Quase ninguém sabe disso ou demora muito pra perceber, mas dinheiro só é realmente importante enquanto nos rouba o sono. Fama é só mais um tipo de vazio, um fardo disfarçado de poder e que cabe a nós dar ou tirar essa fantasia de quem a tem. Quase ninguém sabe disso e quase passamos a vida sem nos dar conta, mas tudo que nos dá medo, insegurança, todos os nossos preconceitos e certezas absolutas são os responsáveis por tornar nossas vidas tão pequenininhas e descoloridas. Quase ninguém quer ver isso, mas toda beleza e juventude está condenada as rugas da pele e da alma. Quase ninguém sabe disso e quem sabe também preferiria não acreditar, mas o casamento é uma tentativa equivocada de prender uma boa companhia e só deveria ser levado adiante quando o desejo fosse tanto, tanto que se tornasse impossível dizer outra coisa além de sim e fim. Quase ninguém dá a devida atenção, mas a amizade é o único tipo de amor capaz de atravessar o tempo e a realização pessoal o único sentimento capaz de dar a vida alguns instantes de sentido. E que nossa única prece deveria ser por saúde e serenidade, mas quase ninguém a faz pra valer porque acha que nunca vai realmente morrer. Quase ninguém confessa, mas filhos, família, casa… Nada disso faz a gente se sentir menos sozinho ou mais protegido. Quase ninguém sabe disso ou demora muito tempo pra perceber, mas a vida passa, acaba e o máximo que podemos fazer é respirar fundo, aprender a perdoar, se permitir e abraçar. Abraçar deus, o mundo, alguns sonhos e alguma paixão a sua escolha… Um pedaço bom de ser humano que seja sorridente e gostosinho, não lhe acorrente o espírito, goste pra valer do seu caminho mesmo quando distante, que você sinta que pode estender e entrelaçar as mãos, largar a mão das besteiras, recolher as lágrimas e dormir juntinho de vez em quando. É só isso. E putz… Como se leva tempo pra ver e apostar em tudo isso.

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Postado por:Alê Félix
14/03/2012
5 Comentários
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Bruna

março 16th, 2012 às 1:13

Poucas pessoas se dão conta do que é realmente importante na vida. De que a felicidade é um caminho, não uma meta inatingível. Que escolhemos dar um sorriso a alguém ou virar o rosto.
Que escolhemos relacionamentos que nos fazem infelizes a troco de…nada? A troco dessa ilusão de segurança. Passamos a vida toda buscando uma estabilidade ilusória. Por não acreditarmos de verdade que vamos morrer. Tudo deve ser planejado, alcançado, tudo deve seguir os padrões prefeinidos, custe o que custar. E geralmente custa nossos momentos de alegria.

E custamos tanto, tanto, tanto a entender que somos uma coisa só.


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RIVALDO

março 18th, 2012 às 13:32

ISSO É UMA GRANDE VERDADE DIFICIL É ACREDITAR QUANDO ACREDITAMOS TUDO FICA MELHOR.


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Guilherme Thies

março 23rd, 2012 às 7:58

Profundas palavras , um pouco tristes, mas que nos levam à realidade que não é fantasia , que não é feita só de alegria, só de fantasia. Mas como disse a amizade é uma laço que segue vida a fora e acredito , ser um laço mais forte que morte e siga alem dela , para outras vidas e outras experiências ! Um grande abraço minha amiga e parabéns pelo texto !


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Alê Félix

março 23rd, 2012 às 10:11

Gui… eu tô bem de um jeito que nunca estive. Sempre morri de medo de ser ou morrer sozinha. Todo mundo acha que eu vivo rodeada de gente, tenho um milhão de amigos, possivelmente meia duzia de namorados e uma grande paixão em cada aeroporto. 🙂 E a verdade é que sou absurdamente chata, enjoo das pessoas, de mim e até da vida com muita frequência. É como se eu fosse uma garotinha mimada, pentelha e mal criada implorando pra vida o tempo todo que ela me dê um brinquedo novo, senão ela vai ver só o que é birra. E ela, como toda mãe protetora e confusa, me dá tudo o que eu peço e as vezes até um pouquinho mais. Há algum tempo eu decidi ficar sozinha e, quando digo sozinha, digo que tenho dito não. Não para amizades superficiais, não pra gente que eu não gosto, não pra quem me consome, não pra quem eu achava que tinha que aguentar, não para os dias que só são ruins por minha causa, não para os meus medos, não para trabalhos insuportáveis, não quando é só dinheiro, não para amizades unilaterais, não para relações impossíveis, não para tudo o que me dá mais trabalho do que prazer, não para os meus preconceitos, não para homens que se sentem curiosos sobre quem ou como eu sou e me veem como se eu fosse uma aventura a ser experimentada e não quando não é amor nem tem chance nenhuma de virar. Sem querer, eu acho que depois de tanto não eu acabei dizendo sim. O maior sim do mundo e só para mim mesma. E nunca fui tão feliz vivendo sozinha, com meus poucos amigos e sendo o mais sincera possível sobre quem e como eu sou. Obrigada pelo carinho e conta sempre comigo. Também te levo assim, através do tempo e do espaço. 🙂


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selma

abril 3rd, 2012 às 10:02

Alê, amo seus textos, cada vez mais, e acho que o nome dessas sensações
todas é maturidade!!
Um grande bj


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