Félix
16/10/2012
3 Comentários
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Bruna Mariano

outubro 18th, 2012 às 9:56

Se encaixa perfeitamente nesse momento da minha vida.
Estou encarando uma nova fase, e encontrei uma dificuldade
bem boba por sinal, mas apesar de ‘boba’ confesso que pensei em desistir
sim, porém após ler esse pequeno texto me motivei a seguir em frente!

Adoro seus textos Ale! Bjksss 😀


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margaridanegra

outubro 21st, 2012 às 20:04

:,-/


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Jeferson Cardoso

outubro 28th, 2012 às 21:45

Oi! Faria sucesso como santa, bem como deve fazer sucesso como pessoa. Não é todos os dias que encontramos quem esteja disposto a doar-se para ser conforto, força, paz e luz no caminho trôpego dos devotos da vida. Bonito isso. Lindo. Parabéns! Prosa deliciosa a sua, daquelas que, quando termina, quer-se mais. Beijo!


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